The Cockroach and the Ant

Um pai e sua filha vivem em uma grande casa escondida numa floresta. A garotinha está lentamente perdendo a memória, esquecendo pequenos detalhes de sua vida cotidiana, rostos, momentos e objetos que antes lhe eram familiares. Para ajudá-la a recuperar suas memórias, o pai busca, todos os dias, itens conectados ao seu passado, incluindo suas flores favoritas, na esperança de que, através da visão ou do cheiro, algo possa ser despertado dentro dela. Durante uma das explorações na floresta, um encontro inesperado com uma barata rompe a rotina deles: o inseto brilha e se mistura às memórias conturbadas do pai. De alguma forma, a menina não sente nojo ou medo, muito pelo contrário, ela fica fascinada. Ela vê algo especial em seu novo "amigo" e decide levá-lo para casa, para cuidar dele. Um dia, enquanto segue a barata, a menina se aventura sozinha na floresta, se perdendo entre as árvores e sem conseguir encontrar o caminho de volta. O pai a verá novamente, mas com uma reviravolta surpreendente no enredo. Através de três linhas do tempo entrelaçadas, o filme flui entre diferentes perspectivas, criando uma conexão entre a realidade e a imaginação. Até mesmo o vínculo entre pai e filho é inesperadamente invertido. O conceito do curta-metragem está enraizado na necessidade de explorar a relação entre pais e filhos, e os desafios que uma jovem enfrenta ao crescer, tornando-se um adulto e procurando sua própria identidade. As crianças crescem e aprendem a dar seus primeiros passos no mundo através dos olhos e ações de seus pais. Para as crianças, um elemento-chave para entender a si mesmas e o mundo é fornecido pela cautela dos pais. Por outro lado, quando os pais são negligentes, distantes ou distraídos, as crianças podem sofrer consequências diferentes e duradouras. A trilha sonora original, composta especificamente para o filme, acompanha os personagens através de diferentes tempos, adicionando profundidade às suas emoções e criando uma continuidade sutil e emocional entre a imaginação e a realidade. Sons e música desempenham um papel fundamental em destacar e sublinhar as transições entre passado, presente e a percepção onírica. A gradação de cores é intencionalmente não uniforme. Isso ajuda a diferenciar as sequências oníricas (ligadas à imaginação da mãe) daquelas que mostram a realidade, enfatizando a fratura entre o que foi e o que está sendo vivido no presente. A barata, um personagem chave da narrativa, foi criada usando software e animações 3D. Essa foi praticamente a única forma de dirigir e gerenciar aqueles movimentos e ações que, de outra maneira, seriam difíceis (ou impossíveis) de alcançar. Um ambiente controlado e a possibilidade de usar um modelo 3D dirigido ajudaram a tornar o simbolismo da barata ainda mais impactante na narrativa do filme.