Garota Inflamável

Intimista drama alemão, repleto de particularidades, ‘Garota Inflamável’ começa com uma história que dá o tom do filme: a protagonista Julie (Natalia Belitski), quando criança, ficou incomodada com a proatividade das formigas e, revoltada, colocou fogo em um formigueiro. Não aguentava aquelas andanças, aquele trabalho, aquela movimentação toda. É a partir disso que sabemos mais sobre a personagem, que poderia facilmente ter vindo do cinema francês, e que simplesmente desistiu de “ser” ou de “fazer”. Em ‘Garota Inflamável’, Julie tem uma única proposta em sua vida: fazer nada. A partir disso, mergulhamos em uma filme que analisa os aspectos e imposições sociais que deixam as pessoas reféns de decisões alheias. Com uma direção minuciosa de Elisa Mishto, premiada curta-metragista alemã, o longa-metragem abraça o ritmo lento (e até um pouco de cinema non-sense) para contestar, questionar e, acima de tudo, nos fazer pensar sobre o exato propósito de nossas vidas.

Matheus Mans

Editor do Filmelier