Lançamentos da semana de 17 de abril de 2020

Adolf Hitler cometeu suicídio do crepúsculo da Segunda Guerra Mundial - e o Pé-Grande não existe, certo? Talvez seja bom você rever os seus conceitos, ao menos dentro do universo do filme ‘O Homem que Matou Hitler e o Pé-Grande’. Sam Elliott (indicado ao Oscar por ‘Nasce Uma Estrela’) é o lendário herói que matou o führer e, agora, é chamado para enfrentar uma criatura também lendária, que, veja só, seria responsável por espalhar uma nova espécie de gripe, muito mais mortal do que a habitual. O resultado final é surpreendentemente original dentro dos filmes B de ação, se mostrando um verdadeiro estudo de personagem do protagonista. Lançamento inédito no Brasil, que não foi exibido no circuito comercial dos cinemas e chega diretamente para o streaming. [-]

Nove anos depois da dramédia ‘Até a Eternidade’, a sequência ‘Estaremos Sempre Juntos’ ressurge com os mesmos pontos positivos que tornaram o primeiro longa-metragem um sucesso. O elenco continua sendo o destaque absoluto, com atores como François Cluzet, Marion Cotillard, Gilles Lellouche e Jean Dujardin. E a trama também se mantém saborosa: com dilemas do cotidiano, mostra a crise de meia idade de um dos personagens, que tenta fazer um reencontro de antigos amigos. Não há grandes reinvenções em ‘Estaremos Sempre Juntos’, que tem a cara do cinema francês contemporâneo. Mas, talvez por isso, seja bom de assistir. Mostra a vida como ela é. Sem filtros e com uma pitada de comédia. [-]

Depois de dirigir um documentário sobre o diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello, o cineasta Greg Barker decidiu levar a história para a ficção neste drama exclusivo da Netflix. E não é uma tarefa fácil: afinal, o diplomata, de alto cargo na ONU, viveu muitas vidas. Apaziguou guerras, cessou conflitos, fez acordos globais. Na intimidade, teve problemas, amou, sofreu. E ainda que Barker tenha acertado o tom desse mosaico de sentimentos, quem rouba a atenção em ‘Sergio’ é o protagonista Wagner Moura. O ator, que tem uma boa química com Ana de Armas em cena, traz confiança para o papel. Fala em inglês, francês, espanhol, português. Se emociona, alavanca a sensibilidade da situação. Mostra, assim, que é um dos grandes atores da atualidade. Pena que o filme se perde em alguns momentos, caindo em ritmo e emoção. Se fosse mais consistente, principalmente em termos de roteiro, seria o grande filme da carreira de Wagner Moura. Mas o essencial está aqui: boa trama, atuação exemplar e a história de um brasileiro chegando ao mundo todo. [-]

Os efeitos nocivos dos padrões de beleza construídos e normalizados pela mídia durante anos são bem conhecidos, principalmente nos impactos negativos na saúde (mental e física) das pessoas que se enquadram ou não nestes padrões. ‘Uma Doce Vingança’ é um filme italiano motivador que entra na tendência de comédias românticas recentes (como 'Dumplin' ou 'Megarrromântico', para citar dois exemplos recentes) que procuram romper com o ditos padrões de beleza física e a prejudicial representação feminina na tela, com base em uma premissa que, infelizmente, é muito frequente nesta época: bullying nas redes sociais. Mais atual e relevante, impossível. Também é um lançamento que chega primeiro ao streaming. [-]

Este provocante drama francês se passa em uma época de mais pudores e controles sociais, mas que não impede o florescimento de um amor proibido entre uma jovem noiva e a artista que deve retratá-la em um quadro. Dessa forma, ‘Retrato de Uma Jovem em Chamas’ mistura uma ótima reconstrução de época, uma bela fotografia e uma romance intenso – que só ganha com as atuações de Adèle Haenel (‘A Garota Desconhecida’) e Noémie Merlant (‘Curiosa’). Mais um destaque na filmografia da diretora e roteirista Céline Sciamma, que já assinou produções como ‘Tomboy’, ‘Garotas’ e ‘Lírios d’Água’. Lançamento no Vivo Play e SKY Play, chegando às plataformas NOW, iTunes/Apple TV e Google Play, entre outras, nas próximas semanas. [-]

Junto com o cinema de comédia escrachada, o Brasil tem vivenciado uma produção intensa de filmes espíritas. Títulos como ‘Nosso Lar’, ‘Chico Xavier’, ‘Kardec’ e ‘A Menina Índigo’ levaram o público para as salas de cinema, em busca de histórias inspiradoras sobre fé e religião. Agora, mais uma produção se junta a essa lista de sucesso: é ‘Divaldo: O Mensageiro da Paz’, filme que se debruça sobre a vida e história do médium baiano Divaldo Pereira Franco. Ainda que o longa-metragem apele para uma emoção excessiva e use clichês do gênero religioso, a trama deve impactar o público espírita que busca histórias inspiradoras e reflexivas. Destaque, ainda, para a boa atuação de Bruno García como o médium. Há uma sensibilidade em seus gestos e falas que ampliam ainda mais a emoção. [-]

