Lançamentos online da semana de 16 de julho de 2021

Uma das realizadoras mais interessantes na leva moderna de cineastas japoneses, Naomi Kawase conta um dos dramas familiares mais intensos do ano nos cinemas. Sem clemência, a diretora se debruça sobre a história de um casal que decide adotar uma criança após anos tentando engravidar. A partir daí, mergulhando num caldeirão cultural e social interessante, entendemos melhor o tabu que envolve a adoção de crianças no Japão e, principalmente, o caminho para aquela criança chegar na vida do casal de protagonistas. A história poderia ser melhor desenvolvida e com menos obviedade no roteiro. No entanto, o melodrama é presente e faz o espectador entrar em uma realidade pouco vista do Japão. [-]

Esse filme mistura ‘O Segredo da Cabana’ com ‘Midsommar’ e a geração que cresceu com a franquia ‘Evil Dead’, de Sam Raimi - ele é até citado na produção. Não é o tipo de história que vá agradar muita gente. Se você for com poucas expectativas, talvez se surpreenda, do contrário talvez só encontre falhas. No entanto, a grande semelhança com a história de Raimi é que a ideia aqui é não se levar a sério e apenas se render ao entretenimento - digamos de passagem, barato - de ‘Um Clássico Filme de Terror’. De fato, os itens para se fazer uma produção de terror estão ali, até porque o gênero atualmente não anda lá tão interessante e por conta disso, esse filme consegue se destacar por entregar algo diferente - apesar das referências já conhecidas. [-]

Filme que segue uma linha bem clara de dramas de ação que buscam engrandecer o exército norte-americano, ‘O Resgate: O Dia da Redenção’ acompanha a história específica de um fuzileiro dos Estados Unidos que, depois de combater inimigos no campo de batalha, parte para a missão mais arriscada de sua vida: salvar sua esposa de um sequestro. Com a presença marcante de Andy Garcia no elenco, além do esforço de Gary Dourdan (‘Alien: A Ressurreição’) em ser um bom protagonista de filmes ao estilo “tiro, porrada e bomba”, ‘O Resgate: O Dia da Redenção’ é um bom passatempo para aqueles que gostam de filmes com a adrenalina nas alturas. Dourdan pode não ser nenhum Sylvester Stallone ou Arnold Schwarzenegger, mas mostra que tem potencial para se aproximar de nomes como Scott Adkins -- que estão sempre por aí, em filmes de ação para nos ajudar a passar o tempo. [-]

Depois da versão inicial, que foi para os cinemas, com 2h33; e a Redux, lançada em 2001, com longas 3h22, o cineasta Francis Ford Coppola coloca um estrondoso ponto final nas idas e vindas dessas versões que nascem na sala de edição. Em ‘Apocalypse Now Final Cut’, com 3h03, acompanhamos novamente a jornada do capitão Benjamin L. Willard (Martin Sheen, no melhor papel de sua carreira), que recebe a incumbência de matar o Coronel Kurtz (Marlon Brando), que enlouqueceu e criou um exército próprio. Mas, para isso, Willard terá que enfrentar um terreno perigoso -- os rios e florestas do Vietnã. Apesar de ainda ter algumas gorduras aqui e ali, como o jantar com os franceses, o filme está realmente em sua melhor forma: direto ao ponto, com alguns acréscimos que mexem com a história e dão novas dimensões. No entanto, vale dizer que quem assistiu aos outros filmes de ‘Apocalypse Now’ também teve em suas mãos a mesma força da jornada de Willard. Afinal, em todas as versões, as cenas históricas estavam lá (os helicópteros ao som de ‘Cavalgada das Valquírias’, por exemplo) e, acima de tudo, a importância dessa história de resistência e superação. Agora, é só torcer para Coppola não vir com mais uma versão em breve. Afinal, agora, já dá vontade de sentir “cheiro de napalm pela manhã”. [-]

Depois de um primeiro filme com personagens desinteressantes e um segundo um pouco mais consistentes, ‘Rua do Medo: 1666 - Parte 3’ busca ficar com uma marca positiva na memória do público. Afinal, esta produção novamente dirigida por Leigh Janiak é a última parte da história da bruxa que assombra uma cidadezinha nos Estados Unidos -- e também é inspirada em um livro de R.L. Stine. Aqui, mais especificamente, a produção mergulha na origem dessa personagem que assombra os jovens protagonistas desde o primeiro filme, entrando de cabeça na brutalidade do século XVII. Há mais referências ao cinema macabro e que busca assustar com uma violência ou jumpscares desenfreados, como ‘A Bruxa de Blair’. Funciona, ainda mais com o interessante retorno da maioria dos personagens que vimos nos outros dois filmes. Ainda tem problemas, e não atinge plenamente o ideal de despertar a nostalgia do público. Mas diverte com violência, crimes e um tom macabro. [-]

