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Em sua obra, o cineasta Spike Lee frequentemente alerta para o racismo estrutural que existe nos Estados Unidos -- sempre com uma linguagem muito particular e um estilo de filmagem muito marcante. No entanto, o diretor também tem se preocupado em unir essa mensagem com a ressignificação de algumas importantes passagens da história americana. Em ‘Infiltrado na Klan’, por exemplo, colocou um homem negro (John David Washington) como protagonista de sua própria história enquanto tenta descortinar um célula da Ku Klux Klan. Agora, em ‘Destacamento Blood’, Lee se volta aos dramas da Guerra do Vietnã e mostra a importância de soldados negros no conflito. Ainda que se passe em outra época e em outro país, o longa-metragem continua a se voltar às questões raciais dos Estados Unidos e a mostrar como as diferenças étnicas continuam assustadoramente gritantes no tratamento social. Tudo isso embalado por uma narrativa de guerra poderosa, lembrando ‘Apocalypse Now’, de Francis Ford Coppola, que mistura narrativas que se entrelaçam no final. Isso sem falar da excelente trilha sonora, com batidas ao som de Marvin Gaye.
![Filmelier](https://media.filmelier.com/images/curadores/imagem/902f260baa0ab679b22aa9a237437bfc.png)
Filmelier
As nossas sugestões
Lançado com exclusividade na Netflix, ‘Destacamento Blood’ dá continuidade ao que o cineasta Spike Lee começou a contar em seu celebrado ‘Infiltrado na Klan’. Na prática, as histórias não possuem conexão alguma. Por outro lado, o novo longa segue a linha de ressignificar eventos passados. Enquanto o de 2018 falava sobre a Ku Klux Klan revivida a partir do filme ‘O Nascimento de uma Nação’, a produção da Netflix busca dar novos olhares sobre a Guerra do Vietnã e mostrar, de maneira dolorosa, como a comunidade negra estava em meio ao fogo cruzado. Afinal, no Vietnã, eram mortos pelo inimigo criado pelo governo. Já nas ruas americanas, policiais matavam, prendiam sem motivo e agrediam. Dessa forma, se valendo da história de um quarteto de veteranos do exército e de referências explícitas de ‘Apocalypse Now’, Lee mostra como ideias e atitudes podem se perpetuar em diferentes sentidos e como a violência sempre acompanhou os povos periféricos. Tudo acompanhado de uma atuação de ponta de Delroy Lindo (‘O Nome do Jogo’) e uma fotografia deslumbrante. Além disso, vale ressaltar: é preciso deixar o sono de lado para assistir ao filme. Faltou uma edição mais apurada aqui e sobra gordura nas mais de 2h30 de duração. E Spike Lee, assim como em ‘Infiltrado na Klan’, não sabe dosar algumas metáforas, beirando o tosco. Mas tudo bem. O que importa aqui é a mensagem, forte em tempos de Black Lives Matter. E essa mensagem, sem dúvidas, vai ecoar por aí.
![Matheus Mans](https://media.filmelier.com/images/curadores/imagem/8158692ca2c5f6998f40a00d5a791c69.jpeg)
Matheus Mans
Editor do Filmelier
Sinopse do filme
Quatro veteranos da Guerra do Vietnã: Paul, Otis, Eddie e Melvin. Acompanhados do filho de Paul, retornam ao Vietnã em busca dos restos mortais do líder de seu esquadrão e de um tesouro escondido.
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Do mesmo diretor
![Irmãos de Sangue](https://media.filmelier.com/images/filmes/thumb/clockers89471.jpeg)
Irmãos de Sangue
Baseado no romance 'Clockers' (de onde tirou seu título original), escrito por Richard Price -- que co-escreveu o roteiro com o diretor Spike Lee, 'Irmãos de Sangue' é o nono longa-metragem na carreira do cineasta, já demonstrando uma maturidade estilística colocada a serviço da história. A produção é, em suma, um filme que vai além de seus personagens traficantes, policiais corruptos ou idealistas, para analisar a dinâmica complexa que existe nos Estados Unidos entre raças, forças da lei e comunidades marginais (geralmente afro-americanos), perpetuamente presos a miséria e criminalidade inevitáveis. É, talvez, um dos filmes mais estranhos de Lee, pois começou como um projeto de Martin Scorsese. No entanto, o diretor consegue contar uma história importante e urgente com sua visão particular. Foi selecionado para o Festival de Veneza de 1995.
