O Rei da Festa

Dualidades e cenários hipotéticos transformados em filmes não são estranhos ao cineasta mexicano Salomón Askenazi: em 'Two Times You', o diretor brincou com a ideia de duas mulheres que trocam de parceiros por uma noite, e como suas respectivas vidas se desenrolariam depois de uma delas morre junto com o marido da outra. 'O Rei da Festa' oferece uma premissa semelhante: Héctor (Giancarlo Ruiz) é um homem retraído e frustrado na casa dos 50, que encontra seu extremo oposto em seu irmão gêmeo, um homem extrovertido que vive na eterna festa. No entanto, quando este parece morrer em um acidente de avião durante uma viagem que não contou a ninguém, Héctor decide assumir sua identidade como forma de reinventar sua vida. Menos ancorado na metafísica com aspirações lynchianas do que seu antecessor, é um filme que brinca com a identidade de seu protagonista, que se torna tão ambíguo a ponto de nos perguntar qual dos dois personagens estamos vendo. O longa se destaca pelo trabalho de atuação de Ruiz e por suas imagens poderosas que brincam com reflexos e dualidade, apagando os limites da identidade.

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