Logo de cara, o elenco de ‘Pequenos Vestígios’ surpreende. Rami Malek (‘Bohemian Rhapsody'), Denzel Washington (‘Dia de Treinamento’) e Jared Leto (‘Clube de Compras Dallas’) formam o trio principal. Enquanto isso, a trama conta a história do delegado adjunto do condado de Kern, Joe "Deke" Deacon (Washington), que é enviado a Los Angeles para o que deveria ser uma rápida coleta de provas. Em vez disso, ele se envolve na busca por um assassino em série que está aterrorizando a cidade. À frente do caso, Jim Baxter (Rami Malek), delegado do Departamento de Polícia de Los Angeles, impressionado com os instintos de Deke, designa o policial, extraoficialmente, para ajudá-lo. Com ecos de ‘Seven’, o longa-metragem tenta complicar mais a história do que é possível, se embaralhando em idas e vindas difíceis de decifrar. Ainda mais com uma direção confusa e sem personalidade de John Lee Hancock (‘Estrada sem Lei’). Mas pelo menos Denzel Washington está um espetáculo na tela, com seus tiques e manias aperfeiçoando ainda mais o personagem. [-]

'Minha Amiga Amanda' é um filme filipino de romance e exclusivo da Netflix, marcando a estreia na direção de Alessandra de Rossi, conhecida por sua carreira extensa como atriz, tendo inclusive trabalhado com o cultuado diretor filipino Lav Diaz. O filme conta a história de um homem e uma mulher que possuem uma amizade única, mudanças ocorrem em suas vidas mas o laço entre eles não se quebra, mesmo com as diferenças na vida de cada um. É protagonizado pelo ator Piolo Pascual, também modelo e cantor, e que definiu o filme como "uma visão diferente sobre histórias de amor". Vale a pena ver esse com o seu crush! [-]

Escrito por e estrelado por Wu Ke-Xi, esta é uma obra surrealista que talvez ficasse ainda mais interessante se a taiwanesa tivesse assumido também a direção. No entanto, o cineasta Midi Z encarou muito bem sua função, de uma forma muito artística, mas fica a ressalva que um olhar feminino seria muito bem-vindo. A história acompanha uma atriz em ascensão que consegue um papel em um filme que pode moldar sua carreira. Entretanto, o trabalho exige demais dela, principalmente devido às cenas de nudez. ‘Nina Wu’ é um retrato dos bastidores da indústria cinematográfica - especificamente se tratando de relação entre atrizes e diretores. A protagonista é uma figura cativante e identificável, que te aproxima das artistas e de como deve ser difícil enfrentar tudo o que elas estão sujeitas no trabalho. [-]

O filme parte de uma ideia interessante, que é colocar atores e dançarinos interpretando os mesmos personagens e com gêneros diferentes. No entanto, isso acaba confundindo o desenvolvimento da trama e algumas coisas vão se perdendo no caminho. Entretanto, ‘Aviva’ consegue ser bonito, bem coreografado e diferente, funcionaria muito bem como uma peça de teatro. Um drama romântico sobre o quão difíceis são os relacionamentos usando a criatividade - expressada por danças - como pano de fundo. [-]

Seguindo o sucesso do belíssimo documentário ‘Emicida: Amarelo - É Tudo Pra Ontem’, que mostrava os bastidores do show, agora acompanhamos o espetáculo em si - que é realmente digno de cinema para quem não pode ver ao vivo - do rapper brasileiro. ‘AmarElo - Ao Vivo’ é o registro da apresentação dele no Theatro Municipal de São Paulo, em uma noite que ficou para a história. Emicida é um dos artistas mais importantes do Brasil e esse show é apenas mais uma prova disso. Através das músicas, navegamos pela bagagem cultural brasileira que muitas vezes é deixada de lado, e além disso o músico busca sempre mostrar que o Brasil é um fruto do movimento negro, completamente alheio de muitas representações no país. [-]

