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Um dos temas mais recorrentes na carreira do diretor M. Night Shyamalan (consagrado por 'O Sexto Sentido' e 'Sinais') é o confronto com a fé, colocando seus protagonistas em cheque perante uma provação. Em 'Batem à Porta', o diretor retorna a essa temática, mesmo que em uma história emprestada (o roteiro do filme é adaptado do livro 'O Chalé do Fim do Mundo', de Paul Tremblay). O diretor se apropria muito bem da história, que se encaixa de forma natural em sua filmografia. Temos então uma história de apocalipse, mas reduzida a um microcosmo familiar, onde acompanhamos apenas um pequeno número de personagens enfrentando o desenrolar de uma tragédia impensável. A direção é pontual, com uma câmera limitadora e claustrofóbica que transmite a tensão dos acontecimentos, e uma encenação de corpos meticulosamente calculada. O desenvolvimento narrativo é muito interessante também, pois o grande conflito já se apresenta nos primeiros minutos do filme, e conduz a história de forma bem demarcada, sem titubear ou perder a tensão. O maior brilho, no entanto, é do elenco, que está em muita sintonia. O grupo invasor é liderado por Dave Bautista ( 'Guardiões da Galáxia'), que aqui está brilhante em um papel muito diferente, demonstrando que ele tem um potencial enorme para produções além do seu estereótipo físico. Rupert Grint (o adorado Ron Weasley de 'Harry Potter' também marca presença, nos deixando com vontade de vê-lo em mais projetos. É um clássico filme de Shyamalan, assim é esperado que cause certa divisão nas opiniões gerais, mas também pode se dizer que este é um filme mais pontual do diretor, que provavelmente vai conseguir agradar à quem compre sua premissa inicial.

Miguel Possebon
Assistente de redação
Durante as férias em uma cabana remota, uma jovem e seus pais são feitos reféns por quatro estranhos armados que exigem que a família faça uma escolha impensável para evitar o apocalipse.
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O Último Mestre do Ar
Depois de uma série de filmes de orçamento limitado que se tornou sucesso de público e crítica, como ‘Sinais’ e ‘O Sexto Sentido’, o cineasta M. Night Shyamalan se entregou aos blockbusters com ‘O Último Mestre do Ar’, adaptação da série de animação ‘Avatar: A Lenda de Aang’. E ainda que o filme tenha se consolidado como um dos maiores fracassos da carreira do diretor, de público e crítica, é interessante observar o estilo e a narrativa particular de Shyamalan nessa interpretação do desenho. Há personagens misteriosos, camadas narrativas que vão surgindo e algumas pequenas reviravoltas. Claro: não é um bom filme — há furos de roteiro, momentos constrangedores e muita coisa mal explicada. Mas é interessante assistir para entender esse outro lado do cineasta, com efeitos especiais e mais orçamento, e espiar como o universo de ‘Avatar’ salta pras telonas.

Depois Da Terra
Filme que se tornou praticamente um divisor de águas na carreira de M. Night Shyamalan. Afinal, depois de ‘O Sexto Sentido’ e ‘Sinais’, o cineasta entregou este filme que decepcionou a crítica especializada. No entanto, não dá para falar que ‘Depois da Terra’ é um fiasco total. O longa-metragem, protagonizado por Jaden Smith e com participação de seu pai, Will Smith, conta a história de pai e filho que sofrem um acidente em uma nave espacial. Com isso, o jovem precisa sair em busca de um sinalizador para sair de um planeta inóspito. Não é um grande filme, tampouco conta com a sagacidade de Shyamalan que já vimos em outras produções. Mas, claro, dá para desligar a chavinha e passar um tempo com essa aventura espacial, ainda que o pouco carisma de Jaden prejudique o filme.

A Visita
Depois de fazer sucesso com filmes como ‘Sinais’ e ‘O Sexto Sentido’, o cineasta M. Night Shyamalan entrou em um momento realmente ruim de sua carreira. Assinou a direção de bombas como ‘Fim dos Tempos’, ‘O Último Mestre do Ar’ e ‘Depois da Terra’. Assim, Shyamalan seguiu o caminho mais correto. Colocou a bola no chão, pediu banco e deu uma boa descansada. O resultado desse respiro do cineasta é o interessante ‘A Visita’, filme de “retorno” de Shyamalan. Aqui, por meio de found footage -- ou seja, câmera na mão, como se um personagem filmasse o filme todo -- acompanhamos as férias de dois irmãos na casa dos avós. No entanto, rapidamente, as coisas saem do controle e os avós mostram que não são quem deveriam ser. O destaque fica para a atuação assustadora de Peter McRobbie e Deanna Dunagan como os avós, além do bom alívio cômico do neto Ed Oxenbould.

