Trailer
Sinopse
Arthur Fleck é um homem lutando para se integrar à sociedade despedaçada de Gotham. Trabalhando como palhaço durante o dia, ele tenta a sorte como comediante de stand-up à noite - mas descobre que a piada é sempre ele mesmo. Preso em uma existência cíclica, oscilando entre a realidade e a loucura, Arthur toma uma decisão equivocada que causa uma reação em cadeia, com consequências cada vez mais graves e letais, nesta exploração ousada do personagem.
Ficha técnica
Por que assistir a este filme?
“O homem é bom, mas a sociedade o corrompe”, disse Rousseau. “O homem é o lobo do homem”, citou Hobbes. E a soma das duas teorias atende pelo nome de ‘Coringa’. Esqueça, aqui, o típico filme de super-herói. Não há ação desenfreada, nem mocinhos no longa-metragem dirigido por Todd Phillips (‘Se Beber, Não Case!’). O que existe é uma Gotham City suja, misógina e preconceituosa, na qual os cidadãos menos favorecidos lutam para viver e se rebelam contra os mais ricos – de certa forma, baseada na Nova York real do final dos anos 1970 e começo dos 1980. Não é por menos que ‘Taxi Driver’ (ao lado de ‘O Rei da Comédia’) é uma das maiores referências do filme: também é cria do sistema e do cinema daquela era. Nesse contexto, temos um estudo de personagem quase puro, em uma atuação impecável de Joaquin Phoenix (‘Ela’). Não se trata, porém, de glamourizar o vilão ou de fazer o público criar simpatia pelo assassino. Há críticas às pessoas (incluindo aos desajustados), à sociedade e à sua falta de olhar para o bem-estar de todos. Por tudo isso, a história é dura, impactante, chocante, formando uma quase perfeita combinação de cinema de arte com blockbuster baseado em HQ - não à toa, venceu o prestigioso Leão de Ouro do Festival de Veneza. Outros prêmios se seguiram, incluindo um Oscar para Phoenix, mas junto é importante haver a reflexão: o que podemos fazer para tudo isso soar menos como a realidade e mais como inóspita ficção? Afinal, se o homem é o lobo do homem, o lobo do lobo se chama Coringa.

Renan Martins Frade
Editor-chefe do Filmelier
Onde assistir?
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Indisponível nos cinemas
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Do mesmo diretor

Um Parto de Viagem
Antes de ficar conhecido mundialmente por ‘Coringa’, o cineasta Todd Phillips dirigiu uma série de comédias. Dentre outras, ‘Se Beber, Não Case!’, ‘Escola de Idiotas’ e, um dos mais divertidos, ‘Um Parto de Viagem’. Protagonizado por Robert Downey Jr. (‘Vingadores: Ultimato’) e Zach Galifianakis (também de ‘Se Beber, Não Case!’), o longa-metragem acompanha a jornada de um pai de primeira viagem (Downey Jr.) que se vê obrigado a pegar carona com um aspirante a ator (Galifianakis). A partir daí, misturando elementos da comédia besteirol com road movie, ‘Um Parto de Viagem’ vai mostrando a relação desses dois evoluindo e ganhando contornos inesperados. Difícil não rir da cena do capotamento, nem de uma das frases que caiu no gosto popular: "pai, você foi como um pai pra mim". Um filme bobo, mas que tem um humor genuíno. Para rir, se entreter e passar o tempo.

Se Beber, Não Case Parte III
Para ser honesto, ‘Se Beber Não Case' é o tipo de filme que nasceu de uma ideia divertida que deveria ter ficado em uma única edição. A sequência estendeu a ideia até seus limites para entrar em territórios mais sombrios e obscenos, mas a terceira definitivamente a quebrou. 'Se Beber Não Case Parte III' se desenrola mais como um thriller com um humor muito pesado - e nem sempre particularmente engraçado - que reúne o quarteto original em uma nova aventura que os leva de volta a Las Vegas, para salvar a vida de um deles, que foi sequestrado por um mafioso. As situações, já malucas no filme original, são aqui levadas ao extremo. Aqueles que procuram uma comédia mais simples fariam bem em se afastar deste filme (ou começar pelo primeiro). No entanto, os fãs da saga liderada por Bradley Cooper, Ed Helms e Zach Galifianakis vão adorar esta conclusão.

