Lançamentos online da semana de 17 de setembro de 2021

Um drama delicadíssimo sobre a situação da Palestina e Israel, foi a escolha da Jordânia para representar o país no Oscar 2020. Um pai atravessa a fronteira entre os dois países para trabalhar até que seu filho é internado e ele precisa enfrentar tudo e todos para cruzar o muro que os separa. ‘A 200 Metros’ é um filme bem importante, pois ele consegue tratar sobre a disputa territorial que há anos acontece no Oriente Médio de uma forma muito honesta. A produção é simplista ao tratar disso e esse é um bom ganho, pois afinal o mais relevante ali são pessoas, mas infelizmente sabemos que as vidas humanas perdem o valor com entram interesses políticos. [-]

Michael Schumacher foi um dos maiores da história do automobilismo - se não for o maior. Ao estilo do documentário ‘Senna’, ‘Schumacher’ traz um olhar para o lado humano do heptacampeão da Fórmula 1 enquanto tenta construir as bases para um mito das pistas. A trinca de diretores Hanns-Bruno Kammertöns, Vanessa Nöcker e Michael Wech faz um trabalho competente ao envolver o espectador com a história, destacando a relação do alemão com aqueles mais próximos, as dificuldades no começo da carreira e os percalços até conquistar o mundo. Porém, o resultado final é, em diversos momentos, chapa-branca, evitando alguns conflitos, não fazendo questões mais incisivas e aliviando na crítica a Schumacher nessa tentativa de criar uma figura mais imaculada do que deveria. Falta justamente sujar mais a mão ao mergulhar nessa história, além de um pouco mais de contexto para quem não é iniciado no mundo da F1. Independente disso, quem gosta de documentários verá um relato tocante - enquanto os fãs de automobilismo vão encontrar ricas imagens de corridas do passado, com disputas (polêmicas!) de tirar o fôlego e o saudoso ronco dos motores V10 aspirados. [-]

Um drama brasileiro sobre uma adolescente trans que tenta começar uma nova vida em uma cidade no interior - e para sofrer menos preconceito omite sua transexualidade. O Brasil é um dos países que mais matam pessoas trans e também com um grande percentual de jovens que abandonam a escola por correrem esse risco. ‘Valentina’ é uma produção de suma importância na mídia, a protagonista Thiessa Woinbackk está impecável no papel e é ótimo saber que a personagem foi interpretada por uma atriz trans e não uma cis. Esse tipo de inclusão é bastante pertinente. O filme é bem delicado e consegue te fazer refletir sobre a sociedade machista e preconceituosa em que estamos inseridos. [-]

Chloé Zhao tem se destacado nos últimos anos. Afinal, a diretora vem se mostrando um nome a ser acompanhado, com um trabalho extremamente autoral e uma ótica singular sobre a realidade do sonho americano, além da grande parcela da população que é engolida pelos ideais de liberdade. Assim como em seu filme anterior, ‘Domando o Destino’, Zhao debruça seu olhar para o coração dos Estados Unidos, aos esquecidos e abandonados, pessoas que vivem como nômades, em busca de uma maneira para escapar da roda gigante capitalista, que priva os indivíduos de sua pessoalidade. Para isso, além da espetacular Frances McDormand, que entrega uma atuação extremamente íntima e tocante, Zhao trabalha majoritariamente com não atores, o que localiza o filme em um espaço único entre a ficção e a realidade. Pessoas reais com histórias reais, indivíduos marginalizados e ignorados pela sociedade que recebem a oportunidade de um retrato digno, sem glamour ou romantização, mas compreensivo e acolhedor. Assim ‘Nomadland’ se consagra como um drama realista potente, que dá voz aos ignorados e recorda a vastidão e pluralidade do país e de seu povo. [-]