Mais uma aventura de Luccas e Gi envolvendo um mapa que eles encontraram quando estavam de férias no sítio da vovó. Usando a fórmula de sucesso dos filmes anteriores, essa é a sequência de ‘Luccas Neto em: O Mapa do Tesouro’. O youtuber, que é um fenômeno entre as crianças, conta novamente com a parceria de Giovanna Alparone para encontrar uma joia que pode mudar o mundo. Dessa vez, eles vão estar acompanhados de uma elfa chamada Estela e terão que lidar com dois vilões. Ótimo filme para ver em família e se divertir com a criançada. [-]

‘A Interrupção’ é uma distopia com quase cinco horas de duração do diretor filipino Lav Diaz. É preciso de uma preparação para encarar uma história tão longa, ainda mais assistindo em casa - ver no cinema facilitaria um pouco pois não tem distrações. O filme teve uma estreia na Quinzena dos Realizadores, mostra de Cannes, em 2019 e chegou ao Brasil dois anos depois. A narrativa é situada em um futuro distópico, em 2034, onde o Sudeste Asiático mergulhou em uma escuridão após muitas erupções vulcânicas. A história é muito interessante, consegue fazer um paralelo interessante com o mundo contemporâneo e os problemas acarretados devido a destruição do meio-ambiente. Lav Diaz chegou a dizer que o mundo perdeu a esperança no futuro e sua ideia é trazer um cinema que restaure esse sentimento. [-]

'O Guia da Família Perfeita' é um dramédia canadense exclusiva da Netflix, dirigida pelo experiente Ricardo Trogi, que também dirigiu os filmes 'Les Simone' e 'Québec-Montréal'. Ele conta a história de um casal que lida com os desafios de criar seus filhos em uma sociedade obcecada pelo sucesso e pelas imagens nas redes sociais. O filme trata isso com um humor leve e descontraído, e é uma ótima escolha para pais que procuram um filme divertido e relacionável para se distrair depois de um longo dia com as crianças. [-]

‘Olhos Cinzentos’ se passa em um futuro pós-apocalíptico, onde a humanidade não é mais capaz de ver cores e uma cientista inventa um remédio capaz de curar as pessoas. Infelizmente, ela morre e deixa sua criação para uma garotinha, Ana, que se torna alvo de um médico perverso. Agora, Ana carrega nas costas o peso de fazer com que a humanidade volte a acreditar mais no mundo e - literalmente - a enxergar as cores. Este é um filme B muito bem feito e interessante, a alusão de cores com a esperança é bem poética. A história é, sem dúvida, bastante original. [-]

‘Meios-Irmãos’ é aquele filme de comédia que te fará rir e depois chorar. A história é bem cômica, mas também emotiva - que somada a trilha sonora é a fórmula do sucesso para emocionar os espectadores. Esta é a típica produção que você pode julgar como boba e acaba se surpreendendo. ‘Meios-Irmãos’ fala sobre família, pertencimento, colonização e de como nossas diferenças são importantes. O filme consegue tratar de uma forma inteligente a relação entre Estados Unidos e México, que sabemos que é bem complicada e que existe um forte preconceito com os latinos. [-]

'Encaixe Perfeito’, um filme de romance indonésio e exclusivo da Netflix, conta a história de uma blogueira de moda que conhece um talentoso sapateiro, e com isso começa a questionar seu casamento. A diretora Hadrah Daeng Ratu já dirigiu alguns filmes, porém esse é o primeiro trabalho que sai da esfera da Indonésia. Ela citou em uma entrevista que se inspirou em 'Cinderela' para a criação desse filme. Um fato curioso que vale mencionar: este é o primeiro filme indonésio produzido pela Netflix. [-]

O diretor R. Ellis Frazier gosta de fazer filmes de ação com uma pegada de submundo -- mesmo que mostre espiões e agentes secretos, como é tradicional no meio. E é exatamente isso que acontece em ‘O Legado’. Roteirizado por Robert Orr (‘Anjos da Noite: A Rebelião’), o longa-metragem conta a história pai e filho que, numa viagem de caça no deserto, são transformados em presa por assaltantes desconhecidos. Assim, eles são inesperadamente unidos em sua luta pela sobrevivência por um estranho que revela a verdade perturbadora sobre o pai biológico do filho e por que esse senhor do crime enviou assassinos treinados para matar o adolescente. É, em resumo, uma produção um pouco atrapalhada em sua ideia e execução, típica dos filmes de Frazier. Mas que pode agradar aqueles que apenas buscam um filme de ação descompromissado para passar o tempo. [-]