Se Beber, Não Case!
Muito antes de ser conhecido como o premiado diretor de ‘Coringa’, o cineasta Todd Phillips comandou a franquia ‘Se Beber, Não Case’ -- que, no título original, é ‘The Hangover’, ou “a ressaca”. E não é pra menos. Acompanhando um grupo de amigos (Zach Galifianakis, Bradley Cooper e Ed Helms), o longa-metragem mostra o que uma noite de bebedeira em Las Vegas pode causar. Difícil não dar algumas boas gargalhadas com a situação em que o trio se mete, além de algumas situações absurdas tratadas com estranha normalidade pelos envolvidos. Destaque para a aparição inesperada de Mike Tyson e, principalmente, de Ken Jeong, em um dos papéis mais estranhos, polêmicos e divertidos de sua carreira.

Cães De Guerra
Uma comédia não precisa ser, necessariamente, para esquecer dos problemas do dia a dia. 'Cães de Guerra' consegue transformar a Guerra do Iraque e as conturbadas relações dos iraquianos com o governo dos EUA em uma diversão genuína e interessante. Jonah Hill não se rende aos exageros e também diverte, mesmo com o tema de fundo bastante difícil.
Drama

Glamour Girls
Uma produção nigeriana da Netflix com um elenco diverso. 'Glamour Girls' segue um grupo de mulheres que trabalham como acompanhantes de luxo, e aspiram às promessas de glamour e riqueza. No entanto, um assassinato e um roubo complicam as coisas para elas. O orçamento da produção, é preciso dizer, é bastante limitado, e a história segue tantos personagens que resulta em algo esparso. No entanto, há boas atuações e pode ser uma oportunidade interessante para conhecer o cinema do país africano.

Beauty
Selecionado no Tribeca Film Festival de 2022, 'Beauty' é um drama ambientado nos anos 1980 sobre as vicissitudes do caminho de uma jovem artista para a fama, com roteiro de Lena Waithe ('Master of None'). A protagonista (Gracie Marie Bradley) é uma jovem negra cujo talento lhe promete um grande futuro, e tudo parece estar indo bem quando uma gravadora oferece para ela um contrato lucrativo. No entanto, a garota deve encontrar um equilíbrio entre o que deseja, as ambições de seu pai (Giancarlo Esposito), seu relacionamento com outra mulher (Aleyse Shannon) e sua vida pública. Embora seus personagens sejam um tanto arquetípicos, 'Beauty' é interessante porque consegue explorar a ganância, manipulação e repressão interna da indústria fonográfica, com ótimas atuações de um elenco que também inclui nomes como Sharon Stone ('Cassino') e Niecy Nash ('Selma').

A Colmeia
Este é o segundo longa-metragem de Gilson Vargas (‘Dromedário no Asfalto’), que foi premiado com o Kikito de Melhor Direção em Curta-Metragem no Festival de Gramado por ‘Casa Afogada’. ‘A Colmeia’, selecionado para diversos festivais internacionais, aborda uma relação entre brasileiros e alemães durante a Segunda Guerra Mundial no interior do Rio Grande do Sul. A produção foca em toda a tensão de estar escondido e longe de sua terra, já que a trama mostra um grupo de imigrantes isolados, e os conflitos que uma situação deste tipo trazem. Apesar da grande quantidade de filmes sobre esta fase, este consegue trazer uma visão bem diferente do que estamos acostumados e se destacar - principalmente por ser uma produção nacional.

Yo nena, yo princesa
Esta é a história de Gabriela, uma sofrida mãe de gêmeos que não sabe que a angústia, a insônia recorrente e a autoflagelação impostas à filha transgênero, que foi designada homem ao nascer, se deve ao desejo reprimido de expressar livremente como o que ela sente ser: uma menina.