O primeiro 'Esquadrão Suicida', lançado em 2016, foi tão polêmico que até mesmo o diretor, David Ayer, fez questão de ir à público para deixar claro que o corte de cinema não é a visão que ele tinha para aquela história. Cinco anos depois parece que a Warner Bros. aprendeu a lição: entregou total liberdade para que outro cineasta, James Gunn (de 'Guardiões da Galáxia'), produzisse um longa-metragem para o grupo de anti-heróis da DC sem qualquer limitação por parte dos executivos do estúdio. Longe também das rédeas da Disney e da necessidade de fazer algo mais "família", o diretor vai ao limite da violência e do humor ácido em 'O Esquadrão Suicida' - que, se evita o "2" no título para não se colocar como uma continuação de um fracasso de crítica, também não é exatamente um reboot. O que deu certo no primeiro longa está lá, incluindo a Arlequina de Margot Robbie, o Rick Flag de Joel Kinnaman e a Amanda Waller de Viola Davis. A eles, se junta um elenco de peso, que tem nomes como Idris Elba, Jai Courtney, Michael Rooker, John Cena, Alice Braga e Sylvester Stallone, todos em atuações hilárias e, ao mesmo tempo, chocantes. O roteiro é cheio de idas e vindas, e tédio é certamente uma palavra que não combina com a história - afinal, o que não falta é ação. Quem curte a mistura entre super-heróis, sarcasmo e anarquia, ao estilo 'Deadpool', vai amar. [-]

Muitas coisas marcam um casamento. Músicas, filmes, restaurantes e, é claro, viagens. Em ‘Sobre Nós’, novo filme do cineasta Stefan Schwartz (de séries como ‘The Boys’ e ‘NOS4A2’), o espectador é convidado a embarcar na viagem de um casal que, quase uma década depois, decide voltar ao destino da Lua de Mel. Buscando encontrar essa antiga sintonia, o casal mostra como os percalços da vida afetam um casamento. Destaque, aqui, vai para os diálogos do roteiro de Ross McCall que, como na trilogia do ‘Antes’, de Richard Linklater, acaba sendo o principal condutor para que o espectador entenda e compreenda a jornada de marido e mulher. Mas, vale dizer: talvez esta produção faça mais sentido para aqueles que já passaram por relacionamentos mais longos, já que fala com sentimentos íntimos e pessoais que só quem viveu um amor duradouro, talvez, possam compreender. [-]

Filme interessantíssimo sobre o cruel tratamento que elas mulheres recebem desde que o mundo é mundo. Sabemos o quanto a sociedade é misógina e esse filme dá uma boa pincelada nisso no século XIX. Baseado no livro de Victoria Mas e com direção de Mélanie Laurent, que também estrela o longa, vemos a importância de uma história dessas ter sido adaptada pela mente feminina. Laurent pode ser conhecida ainda como apenas a mulher que se vinga do Hitler em ‘Bastardos Inglórios’, mas sua importância no cinema vai além disso. Este é o sexto filme que ela atua como diretora e, após uma pausa de 10 anos, ela mostra como sabe exercer essa função muito bem. ‘The Mad Women's Ball’ é um retratado forte, desolador e extremamente cru, do que é ser mulher. Ao mesmo tempo que consegue ser cruel, não deixa de ser banal. No fim das contas, temos consciência de tudo que a produção escracha, mas boa parte delas simplesmente fechamos nossos olhos - isso não diz respeito apenas ao machismo, mas em outros temas sensíveis também como preconceito, por exemplo. Laurent é honesta, mas também delicada ao abordar o universo feminino. [-]

Filme protagonizado por nomes como Gary Oldman, Armie Hammer, Evangeline Lilly, Greg Kinnear, Michelle Rodriguez e Luke Evans, ‘Crisis’ é uma daquelas típicas histórias que misturam diferentes personagens, em diferentes momentos de sua vida e até mesmo em locais bem distintos, mas que veem seus mundos colidindo -- como o premiado ‘Crash’ faz, por exemplo. Aqui, porém, a situação que os une é o submundo das drogas. Com direção de Nicholas Jarecki (do decepcionante ‘A Negociação’), o longa-metragem é simples e direto ao ponto, mostrando um pouco de como a indústria da droga funciona nos EUA. [-]