![Quatro Meninas](https://media.filmelier.com/images/filmes/thumb/4-little-girls39872.jpeg)
Quatro Meninas
Em 1997, Spike Lee já era uma das vozes afro-americanas mais beligerantes da cena cinematográfica, com filmes como 'Faça a Coisa Certa' e 'Malcolm X'. Sua primeira incursão no cinema documental foi ‘Quatro Meninas'. O filme acompanha um crime, descrito por Martin Luther King Jr. como "um dos mais perversos e trágicos já perpetrados contra a humanidade", cometidos por membros da Ku Klux Klan em plena tensão racial durante o movimento dos direitos civis, marcando um importante ponto de virada para a promulgação da histórica Lei dos Direitos Civis de 1964. Apesar de ser um documentário, Lee mantém seu estilo visual característico, colocando-o a serviço dos poderosos testemunhos dos sobreviventes e das famílias das vítimas. Dessa forma, é possível sentir uma raiva justificada, assim como condenar o racismo e honrar memória de quatro meninas inocentes.
![Pass Over](https://media.filmelier.com/images/filmes/thumb/pass-over75608.jpeg)
Pass Over
Essa reinvenção contemporânea do clássico absoluto de Samuel Beckett, 'Esperando Godot’ (com ecos de James Baldwin), é uma colaboração que nasceu como uma peça escrita pelo dramaturgo afro-americano Antoinette Nwandu em resposta ao assassinato de Trayvon Martin, e dirigida por Danya Taymor. 'Pass Over' é, assim, uma adaptação cinematográfica não da peça em si, mas de sua experiência como tal, filmada durante uma performance e dirigida pelo lendário Spike Lee ('Faça a Coisa Certa') em colaboração com Taymor. O resultado não é apenas a tradução do que acontece no palco para a linguagem cinematográfica (com o selo reconhecível de Lee), mas também contém reações do público durante o desenvolvimento da peça. É uma obra que dá um significado totalmente novo ao ponto de vista afro-americano: o absurdo de viver à margem, na prisão invisível e inevitável do racismo sistêmico.
![Ela Quer Tudo](https://media.filmelier.com/images/filmes/thumb/shes-gotta-have-it6020.jpeg)
Ela Quer Tudo
Spike Lee, por vezes, se atreve a falar sobre sexualidade aqui e acolá. Foi assim em ‘Chi-Raq’, de 2015, e em ‘Ela Quer Tudo’, primeiro longa-metragem do diretor e que, depois de muitos anos, acabou virando série na Netflix. Na história, acompanha-se os amores, desilusões e desamores de Nola, uma mulher que não quer viver apenas uma história de amor e acaba se relacionando com três homens ao mesmo tempo. Hoje em dia, ainda assim ‘Ela Quer Tudo’ poderia soar provocativa. Imagine em 1986, época em que a libertação sexual era tabu. Ainda que de roteiro fraco e com alguns exageros visuais, o filme surpreende por sua história visionária e provocativa, além de colocar a mulher negra sem estereótipos, filtros e outras coisas do tipo. É um filme cru, claramente de baixíssimo orçamento, mas que possui sua importância histórica e alerta, desde cedo, para como Lee é um cineasta fora do comum, percebendo pautas e necessidade que surgem à frente.
![Chi-Raq](https://media.filmelier.com/images/filmes/thumb/chi-raq84785.jpeg)
Chi-Raq
Polêmico filme da carreira de Spike Lee que fala sobre sexualidade. No entanto, ao contrário de ‘Ela Quer Tudo’, ‘Chi-Raq’ não fala exatamente sobre liberdade sexual, mas sobre sexualidade como arma. Afinal, a trama -- inspirada na peça grega ‘Lisístrata’, de Aristófanes -- conta a história de uma Chicago violenta e que normaliza cada vez mais as mortes causadas por gangues de homens negros da região. Determinadas a mudar isso, as mulheres da cidade se unem e decidem fazer uma greve de sexo e impedir matanças na região por seus namorados. Assim, ainda que provocativo, ‘Chi-Raq’ se tornou datado antes mesmo de chegar às telonas, já que a luta feminista já ansiava por uma menor sexualização de seus corpos. No entanto, lá no fundo, dá para encontrar um filme interessante e coeso, que se arrisca bastante ao montar um roteiro todo calcado em rimas. Destaque, principalmente, para as atuações de Samuel L. Jackson (‘Capitã Marvel’), John Cusack (‘2012’) e uma arrebatadora Teyonah Parris (‘Cara Gente Branca’), que toma conta do filme.