‘Altos Negócios’ é um filme sobre a explosão de grandes construções e mega projetos de engenharia após (ou até durante) grandes crises financeiras, muitas vezes a qualquer preço. Uma das primeiras produções da Netflix realizada na Alemanha, conta a história de cobiça e ambição, ao estilo de ‘O Lobo de Wall Street’ e ‘A Lavanderia’, mas dentro de um contexto europeu contemporâneo. É um longa cheio de excessos, mas com narrativa convencional, e com boas atuações de David Kross ('O Leitor'), Emily Goss ('Criminal Minds') e Frederick Lau ('A Onda'). [-]

Nos últimos anos, com o saturamento de temas óbvios sobre a Segunda Guerra Mundial, o cinema tem tentado buscar ângulos diferentes do conflito. O excelente ‘Bárbara’, por exemplo, se aprofundou nas dores do povo alemão. ‘A Estrada 47’ ressaltou a presença dos pracinhas brasileiros na Guerra. E, agora, ‘Meu Nome é Sara’ mostra a dor dos ucranianos e poloneses. Com uma fotografia deslumbrante, o filme já acerta ao trazer atores da região. A protagonista, vivida pela estreante Zuzanna Surowy, é um acontecimento: traz complexidade à sua personagem, uma garota judia que se refugia na casa de estranhos para se salvar do nazismo. É uma pena, porém, que o diretor Steven Oritt, estreante em longas de ficção, use o inglês como língua oficial. Tira um pouco da magia e ainda deixa o tom do filme com um pé no novelesco. Ainda assim, ‘Meu Nome é Sara’ mantém a originalidade. Afinal, não é todo dia o cinema destaca as dores de uma menina ucraniana. [-]

Poderíamos citar muitas séries que, após sua trajetória original em uma rede de televisão tradicional, foram resgatadas pela Netflix, com resultados muito variados. Porém, nenhum se compara ao caso de 'La casa de papel', uma série espanhola que acabou figurando, ao lado de títulos como 'Stranger Things' e 'Ozark', no Olimpo de produções mais populares na maior plataforma de streaming do mundo. Com entrevistas com os criadores e elenco, 'La casa de papel: El fenómeno' narra a queda inicial da série, e o ressurgimento como uma fênix que voa alto na cultura popular, com um impacto que tornou a série uma espécie de herdeira de 'V for Vingança' (com o macacão vermelho e as máscaras de Salvador Dalí no lugar de Guy Fawkes) como símbolos da geração que passou pela crise financeira de 2008. Exclusivo Netflix. [-]

Bebendo da fonte de ‘Red Sparrow’, produção com Jennifer Lawrence, o interessante ‘O Ritmo da Vingança’ é daqueles filmes que jogam no seguro. Protagonizado por uma estranha Blake Lively (do suspense ‘Águas Rasas’), o longa-metragem brinca com as possibilidades que existem por trás da história de uma agente secreta. Não há, aqui, as cores de ‘Atômica’ ou a vivacidade de ‘Nikita’, por exemplo. Mas, ainda assim, a diretora Reed Morano (do interessante ‘Meadowland’) traz um ritmo interessante ao longa, que deve agradar àqueles que buscam um entretenimento rápido e direto ao ponto. Ainda por cima, conta com participações de Jude Law e Sterling K. Brown, que dão um gás a mais ao filme - que estreia no Brasil primeiro no video on demand. [-]

Mistura de uma história do Stephen King com a essência de um episódio de ‘Black Mirror’, o longa-metragem ‘O Quarto dos Desejos’ é um suspense com ares pouco tradicionais. A trama principal mostra um casal indo morar numa casa afastada, até mesmo um pouco suntuosa. Tudo vai bem até que eles descobrem um quarto escondido. E ao contrário da expectativa, nada de fantasmas, como em ‘O Quarto dos Esquecidos’. O que eles encontram ali é uma “entidade” que materializa qualquer desejo dito em voz alta. Dinheiro? Um quadro original do Van Gogh? Bebida? Tudo a apenas um pedido. A partir daí, o diretor Christian Volckman (da animação ‘Renaissance’) modula o longa-metragem em tons de ficção científica, terror e thriller, sem nunca perder o fio da meada. No final, quando a ideia do roteiro extrapola seus limites, é determinante. Alguns espectadores vão achar um absurdo. Perda de tempo. Outros devem se empolgar e até torcer por uma sequência. Lançamento direto para o VOD. [-]