Durante os anos 1980 e 1990, o cinema viu uma explosão de histórias juvenis (e até mesmo infantis, em alguns casos) que misturam elementos da fantasia com o terror. ‘A Convenção das Bruxas’ é um dos filmes mais lembrados, mas ainda tem ‘Abracadabra’, ‘O Estranho Mundo de Jack’ e até mesmo ‘Beetlejuice: Os Fantasmas Se Divertem’. E a Netflix parece determinada a retomar essa tradição nos anos 2020. Um exemplo é o simpático ‘Noitários de Arrepiar’. O longa-metragem acompanha um rapazinho obcecado por histórias assustadoras que acaba preso em seu apartamento por uma jovem bruxa malvada. A partir daí, o diretor David Yarovesky (‘Brightburn’, ‘A Colmeia’) mistura ‘Esqueceram de Mim’ com ‘A Convenção das Bruxas’ para mostrar esse menino tentando escapar das garras do mal. [-]

Nos anos 1990 criou-se uma tradição nos gibis do Batman: a publicação de uma história de Halloween anual. Em 1996, a editora, juntamente com o roteirista Jeph Loeb e o artista Tim Sale, resolveu levar o conceito além, com a criação de uma história chamada ‘Batman: O Longo Dia das Bruxas’ e que durou mais de um ano (foram 13 revistas mensais), continuando e ampliando os eventos de um outro clássico do personagem, ‘Batman: Ano Um’. Depois de 25 anos, o embate entre o jovem Cavaleiro das Trevas e seus principais vilões ganha uma versão animada, dividida em dois longas-metragens. O resultado final segue a já conhecida qualidade da Warner Bros. Animation nessas produções, com um filme envolvente, com suspense e que faz jus àquela que é uma das melhores aventuras do Batman. Certamente é um ótimo entretenimento para fãs das HQs, do herói, de animações e de filmes de ação e suspense. [-]

Segunda parte da adaptação do gibi ‘Batman: O Longo Dia das Bruxas’. Assim como o primeiro capítulo, a continuação é uma ótima adaptação do material original, produzido por Jeph Loeb e Tim Sale. Trata-se de um grande épico do crime, com mistério, investigação, corrupção e embate entre forças do bem e do mal (mas sem ser maniqueísta). Ao assistir os dois longas em conjunto, tem-se uma obra prima do Homem-Morcego, que não deve em nada aos melhores filmes live-action (com atores de carne e osso) do personagem. Destaque, também, para o elenco de vozes originais: Jensen Ackles (o Dean Winchester de ‘Supernatural’) faz um grande trabalho como o protagonista soturno. [-]

Musical britânico baseado em um documentário homônimo da BBC. ‘Todos Estão Falando Sobre Jamie’ é um filme vibrante e muito relevante para a comunidade queer. Com uma estética dos oitentista e uma história ótima, que carrega uma mensagem positiva. Na trama, inspirada em fatos reais, acompanhamos Jamie New, um adolescente de 16 anos que se sente um peixe fora d'água. Seu sonho é se tornar uma drag queen e se tornar um profissional neste meio. Com o apoio da família e amigos, ele vai atrás disso. Apesar dos preconceitos, a produção mostra como é importante ir atrás do que a gente quer. Parte das músicas são incríveis, assim como o elenco - destaque para Max Harwood e Lauren Patel, que fazem sua estreia como atores em um longa-metragem da melhor forma possível. [-]

Documentário que homenageia a importância da travesti Luana Muniz, que se dedicou a tirar mulheres transexuais das ruas e a mostrar a importância da educação sexual em cada esquina da Lapa, no Rio de Janeiro. Sob a direção de Rian Córdova e Leonardo Menezes (de ‘Lorna Washington’), ‘Luana Muniz: Filha da Lua’ colhe depoimentos de figuras como Alcione, Fábio de Melo, Luis Lobianco e da própria Luana para entender melhor de onde ela veio e como se transformou numa figura tão marcante na noite do Rio de Janeiro. Um filme importante que, mesmo com alguns problemas técnicos evidentes, acerta ao deixar registrada a história de Luana para inspirar, quem sabe, futuras gerações. [-]

