Trailer
Sinopse
A influenciadora fitness Sylwia parece ter tudo: centenas de milhares de seguidores nas redes sociais, contratos publicitários e fotos em revistas. Mas à medida que começa a compartilhar mais, a pressão a obriga a confrontar suas maiores inseguranças e as exigências cansativas de seu estilo de vida.
Ficha técnica
Por que assistir a este filme?
São vários os filmes que falam sobre os problemas da hiperconexão. Começa desde a questão seminal em ‘A Rede Social’, passando por documentários provocativos como ‘O Dilema das Redes’ e ‘The Great Hack’ e até produções que avançam para o suspense ou alguma história "de gênero", como ‘Ingrid vai para o Oeste’. Mas uma das boas surpresas sobre esse tema é ‘Sweat’, ou ‘Suor’. Dirigido e escrito por Magnus von Horn, o filme acompanha a história de Sylwia (Magdalena Kolesnik), uma jovem polonesa que é sucesso nas redes sociais. Ela tem quase 600 mil seguidores e se tornou referência na Polônia quando se fala em cuidados, saúde, exercícios físicos e bem-estar. No entanto, na intimidade, as coisas não vão tão bem. Ela não tem namorados, não tem grandes amigos e tudo ao seu redor parece falso, frágil e pouco profundo. Assim, seguindo por um caminho mais ‘Ingrid vai para o Oeste’ e ‘Ferrugem’ do que ‘O Dilema das Redes’, o filme de von Horn não se preocupa tanto em falar sobre o meio e sobre as redes sociais. A preocupação de ‘Sweat’ está mais focado em observar e permitir que o espectador mergulha na vida daqueles que perecem ter um cotidiano perfeito, sem falhas. Será que isso existe de verdade? Será que há vida real, como dor e depressão, por trás dos filtros do Instagram?

Matheus Mans
Editor do Filmelier
Onde assistir?
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Indisponível nos cinemas
Disponível em casa
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Drama

Deception
Adaptação do romance ‘Deception’ do escritor Phillip Roth, esta é versão francesa do diretor Arnaud Desplechin e fez parte da seleção do Festival de Cannes 2021. O filme segue Phillip (Denis Podalydès), um escritor americano que vive em Londres (que só fala francês) e seus relacionamentos com diversas mulheres. Contracenando com ele temos Léa Seydoux, que dá vida a uma inglesa casada, descontente com o relacionamento, e que tem um caso com o escritor. À medida que conhecemos cada uma das mulheres, fica claro que elas são apenas corpos que usamos para atrair o ego do personagem central, dono de uma total falta de consciência de seus maus tratos, o que é desconcertante. A trama ainda discute sexismo e misoginia de uma forma deveras problemática. É palatável dizer que essa é uma adaptação pretensiosa que reduz totalmente as personagens femininas ao sofrimento, mulheres irracionais que procuram um homem para serem salvas. A atuação de Seydoux é um motivo para assistir ao filme, mas mesmo isso não pode salvar um roteiro que usa a misoginia como fio condutor.

Pureza
Baseado na história real de Pureza Lopes Loyola, uma mãe que fez o possível e o impossível para encontrar seu filho e se tornou um símbolo do combate ao trabalho escravo. No filme, Dira Paes dá vida a essa mulher real e faz um trabalho delicado, potente e bonito. Com direção de Renato Barbieri (‘Cora Coralina: Todas as Vidas’), consegue construir bem está cinebiografia, com a dose necessária de emoção e desenvolvimento dos personagens. ‘Pureza’ tem uma fotografia belíssima, que destaca o poder da floresta amazônica. Sem dúvida, temos aqui uma história que merece ser conhecida.

Mentes Extraordinárias
Alexandre Jollien é um filósofo e escritor suíço que, quando nasceu, passou por um problema: o cordão umbilical enroscou em seu pescoço e, por conta desse estrangulamento, teve paralisia cerebral. Dos três aos vinte anos, viveu em uma instituição especializada para deficientes até que entrou na universidade para obter uma licenciatura em letras e, depois, um mestrado em filosofia. Em 2022, ele é o protagonista absoluto do bonito ‘Mentes Extraordinárias’. O longa-metragem conta a história de Louis (Bernard Campan), um agente funerário que atropela Igor (Jollien), um rapaz esforçado e com deficiência mental. Esse acidente une os dois em uma viagem à França adentro. É um típico road movie, que se vale da movimentação em uma estrada (ou qualquer outra coisa equivalente), para desenvolver os personagens e, acima de tudo, a relação entre pessoas -- neste caso, os diferentes Igor e Louis. ‘Mentes Extraordinárias’ já começa com o pé direito, colocando um deficiente mental no papel de um deficiente mental. Não é como ‘A Teoria de Tudo’, por exemplo, que coloca um ator que não entende a força e os desafios de uma deficiência. A direção do filme, que é assinada pelos dois protagonistas Bernard e Jollien, abraça a diversidade e coloca o longa-metragem em outra prateleira. Há diversidade, há respeito e inclusão, em um filme que também acerta na emoção, na beleza e na poesia.

A Felicidade das Coisas
Paula é uma mulher chegando na casa dos 40 anos e que tem um sonho: construir uma piscina para os filhos na sua modesta casa de praia, na cidade de Caraguatatuba, no interior de São Paulo. Esse sonho, em conjunto com esse cenário inesperado da cidade litorânea e uma relação conturbada com a família no momento, se tornam o motor de ‘A Felicidade das Coisas’. Facilmente relacionável com ‘Benzinho’, não só pela piscina, mas também pelos sonhos de uma classe média brasileira típica, o longa-metragem de estreia de Thais Fujinaga traz memórias, nostalgias e sonhos, realizados ou não, que falam muito sobre a própria realizadora, mas que podem ser facilmente identificáveis pelo público – que não necessariamente queria uma piscina na casa de praia, mas que sonhava em encontrar a felicidade nas coisas. Bom filme de estreia de Thais, que traz mais um olhar apurado sobre a vida dos brasileiros indo para além das grandes cidades e centros urbanos do país.
