Lançamentos online da semana de 2 de outubro de 2020

A Segunda Guerra Mundial ainda rende muitos filmes, mesmo 75 anos depois. ‘O Capitão’ apresenta uma história diferente sobre esse período ao acompanhar um soldado alemão lutando pela sobrevivência. Ele encontra um uniforme de um capitão nazista e assume a posição de superior assim que se vê no domínio das vestes. É muito interessante analisar como ele cresce a partir do momento que decide incorporar esse personagem. Outro diferencial de ‘O Capitão’ é que grande parte dos filmes sobre Segunda Guerra Mundial não mostram a perspectiva dos nazistas. O diretor e roteirista Robert Schwentke, conhecido nos Estados Unidos por ter dirigido ‘Red: Aposentados e Perigosos’ e ‘R.I.P.D: Agentes do Além’, traz uma história simples e natural, sem apontar quem é o inimigo ou retratar os alemães como os malvados - até porque sabemos que nem todo mundo que lutou na guerra apoiava o regime nazista. [-]

Desde os anos 1980, com ‘Os Fantasmas se Divertem’, o cinema encontrou um bom filão de filmes de horror com uma boa pitada de comédia -- às vezes, como é o caso do citado, se tornam comédias com pitada de horror. É o caso também de ‘Zumbilândia’, ‘A Morte te Dá Parabéns’ e ‘O Que Fazemos nas Sombras’. Agora, a Netflix visita esse subgênero com ‘Vampires x the Bronx’. Aqui, o cineasta Osmany Rodriguez (‘O Último Cara da Terra’) fala do processo de gentrificação do Bronx, em Nova York -- ou seja, o fenômeno que valoriza uma região ou bairro e afeta diretamente a população de baixa renda local. No entanto, ao invés de fazer isso por meio do drama, ele faz essa mistura de comédia e horror ao usar a figura mitológica do vampiro como ponto de partida da reflexão. Estranho e provocativo, é um longa-metragem que deve trazer algumas boas discussões junto com muita diversão. [-]

Estreia interessantíssima de Dave Franco (‘Vizinhos’, ‘Anjos da Lei’) na direção de longas, 'Vigiados' (‘The Rental’, no original) é um filme que homenageia os filmes slasher olhando pro futuro. Afinal, Franco se vale de todos os clichês e atributos das histórias do gênero (como as escolhas estúpidas, os primeiros a morrer, etc), mas com uma embalagem moderna. Na trama, afinal, um grupo de amigos decide passar um tempo numa casa afastada sociedade, alugada pelo Airbnb. A partir daí, começa todo o horror e a perseguição gato-e-rato que um filme desse tipo sempre proporciona. Não é um filme de terror excepcional, mas sem dúvidas traz um frescor bem-vindo ao gênero e que diverte de verdade -- muito por conta de algumas boas reviravoltas na trama. Para comer com pipoca, refrigerante e aberto à diversão. [-]

Remake do elogiado e querido filme dos anos 1970, ‘The Boys in the Band’ é daqueles filmes para assistir, viajar e encontrar um mar de sentimentos. Afinal, esta história que agora é dirigida por Joe Mantello (‘Entre Amigos’) e produzida por Ryan Murphy (das séries ‘Hollywood’ e ‘American Horror Story’), acompanha uma festa de aniversário da Nova York de 1968 apenas entre amigos gays. No entanto, com a chegada de um convidado surpresa e um jogo de bebidas, a celebração acaba tomando um rumo de acerto de contas de emoções e sentimentos. Protagonizado por Jim Parsons (o Sheldon de ‘The Big Bang Theory’) e Zachary Quinto (de ‘Star Trek’), o longa-metragem é uma celebração à vida e, principalmente, à independência de sexualidade. Um filme que foi inovador quando teve sua versão original lançada décadas atrás e que, agora, volta a encontrar novos meios de inovar. Para assistir, celebrar, aplaudir e se emocionar. Um filme sensível na Netflix. [-]

O dramaturgo Mart Crowley morreu em março de 2020, mas suas histórias foram eternizadas nos palcos da Broadway e no cinema. Crowley se mostrou além de seu tempo quando escreveu ‘The Boys in the Band’, uma peça que se destacou por falar sobre gays nos anos 1960, época em que a comunidade LGBT era marginalizada pela sociedade. O documentário mostra a reunião dele com o elenco que levou sua história novamente ao teatro em 2018. Com um elenco todo formado por atores LGBT, ‘The Boys in the Band’ mostrou-se mais uma vez uma obra extremamente relevante. Crowley não conseguiu ver o filme da Netflix pronto, mas o ‘The Boys in the Band: Um Olhar Pessoal’ mostra o que a obra significava e o quanto ele gostaria de vê-la nas telas outra vez. [-]