Que Marco Ricca é um dos maiores atores no Brasil, não há dúvidas. É só assistir ‘Canastra Suja’, ‘Hebe: A Estrela do Brasil’ e ‘Chatô’. Mas que grande papel ele faz em ‘Lamento’, longa-metragem interessante sobre um gerente de hotel (Ricca) entrando numa espiral de obsessão e vício. Tudo começa quando um casal estranho paga uma diária para o quarto 31. A partir daí, começa o caos: barulho, quebra-quebra, uso de drogas, gritos e por aí vai. Só que ao invés de chamar a polícia, o personagem de Ricca começa a entrar na loucura desse casal enquanto também tenta solucionar a complicada situação financeira do hotel -- que também afeta seu casamento. É um filme perturbador, que não deixa o espectador passível com o que está acontecendo, e que brinca com a narrativa, fazendo pequenas digressões que podem deixar confuso aquele público mais desatento e sem conexão. [-]

Um dos documentaristas mais importantes da África, Dieudo Hamadi tem se dedicado a contar histórias de seu povo que precisam ressoar em outros países, culturas, povos, organizações. Em 'Downstream to Kinshasa', o cineasta continua em sua jornada de amplificar as histórias do Congo. Aqui, no caso, sobre um grupo de moradores que decidem partir à cidade de Kinshasa para exigir seus direitos. O motivo? Eles foram mutilados, violentados e feriados durante uma guerra em 2000 e, desde então, não receberam qualquer tipo de indenização ou compensação. Assim, misturando documentário com cenas teatrais, Hamadi convida o espectador a embarcar nessa jornada emocional e triste mas que, no fundo, acaba mostrando histórias singelas, mas poderosas de pessoas que lutam o tempo todo para se manterem vivas num sistema que as oprime continuadamente. E a cena final... Ah, o final do filme é de emocionar ao vermos a esperança nos olhos dessas pessoas que tanto ainda precisam lutar. [-]

Este curta-metragem faz parte de um projeto muito legal da Pixar que é o programa SparkShorts, que o foco é descobrir novos animadores, roteiristas, em geral novos profissionais. ‘Nona’ é uma criação do realizador Louis Gonzales, que se baseou em sua avó. A narrativa presta uma homenagem às mulheres e sua resiliência apesar das adversidades. Essa é a estreia de Gonzales na direção. Através de uma vovó e sua neta, acompanhamos uma sensível história de família. [-]

Longa-metragem brasileiro bastante experimental, no qual o diretor Ismael Caneppele mostra que tomou como ensinamento as experiências que teve como ator em filmes de Esmir Filho -- ‘Verlust’, principalmente. Aqui, acompanhamos uma autora que chega em uma pequena vila no sul do Brasil com a intenção de transformar a vida de Emelyn em uma narrativa ficcional. Quanto mais a autora provoca Emelyn com suas câmeras, mais Emelyn se torna Bernardo, um adolescente dividido entre viver o seu desejo e continuar desejando. A partir daí, acompanhamos uma interessante trama que brinca com narrativa e estética para provocar o público enquanto avança nas questões envolvendo Emelyn. Destaque para a atuação marcante de Júlia Lemmertz, com falas memoráveis e momentos marcantes, e para a fotografia, assinada por Pedro Henrique Brum Gossler, ousada e criativa. [-]

Filme chinês com toda a cara das produções do canal Hallmark, ‘Eternos Companheiros’ é daquelas típicas produções com cachorros que quer te fazer chorar -- ao estilo ‘Marley & Eu’, ‘Sempre ao Seu Lado e afins’. Afinal, o longa-metragem conta a história de um homem cego que, mesmo contrariado, aceita a ajuda de um cão-guia chamado Q. Um labrador. A partir daí, eles vão estreitando laços enquanto o protagonista do filme vai entendendo melhor o amor desses bichinhos. Ainda que a maioria das atuações humanas deixem a desejar, o protagonista Simon Yam encaixa bem como este homem cego em transformação, enquanto o cachorro que interpreta o Q mostra um adestramento raro de ver nos cinemas. É bonito, ainda que um pouco forçado demais em alguns momentos. Mas vale a pena pela história inspiradora para quem gosta de chorar pensando em seu melhor amigo. [-]