Corpo Fechado
Lançado originalmente em 2000, ‘Corpo Fechado’ é como o vinho: envelheceu bem. Na época do lançamento o longa-metragem sofreu com as opiniões negativas, muito por misturar thriller, drama psicológico e histórias em quadrinhos – algo que não foi muito bem entendido pelo público e pela crítica. Com o passar dos anos e das reprises na TV, foi ganhando status cult, principalmente com a ajuda dos mais jovens, criados em um mundo dominado por filmes e séries de super-heróis. Com um final surpreendente – característica do trabalho do diretor, M. Night Shyamalan (de ‘Sexto Sentido’) – ‘Corpo Fechado’ acabou dando origem a um novo universo da ficção, que seria explorado novamente nos longas ‘Fragmentado’ e ‘Vidro’.

Sinais
Depois de surpreender o mundo com a reviravolta final de ‘O Sexto Sentido’ e de empolgar com ‘Corpo Fechado’, o cineasta M. Night Shyamalan resolveu se dedicar aos aliens no divertidíssimo ‘Sinais’. Já considerado clássico por alguns, o longa-metragem brinca com o clima de paranoia do protagonista (Mel Gibson, em um dos melhores papéis de sua carreira) para, de alguma forma, também provocar e instigar o espectador. O clima familiar da trama, que lembra produções de outrora de Steven Spielberg, ajuda a dar o tom. Mas o melhor fica por conta do suspense, criado a partir de uma possível invasão alienígena na Terra. Difícil não se empolgar, se assustar e ficar com medo, em alguns momentos, até de ficar com o pé para fora do cobertor. Um dos marcos da carreira de Shyamalan e, sem dúvidas, um dos filmes mais divertidos (e assustadores) para celebrar invasões alienígenas.

Vidro
Conclusão da odisseia cinematográfica do diretor M. Night Shyamalan, iniciada em 2000 com ‘Corpo Fechado’ e continuada, 16 anos depois, em ‘Fragmentado’ – naquilo que está sendo chamada de “Trilogia Eastrail 177”. ‘Vidro’ é a parte mais audaciosa, desconstruindo as características comuns dos gibis em um filme mais próximo aos dos super-heróis. No elenco, destaque mais uma vez para James McAvoy, agora interpretando 20 personagens diferentes em cena, e para Samuel L. Jackson. Infelizmente, o excesso de surpresas e reviravoltas no trecho final, característica marcante do trabalho do diretor, acaba sendo desgastante e confuso – o que rendeu avaliações negativas de parte da crítica. Ainda assim, o longa-metragem tem diversos pontos positivos, que certamente irá satisfazer os fãs dos personagens que usam capa e capuz.

Tempo
M. Night Shyamalan é um cineasta polêmico. Afinal, ele não agrada todo mundo por conta de seu estilo e, principalmente, pela instabilidade de seus trabalhos -- tem "clássicos modernos", como ‘O Sexto Sentido’ e ‘Sinais’, cults como ‘A Dama da Água’ e os fiascos ‘O Último Mestre do Ar’ e ‘Depois da Terra’. ‘Tempo’ não chega a ser um desastre. Mas também não é bom. O longa conta a história de uma série de pessoas que, de férias num resort, vai passear numa praia deserta, paradisíaca. O principal núcleo é uma família formada por Gael García Bernal, Vicky Krieps, Alex Wolff e Thomasin McKenzie. Ainda tem um médico, uma idosa, um enfermeiro, um rapper e por aí vai. Uma mistura inusitada. O negócio fica estranho, porém, quando os personagens percebem que o tempo passa de maneira diferente naquela praia. Tudo é mais rápido. Segundos são dias. Minutos são horas. E horas são anos. A partir daí, começa o desespero daqueles personagens em tentar escapar com vida da praia e antes que envelheçam demais -- as mortes naquele local, afinal, se acumulam. A sacada da narrativa, inspirada em uma HQ assinada por Pierre-Oscar Lévy e Frederick Peeters, é o ponto alto. A tensão surge quase que de maneira natural quando o tempo começa a se impor. Assim como em outros filmes de Shyamalan, temas como vida, espiritualidade e natureza começam a pipocar aqui e ali, mas o principal foco na história é desenvolver a tensão. O problema está no desenrolar dessa história. Primeiramente, Shyamalan tem problemas em desenvolver a atuação do elenco. Ainda que os atores se esforcem, parece que há um descompasso da trama com a história. Oras, o tempo corre, eles envelhecem precocemente. E parece que ninguém se desespera, ninguém reage de acordo ali. Além disso, toda a potência desse suspense não tem um final de acordo: é apressado e um tanto óbvio. No entanto, não se engane. Não é um filme ruim. É instável, é atrapalhado. Mas a tensão existe. E Shyamalan ainda pode surpreender.