‘Medo de Amar’ originalmente ganhou o título de ‘Philophobia’, do português filofobia, que é o medo irracional de amar ou se apaixonar por alguém. Partindo deste ponto, este filme trata exatamente disso. Usando adolescentes, a história se desenrola mostrando suas vulnerabilidades e traumas que sofreram na infância, geralmente por conta de famílias disruptivas. A narrativa é dominada por solidão e uma busca incessável, dos protagonistas, por algo que não existe, que é alguém ideal. Depois de um tempo aprendemos que perfeição não existe e que pessoas sempre vão ter falhas, e tudo bem. ‘Medo de Amar’ traz uma história diferente e que relaciona bem com o mundo atual, especialmente por falar desse pavor de compromisso que tem se tornado cada vez mais comum entre os jovens. Essa é a estreia na direção de Guy Davies e ele faz um belo trabalho. [-]

'Rede Privada: Quem Matou Manuel Buendia?' é dirigido por Manuel Acalá, produtor do elogiado 'Museu', de 2018. O filme retrata a vida de Manuel Buendia, um jornalista que foi assassinado em 1984 à porta do seu escritório na Cidade do México. Passaram-se 35 anos da morte do jornalista, e o documentário reúne diversos fatores para tentar responder uma questão: quem matou Manuel e porquê? Este é mais um documentário criminal produzido pela Netflix, é uma boa pedida pra quem já gosta dos outros títulos disponíveis na plataforma, como 'Por Dentro da Mente do Criminoso' ou 'Cenas de Um Homicídio'. O filme é minucioso e tenta abordar o máximo de detalhes disponíveis sobre o caso. [-]

Filme que mistura a pegada das produções do canal Hallmark com qualquer livro escrito por Nicholas Sparks, mas com uma sacada curiosa: a inclusão da cultura Amish, grupo religioso cristão anabatista ultraconservador. Afinal, a história de ‘Siga seu Coração’ conta a história de Kathy, uma jovem que deixa a comunidade Amish para trás para ser escritora de guias de viagens. No entanto, ela precisa voltar pra casa para resolver alguns assuntos familiares pendentes -- e é aí que ela reencontra um antigo amor. Ainda que a diretora Sandra L. Martin evite, a questão religiosa acaba transbordando e dividindo espaço com o romance na tela. É preciso gostar, assim, dos dois temas para mergulhar de vez na história do filme. [-]

Quatro estudantes de medicina com insônia são atraídos por um experimento que sai do controle e agora eles precisam escapar antes que seja tarde demais… pescamos sua atenção? Pois esta é a premissa de 'Deep', um thriller tailandês que mistura elementos de ficção científica e fantasia, exclusivo da Netflix. É dirigido por cinco pessoas, a maioria diretores estreantes, o que é raro em produções da Netflix. O alto número de diretores também é algo incomum para filmes que não são antologias, o que confere uma narrativa interessante ao longa. Além disso, 'Deep' é dinâmico e intrigante, uma boa pedida para o fim de semana! [-]

Thriller de ficção científica com uma pegada distópica muito forte, ‘Dropa: A Retaliação’, dirigido e roteirizado por Wayne Slaten, acompanha a história de um agente do governo que sai da aposentadoria para rastrear um assassino extraterrestre que mata os ex-membros de sua equipe. Apesar de claras limitações técnicas e orçamentárias e com um elenco formado por Jason Douglas (‘The Walking Dead’), David Matranga (‘Ataque dos Titãs’) e James Hong (‘Os Aventureiros do Bairro Proibido’), o longa-metragem se equilibra na tênue linha entre ser um erro completo, beirando a vergonha alheia, e um filme bem intencionado que sabe usar a ficção científica e a distopia de um futuro sombrio à seu favor. [-]

Se você gosta de terror que se encaixa com tranquilidade na categoria “filmes B”, ‘O Chapeleiro Louco’ é o que você procura. Com a presença marcante de Michael Berryman (de ‘Quadrilha de Sádicos’), o longa-metragem conta uma história absurda, sem pé nem cabeça: um jovem que está desesperado com as imagens frequentes que vê de sua irmã, morta em um trágico acidente. E o que ele faz para resolver isso? Vai, junto com um grupo de alunos, para uma casa assombrada para passar por sessões de hipnose -- sim, nada disso faz o menor sentido. É um filme desconjuntado, com uma direção tortuosa da estreante Cate Devaney. Mas, como dito, deve agradar os fãs do cinemão de produções B. [-]