Ainda que tenha quase desaparecido no século XXI, o faroeste ajudou a moldar o cinema como conhecemos hoje. É um dos pilares da sétima arte, influenciando milhões e milhões de pessoas por aí. E uma delas é Robin Wiltshire, um homem que teve uma infância difícil e que, para escapar da realidade, se apegou aos filmes de faroeste. Em ‘Meus Heróis Eram Cowboys’, emocionante documentário exclusivo da Netflix, acompanhamos a história desse homem, entendemos a importância do faroeste e compreendemos como ele chegou ao que faz hoje em dia: treinar os cavalos que tanto ama para aparecerem nas telonas do cinema. [-]

Uma mistura de coming up age com ‘Twin Peaks’? Esta, talvez, seja uma boa descrição para ‘Knives and Skin‘. Este é um caso de ame ou odeie. A diretora Jennifer Reeder traz aqui uma história adolescente com fortes influências de filmes cabeçudos dos anos 1980 e 1990, com fortes inspirações de David Lynch. A trilha sonora é essencial para mergulhar na narrativa - que é um pouco confusa, por ter sequências desconexas e aleatórias. Ainda assim, é algo que te prende apesar dos acontecimentos delirantes e surreais, é uma produção que vale a pena. É preciso se render à trama para conseguir aproveitar, pois é uma dedicação de quase duas horas. Não é um filme para todo mundo, especialmente se você não estiver acostumado com o cinema de David Lynch. [-]

Filme dirigido e roteirizado por Cristiano Vieira (‘Eu Sinto Muito’), ‘A Cisterna’ é um daqueles suspenses que não ficam apenas no receio do que pode acontecer na próxima cena. Por aqui, o cineasta conta a história de Lorena (Fernanda Vasconcellos), uma ambiciosa apresentadora de TV a caminho do sucesso que é sequestrada e mantida refém em uma cisterna subterrânea. A partir daí, conhecemos não apenas os antagonistas dessa história (e da vida de Lorena, é claro), como também seus medos mais profundos vindo à tona. Destaque para a atuação de Fernanda Vasconcellos (de ‘Volume Morto’), que consegue dar ainda mais profundidade à história com uma interpretação certeira de sua personagem. [-]

Filme delicadíssimo sobre aceitação e infância, adaptação do livro homônimo do escritor italiano Giacomo Mazzariol, que conta a história da sua vida. Com o cuidadoso olhar de Mazzariol, acompanhamos a dinâmica de dois irmãos, Jack e Gio, e como as descobertas da vida afetam a relação deles. Jack acredita que Gio seja um super-herói, devido a sua condição genética, ele tem Síndrome de Down. Com o passar do tempo, ele entende o que é isso e passa a esconder esse fato dos amigos. O roteirista Fabio Bonifacci e o autor da história trazem muita honestidade para tratar desse tema, sobre o medo de ser diferente. A narrativa é leve e com humor. O relacionamento familiar é abordado da melhor forma possível, deixando a trama muito bonita. Um dos rostos mais conhecidos do elenco é de Rossy de Palma, que ficou graças aos personagens nos filmes de Pedro Almodóvar. [-]

É normal que ficções científicas explorem a solidão e o vazio do espaço. Isso já aconteceu com ‘Gravidade’, ‘Ad Astra’, ‘Blade Runner’ e, em certa medida, ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’. ‘Prisioneiro Espacial’ é mais um que entra nessa categoria -- ainda que não faça nem sombra perto dessas outras produções citadas. Afinal, o diretor e roteirista Luke Armstrong se vale da ideia de seu curta-metragem, de 2019, para contar a história de um homem que acorda dentro de uma sala para descobrir que é um prisioneiro enviado ao espaço para formar a primeira colônia da Terra. No entanto, como é de praxe, precisa lidar com adversidades que surgem no caminho. Não é um filme realmente bem feito, deixando pontas soltas e com um visual e técnica bem simples, ficando aparente o baixo custo de produção. No entanto, para quem gosta de histórias de ficção científica com boas ideias, ainda que sem possibilidades, pode encontrar em ‘Prisioneiro Espacial’ uma diversão. [-]