![Faça a Coisa Certa](https://media.filmelier.com/images/filmes/thumb/do-the-right-thing47694.jpeg)
Faça a Coisa Certa
Ainda que ‘Infiltrado na Klan’ seja o filme que fez mais barulho na carreira de Spike Lee, fazendo-o faturar o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, não há nada de excelência tão alta em sua filmografia como ‘Faça a Coisa Certa’. Impecável de cabo à rabo, o longa é um retrato do cotidiano de um bairro periférico dos Estados Unidos como deve ser: um caldeirão de vários grupos sociais e étnicos e que está sempre prestes a explodir. Como linha narrativa, Lee -- que também atua como um dos protagonistas -- dirige a tensão que se vê nas ruas entre a comunidade negra local com o dono de uma pizzaria. Ele, afinal, vive às custas dessas pessoas, mas se distancia o máximo possível da cultura negra. Na parede do estabelecimento, apenas fotos de pessoas brancas. A partir disso, a cidade se divide. Um grupo quer promover um boicote. Outro quer conversar. Uma outra parcela quer deixar o dono da pizzaria na dele. Assim, nesse conflito, nasce uma das cenas mais emblemáticas da história do cinema. Destaque, ainda, para a sagacidade de Spike Lee no roteiro, que soube mesclar com surpreendente autoridade os ensinamentos de Martin Luther King (mais pacifista e adepto do diálogo entre a comunidade negra e instâncias superiores) e de Malcolm X (que aceitava ataques mais violentos). Não é à toa que foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original em 1990. Mais do que um filme, ‘Faça a Coisa Certa’ é uma lição de civilidade e uma impecável análise social, que continua atual mesmo décadas depois.
![Malcolm X](https://media.filmelier.com/tit/UElqYX/thumb/malcolm-x_mVLU1Ds.jpeg)
Malcolm X
Malcolm X foi, ao lado de Martin Luther King e Medgar Evers, um dos principais líderes pelos direitos da população negra nos Estados Unidos. Por meio da Organização para a Unidade Afro-Americana, acirrou a luta racial nos Estados Unidos e trouxe propósito em várias pautas. Neste longa-metragem, o cineasta Spike Lee (‘Infiltrado na Klan’, ‘Faça a Coisa Certa’) se aprofunda na história do líder ao longo de três horas, mostrando desde sua infância sofrida com o pai morto pela Ku Klux Klan, passando pelo protagonismo em ativismos universitários e até chegar em sua luta definitiva pelos direito humanos da população negra. Com ideais e propostas bem definidos, ajuda o público a entender melhor essa luta que se estende por anos.
![O Plano Perfeito](https://media.filmelier.com/images/filmes/thumb/inside-man39397.jpeg)
O Plano Perfeito
Filme que serviu de inspiração para a série ‘La Casa de Papel’, ‘O Plano Perfeito’ mostra Spike Lee saindo de sua zona de conforto. Afinal, até então, ele estava acostumado a contar histórias mais intimistas, mais localizadas e com bandeiras raciais mais claras. Aqui, porém, ele inverte isso e parte para a direção de um thriller tradicional. Na trama, um assaltante (Clive Owen) monta um plano perfeito para assaltar um banco. Tudo é pensado até nos mínimos detalhes. Dessa forma, quando os investigadores e detetives chegam ao local (uma trinca brilhante, com Denzel Washington, Willem Dafoe e Chiwetel Ejiofor), as coisas nunca saem como o planejado. Os reféns são confundidos com sequestradores, as conversas com os criminosos não chegam a lugar algum e a política fica andando em círculos tentando descortinar aquele grupo. É emocionante, é empolgante e, sobretudo, bem pensado. Ainda por cima, vale dizer, Spike Lee encontra um espaço para reverberar algumas das bandeiras que levantou anteriormente sobre preconceito e igualdade racial.
![A Última Noite](https://media.filmelier.com/images/filmes/thumb/the-25th-hour51511.jpeg)
A Última Noite
Produção inesperada e pouco usual na filmografia de Spike Lee. Afinal, o longa-metragem, baseado no romance homônimo de David Benioff, se afasta das bandeiras de questões raciais típicas de sua filmografia (pelo menos na superfície), ainda que mantenha seu estilo visual hiperativo. Dá para reconhecer o cineasta na estética, afinal. Na trama, enquanto isso, encontra-se uma história poética de culpa e aceitação com personagens moralmente complexos que permitem uma demonstração de talento de Edward Norton ('A Outra História Americana’), Rosario Dawson ('Controle Absoluto'), Philip Seymour Hoffman ('Magnólia'), Anna Paquin ('O Piano') e Brian Cox ('Adaptação.’). Todos com atuações potentes.
