Più o meno per Nespolo (+o-x Nespolo)

O filme é uma investigação de estilo (e historiográfica) sobre a relação com o seu tempo e o ambiente que o cerca, incluindo o mundo de seus contemporâneos ou com quem ao longo dos anos desenvolveu uma relação pessoal, intelectual ou afinidade no trabalho. Por meio de uma série de entrevistas com eles, complementadas por comentários pessoais de críticos, acadêmicos e colecionadores, a intenção é criar uma paisagem heterogênea, fragmentada e única ao mesmo tempo, como o estilo de Nespolo. Paralelamente as entrevistas são intercaladas, relatando eventos durante o processamento (inaugurações, conferências, cerimônias de premiação), incluindo o artista dedicado ao trabalho individual, momentos de trabalho pessoal, passagens de trabalho com a equipe, e claro uma seleção de obras exibidas em museus ou ocasiões públicas na presença do próprio Nespolo. Completam o filme segmentos específicos de sua produção cinematográfica, que não apenas parecem outra peça da carreira artística de Nespolo, mas também funcionam como um documento do clima cultural de Turim desde os anos sessenta até hoje. O primeiro grande cenário do filme é o estudo do próprio Nespolo e o Mole Antonelliana no período em que o Museu do Cinema hospedou a equipe dedicada ao artista. As entrevistas e filmagens das operações são acompanhadas e intercaladas com filmagens de bastidores feitas seis meses de conhecimento íntimo do artista. A contaminação entre a figura do filme documentário e o relato mais imediato é feita principalmente através do contraste entre as filmagens em mini-DV (bastidores e reportagens) e as em HD (nas entrevistas mais estruturadas, filmagens das obras). Rejeitando a narração, o documentário mostra compostos não diferentes dos quadros do próprio Nespolo. Justapondo diferentes tipos de abordagens, o filme consegue uma unidade através da fragmentação e descontinuidade. Cada peça é independente, mas puxada para a outra cria mais significado. Sem limitação (a produção de Nespolo é enorme) tenta-se oferecer as chaves para entender um dos artistas italianos mais populares e criticados ao mesmo tempo. O trabalho se dirige à distribuição mais ampla possível, tanto para o público que deseja se configurar como simples fãs de interesse artístico para especialistas do setor, não só por curiosidade ou originalidade. Supõe-se que forneça uma análise e descoberta que por sua vez gera perguntas e diálogo, reflexão sobre o homem, a relação que ainda pode ter contra o contemporâneo.