Um filme é um produto cultural composto por diversas obras artísticas - e que, quase sempre, ressoa a cultura, tradições e comportamentos de onde está inserida. Por isso, é interessante acompanhar os longas-metragens chineses, já que refletem um contexto diferente (e, por isso, surpreendente) do que estamos acostumados. ‘Herói de Dois Mundos’ é simplesmente perfeito para essa jornada, já que traz um enredo sobre um escritor de romances fantásticos baseados na cultura chinesa que se vê ameaçado por um assassino - e, a partir daí, realidade e ficção começam a se misturar. A trama pode lembrar a de produções americanas como ‘Mais Estranho Que a Ficção’, ‘A Janela Secreta’ e ‘Adaptação’, mas há toda uma viagem por um incrível mundo totalmente baseado na cultura oriental, além de cenas de ação como só os chineses sabem fazer. [-]

E quem disse que o cinema de Bollywood é formado apenas por tramas novelescas e danças coloridas? A Netflix, ao longo dos anos 2020, mostrou disposição para trazer em seu catálogo histórias de todos os tipos -- ação, suspense, ficção científica e romance. E é neste último gênero que se encaixa ‘Três Histórias de Amor’. O longa-metragem, dirigido pelo trio Abhishek Chaubey, Saket Chaudhary e Ashwiny Iyer Tiwari, é formado por três histórias que falam sobre amor, perda e desejo, mostrando pessoas solitárias que se conectam e encontram companhia justamente onde menos esperam: na cidade grande. Um filme bonito e pra cima, que ajuda a mostrar outro lado da Índia e de seu cinema. [-]

Não é só de super-produções de wuxia que vive o cinema chinês moderno. ‘Mama’ é um drama pequeno e introspectivo, escrito e dirigido por Dongmei Li, que conta fatos que ocorreram em uma pequena vila do interior da China no verão de 1992. Com não-atores, a produção traz um olhar diferente daquela visão urbana com que nos acostumamos a reconhecer o país nos últimos anos. O resultado final é uma ode à simplicidade, com belos cenários e um ritmo lento - mostrando que há, sim, beleza no mundano. [-]

Com maio de 1968 como plano de fundo, ‘Our Defeat’ questiona jovens franceses acerca de seus ideais e a ação política necessária para mudar o mundo. O diretor Jean-Gabriel Périot - que tem ampla experiência em documentários - constrói um retrato sobre como os adolescentes têm motivações boas e que com o incentivo certo, conseguem realizar pequenas transformações na sociedade. Quase 53 anos depois de maio de 1968, vemos o reflexo de tudo que fomentou naquela época e que a revolução ainda se faz necessária. [-]

Os irmãos Joaquín e Julian Azulay exploram as Ilhas Malvinas neste longa-metragem documental. O arquipélago tornou-se um assunto muito delicado no hemisfério sul, a produção pincela a origem dos conflitos que dominam o local com a expedição dos diretores. Com imagens lindíssimas, a produção foca na beleza da região, entre fauna e flora, com paisagens de tirar o fôlego e a fauna local. [-]

Eloisa Solaas não dirigia um filme desde 1999 e retorna com o documentário ‘As Faculdades’, que faz uma crônica sobre a vida universitária na Argentina. Com o foco nos exames finais de faculdades públicas, a diretora capta toda a ansiedade e pressão que os estudantes sofrem nesta fase. Este é um filme bem particular e até mesmo inesperado, por sua temática. Um outro ponto de vista intrigante é ver como as provas afetam de forma diferente os alunos de diferentes classes sociais. Solaas passa a estudar aqueles que estão constantemente sendo avaliados por seus estudos. [-]

Documentário musical que deve empolgar qualquer fã de rock, ‘Under the Volcano’ passeia pela história de mais de uma década da AIR Montserrat, estúdio de gravação dos anos 1980 que ficou conhecido por gravações de álbuns como ‘Money for Nothing’ (Dire Straits) e ‘Every Breath You Take: The Singles’ (The Police), além de ‘I'm Still Standing’, de Elton John. O documentário conta com ricas imagens de bastidores, recuperadas após a destruição do local por conta de um furacão, assim como momentos importantes da história da música global, como a separação do The Police e uma reunião dos Beatles restantes após o assassinato de John Lennon. Filme que deve ficar marcado no coração de fãs. [-]