Ao longo dos últimos anos, filmes que misturam a temática cristã com os bastidores da música gospel cresceram em força e importância. O longa-metragem ‘Eu Só Posso Imaginar’, sobre as composições de Bart Millard, foi sucesso de bilheteria em 2018, por exemplo. Agora, o Brasil começa a se aventurar no subgênero com o filme ‘Quando o Sol se Põe’. Com direção de Fábio Faria e protagonizado por Priscila Alcântara, ex-apresentadora do ‘Bom Dia & Cia’, o longa-metragem conta a história de uma banda que tenta romper desafios e evitar a falta de harmonia. Lembrando (na estética, na forma e nas atuações) novelas da Record e do SBT, o filme deve emocionar o público cristão, que busca histórias inspiradoras, leves e com lições de fé. Mais um lançamento direto para o streaming. [-]

Imagine o filme ‘Ela’ como um besteirol de comédia. Coloque uma pitada de ‘Black Mirror’. O resultado é ‘Jexi, um Celular sem Filtro’. Protagonizado por Adam DeVine, que desde seu papel na série ‘Modern Family’ vem se especializando em tipos bobos e escrachados, o filme explora temas como solidão, dependência tecnológica e relacionamentos modernos com uma embalagem de humor bem particular. Os diretores Jon Lucas e Scott Moore seguem a fórmula que já os consolidaram em filmes como ‘Perfeita é a Mãe’ e ‘Finalmente 18’: pouca trama, desenvolvimento bobinho e piadas que tentam agradar todo mundo. Mas, no final, é um filme que vai servir só para aqueles que buscam diversão rápida e esquecível. Filme que estava em cartaz quando os cinemas fecharam por conta da pandemia de covid-19, chegando mais cedo ao streaming. [-]

Esta produção violenta é dirigida por Julien Leclercq, um cineasta francês conhecido por suspense intenso como 'Lukas' (com Jean-Claude Van Damme) ou 'Carga Bruta'. 'A Terra e o Sangue' não decepciona nesse quesito, então você pode esperar um thriller de ação bem feito sob a premissa antiga e comprovada de um homem (ou um grupo deles) contra um exército de bandidos. O ritmo da edição eleva a tensão ao limite e, embora o longa em si não revolucione o gênero nem mude a sua vida, certamente o manterá envolvido - principalmente se estiver procurando entretenimento puro e simples. Exclusivo Netflix. [-]

‘Kursk: A Última Missão’ causa uma estranha sensação de dèjá vu. Parece um filme que já passou nos cinemas e que já foi assistido algumas vezes. Afinal, a trama de um submarino preso no fundo do Oceano repete, em um primeiro momento, as sensações e emoções de outras histórias, como os recentes ‘Alerta Lobo’ e ‘Fúria em Alto Mar’ ou, ainda, o clássico alemão ‘O Barco, Inferno no Mar’. No entanto, lá no fundo, o diretor dinamarquês Thomas Vinterberg (do excelente ‘A Caça’) encontra elementos que diferenciam sua nova produção de outras tramas similares. O elenco, por exemplo, é todo formado por atores de diferentes origens: têm ingleses (Colin Firth), franceses (Léa Seydoux), suecos (Max von Sydow) e até belgas (Matthias Schoenaerts). E na essência de ‘Kursk’, mais do que um drama sobre tripulantes naufragados, é possível encontrar uma trama de humanidade e muita emoção. [-]

Este é o segundo remake do clássico cult de 1974 (chamado no Brasil de ‘Noite do Terror’), desta vez produzido pelo estúdio Blumhouse Productions, responsável por sucessos de terror como 'Corra!', ‘Atividade Paranormal’, ‘O Homem Invisível’, entre outros. No entanto, este ‘Natal Sangrento’ é estrelado apenas por mulheres, o que nos dias do movimento #MeToo oferece uma abordagem feminista nova e oportuna para a trama. Como slasher, não traz nada de particularmente novo, mas certamente é divertido e eficaz se você estiver procurando se divertir com um filme de terror. Longa-metragem inédito no Brasil. [-]

Com o aumento da popularidade do crossfit em todo mundo, cresce também o olhar sobre a vida de atletas, concursos, competições e o dia a dia de quem pratica o esporte. E são sobre esses temas que se debruça o documentário ‘The Fittest’. Dirigido por Heber Cannon e Marston Sawyers, que estão se especializando na temática nos cinemas, o longa-metragem mostra os bastidores de uma competição de crossfit e como os atletas são levados ao limite, em situações de esforço físico extremo. E é claro: o público que pratica a modalidade é que vai se identificar com a trama e se entreter com os desafios dos atletas. Lançamento exclusivo do VOD. [-]