Fragmentado
‘Fragmentado’ é um terror poderoso, forte e assustador – mas sem recorrer ao gore ou aos sustinhos. O que atormenta mesmo são as 23 personalidades de seu protagonista, sendo que elas ecoam, de diversas formas, monstros bem reais que temos em nossa sociedade. James McAvoy também assusta, mas com uma interpretação excepcional. E o final surpreendente, marca registrada do cineasta, não só está lá como abre portas para um novo filme, 'Vidro'. Obviamente não é um longa-metragem para todos, mas saciará aqueles que querem ser surpreendidos com algo diferente do habitual.
Terror

Skinamarink: Canção de Ninar
Dois irmãos acordam durante a noite e descobrem que todas as portas e janelas dentro de sua casa desapareceram. Com medo e sem saber o que fazer, eles reproduzem antigas fitas de vídeo de desenhos animados para distrair-se. No entanto, eventos estranhos começam a acontecer na casa, e eles percebem que algo está cuidando deles.

Medusa
Filme brasileiro que levou o San Sebastián International Film Festival em 2021, ‘Medusa’ é um filme que reflete com poesia, crueza e exatidão sobre os tempos obscuros que o Brasil viveu no final dos anos 2010 e começo dos anos 2020. A história, afinal, reflete sobre a influência cristã na sociedade brasileira ao acompanhar a jornada de Mariana, uma jovem que faz de tudo para se manter nos padrões dessa sociedade cristã – inclusive forçando outras pessoas a seguirem esses padrões, forçando com uma espécie de gangue ao melhor estilo ‘Laranja Mecânica’. Com toques de horror, a cineasta Anita Rocha da Silveira olha com preocupação para essa influência religiosa no Brasil, mas sempre apontando como isso acaba sendo uma construção artificial e que atinge todas as pessoas.

Descida ao Inferno
'Descida ao Inferno' é baseado no curta-metragem 'The Ten Steps' dirigido pelo próprio diretor do filme, Brendan Muldowney, em 2004, que foi amplamente reconhecido pela crítica e premiado no Festival de Sitges no mesmo ano. A história é sobre uma mulher que deve descobrir a verdade por trás de sua casa depois que sua filha desaparece nas mãos de uma entidade maligna. É um filme que explora o sobrenatural, mas a partir de uma perspectiva da cultura pagã. Além disso, a atriz Elisha Cuthbert retorna ao gênero pela primeira vez desde sua participação no remake de 'A Casa de Cera' em 2005.

13 Exorcismos
Filmes de exorcismos, com exceção de alguns clássicos do gênero, como ‘O Exorcista’ e ‘O Exorcismo de Emily Rose’, são majoritariamente panfletos religiosos. Afinal, colocam representantes da Igreja (padres, geralmente) como salvadores de possuídos -- deixando de lado outras soluções e outras possibilidades para aquilo acontecer. ‘13 Exorcismos’ começa exatamente assim: a jovem Laura (María Romanillos) brinca com o que não deve e, depois, começa a apresentar os primeiros sintomas de estar possuída. Vê assombrações, escuta vozes. Até o fim do segundo ato, o diretor Jacobo Martínez (‘Grande Hotel’) insere elementos que nos fazem pensar que o longa espanhol vai seguir por outros caminhos. Ao invés de trazer elementos apenas de possessão, o roteiro conta com acontecimentos que provocam o público a pensar que Laura tem, na verdade, algum tipo de condição psicológica grave. Ela não toma remédios, tem familiares também com questões e tem sintomas claros de esquizofrenia. O filme, assim, parece que vai seguir por um caminho de problematizar o exorcismo, apontando para casos em que, ao invés de tratar como uma questão médica e psicológica, familiares e Igreja veem tudo como obra do demônio. Seria uma sacada genial. Mas não: ‘13 Exorcismos’, de uma hora pra outra, desiste dessa ideia e parte de novo para o terrorzão. Há algumas coisas que funcionam aqui e ali, como o design de som e a atuação da jovem María Romanillos (‘Consequências’), mas para por aí: o filme é um terror banal, sem nada de novo, para levar alguns sustos e se divertir com os amigos.