![David Byrne's American Utopia](https://media.filmelier.com/tit/YaM930/thumb/david-byrnes-american-utopia_E4QaicM.jpeg)
David Byrne's American Utopia
‘American Utopia' é um documentário que registra o brilhante e oportuno espetáculo que David Byrne apresentou em Broadway recentemente, baseado em seu álbum e digressão com o mesmo nome.Quem assume a direção do projeto é, curiosamente, Spike Lee, um dos diretores americanos mais aclamados e conhecido por obras primas do cinema como 'Faça A Coisa Certa'. Aqui, o cineasta tenta transformar o show teatral de David Byrne em uma experiência cinematográfica. Além do entretenimento do espetáculo, o filme aborda questões sociais importantes como a importância do voto, além de em certo momento da apresentação prestar homenagem a pessoas negras vítimas ou silenciadas por autoridades (entre elas está a vereadora Marielle Franco). É um filme muito elogiado, com um entretenimento constante e com mensagens sociais comandadas por um dos grandes nomes do cinema ativista americano.
![Infiltrado na Klan](https://media.filmelier.com/images/filmes/thumb/blackkklansman43050.jpeg)
Infiltrado na Klan
Baseado em uma história real (ainda que com algumas liberdades poéticas, ainda mais em seu último ato), ‘Infiltrado na Klan’ conta o momento no qual um policial negro (interpretado por John David Washington, filho de Denzel Washington) conseguiu se infiltrar na organização extremista Ku Klux Klan. Nos encontros presenciais ele, claro, era substituído por outro oficial, branco, vivido por Adam Driver (‘Star Wars: O Despertar da Força’). Apesar de serem eventos passados, o filme reverbera acontecimentos extremamente atuais, criticando o atual governo dos EUA (e do presidente Donald Trump) – além de recapitular a origem da KKK a partir do filme ‘O Nascimento de uma Nação’. A direção é de Spike Lee (‘Faça a Coisa Certa’), que traz o seu estilo característico, incluindo referências a ‘...E o Vento Levou’.
Drama
![Todo Tempo que Temos](https://media.filmelier.com/tit/d8l7bw/thumb/we-live-in-time_4T10r3I.jpeg)
Todo Tempo que Temos
Após um encontro inusitado, uma talentosa chef de cozinha e um homem recém-divorciado se apaixonam e constroem o lar e a família que sempre sonharam, até que uma verdade dolorosa põe à prova essa história de amor.
![A Musa de Bonnard](https://media.filmelier.com/tit/vrEk27/thumb/bonnard-pierre-marthe_f0Pkq7s.jpeg)
A Musa de Bonnard
A Musa de Bonnard (Bonnard: Pierre & Marthe) - Dirigido pelo talentoso Martin Provost (conhecido por "Séraphine"), somos transportados para a intimidade do estúdio parisiense onde Pierre Bonnard e Marthe começam uma jornada de amor e arte. Este drama, aclamado no Festival de Cannes, desvela a relação complexa entre o renomado pintor e sua musa, destacando-se não apenas pelas performances autênticas de Macaigne e de France, mas também pela forma como captura a intersecção entre romance persistente e expressão artística. A narrativa, enriquecida por detalhes visuais encantadores e um profundo mergulho nos desafios e triunfos do casal, oferece um retrato comovente e educativo sobre a vida dos artistas no alvorecer da arte moderna.
![Camponeses](https://media.filmelier.com/tit/P39qx1/thumb/the-peasants_DVNPwyY.jpeg)
Camponeses
Camponeses (The Peasants) é um filme de animação dos mesmos diretores de Com Amor, Van Gogh (Loving Vincent), usando a mesma técnica inovadora, que pode ser descrita como "rotoscopia pintada a óleo". Baseado no romance premiado com o Nobel, Os Camponeses (1904), de Władysław Reymont, trata-se de uma história de desejo e vingança contada em quatro episódios, um para cada estação do ano. A trama, ambientada na Polônia no início do século XX, segue uma jovem camponesa que causa estragos ao casar-se com um homem mais velho e rico, cujo filho também a deseja, apesar de ser casado. É um relato poderoso e desolador, mas convencional, sobre violência e misoginia, um tanto ofuscado pela sua belíssima e prodigiosa execução visual.
![Suite Francesa](https://media.filmelier.com/tit/wYiygd/thumb/suite-francaise_zKDPaSk.jpeg)
Suite Francesa
No início da ocupação nazista na França floresce um romance entre uma camponesa e um soldado alemão. Baseado no Best-seller internacional de Irène Némirovsky. Com Michelle Williams (O Segredo de Brokeback Mountain). *7.0*IMDb
![La suprema](https://media.filmelier.com/tit/BlAcYh/thumb/la-suprema_ZrB_f9Q.jpeg)