Amado e odiado em iguais proporções, o cineasta Guy Ritchie conseguiu imprimir um estilo próprio nos cinemas. Seus filmes, ‘Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes’ e ‘Snatch’, contam com um ritmo alucinado, uma edição inteligente e histórias que vão se embrenhando em tramas e personagens diversos. Em ‘Magnatas do Crime’, isto não é diferente. Aqui, o diretor se vale de seu já tradicional estilo para contar a história de um expatriado americano que tenta vender seu milionário negócio de maconha em Londres, gerando efeitos imprevisíveis. A história é saborosa, o ritmo é insano e, acima disso, todo o elenco está espetacular -- com destaque para Matthew McConaughey e Charlie Hunnam. Um filme intenso, e até mesmo complicado, mas que recompensa no final com uma trama bem amarrada e Ritchie exercitando novamente sua direção enérgica e marcante. [-]

‘As Mortes de Dick Johnson’ é um filme diferente que consegue falar sobre o luto de uma forma inusitada e cômica. Na história, Kirsten Johnson começa a imaginar qual será o efeito em sua vida quando seu pai morrer e para lidar com esse sentimento, ela passa o filme todo encenando possíveis mortes. A princípio essa ideia pode soar desanimadora e estranha, mas na verdade, a produção traz uma abordagem bonita, estimulante e diferente sobre a morte. Dick Johnson é um ser humano adorável e um pai adorável, e esta é uma peculiar homenagem a ele. ‘As Mortes de Dick Johnson’ é um filme interessante para ser visto acompanhado do seu pai e propõe uma reflexão para confrontarmos nossos medos sobre a morte e aceitar que ela é apenas parte do ciclo da vida. Fato é que Dick Johnson jamais morrerá, pois estará eternamente vivo no mundo cinematográfico. [-]

Às vezes precisamos de um respiro e o ano de 2020 tem exigido por mais momentos como esse. ‘Tudo Bem’ é a síntese disso. O filme é tudo que alguém precisa ver em meio a uma pandemia. E esse é também o tema do curta, que traz uma história leve de amor e mostra que é possível se apaixonar de maneiras que a gente nem imagina. ‘Tudo Bem’ acompanha um rapaz que conheceu uma moça. Eles sequer trocaram contato e logo começou o isolamento social devido a pandemia. Logo, os dois não conseguiram se reencontrar. No entanto, nem isso abalou a paixão dos dois, que só conversaram uma vez na vida. O curta é bem produzido, completo e passa a mensagem de esperança, que é algo que todos estão precisando em 2020. [-]

A Netflix tem se esforçado, frequentemente, para ter mais reconhecimento com seus filmes indianos. São dramas (‘A Tenente de Cargil’), romances (‘AA do Amor’) e até suspenses (‘Turma de 83’). Agora, o serviço de streaming coloca no catálogo a comédia dramática familiar ‘Um Golpe de Classe’. Dirigido pelo celebrado Sudhir Mishra, o longa-metragem fala sobre um pai querendo ganhar status social no intrincado sistema de castas indiano a partir da fama de seu filho. Ainda que tenha várias particularidades marcantes do cinema indiano, como o tom mais festivo mesmo em momentos de dramalhão, o longa-metragem pode ser uma boa porta de entrada para aqueles que buscam compreender melhor a produção de Bollywood e ver filmes mais próximos do mercado americano que estamos acostumados. [-]

Às vezes precisamos de um respiro e o ano de 2020 tem exigido por mais momentos como esse. ‘Tudo Bem’ é a síntese disso. O filme é tudo que alguém precisa ver em meio a uma pandemia. E esse é também o tema do curta, que traz uma história leve de amor e mostra que é possível se apaixonar de maneiras que a gente nem imagina. ‘Tudo Bem’ acompanha um rapaz que conheceu uma moça. Eles sequer trocaram contato e logo começou o isolamento social devido a pandemia. Logo, os dois não conseguiram se reencontrar. No entanto, nem isso abalou a paixão dos dois, que só conversaram uma vez na vida. O curta é bem produzido, completo e passa a mensagem de esperança, que é algo que todos estão precisando em 2020. [-]

Ainda que o cinema espanhol de suspense e o terror tenham ganho destaque ao longo dos últimos anos, outros países europeus também começam a dar mais atenção para esses gêneros antes deixados de lado. É o caso da Itália com o filme exclusivo da Netflix, ‘O Fascínio’. Numa espécie de ‘Segredo de Sangue’, este longa-metragem mostra o mergulho sobrenatural de uma mulher que precisa lutar contra uma maldição enquanto está na casa da sogra no interior da Itália. É um filme estiloso e pungente, que sabe o que deseja executar na tela. No entanto, não espere um terror realmente sobrenatural, com fantasmas e coisas do tipo. É um suspense dramático, com foco nas pessoas e em seus sentimentos. [-]

No final dos os anos 1980 e começo dos 1990, é um suspenses psicológicos com mulheres psicóticas eram bem populares e ‘Desejo Inconcebível’ tem inspirações nessas produções. O filme tem uma premissa semelhante ao de ‘Mulher Solteira Procura’, ‘A Mão que Balança o Berço’ e ‘Atração Fatal’ com aquela história de uma mulher que parece inofensiva e acaba surpreendendo a todos quando se rebela. ‘Desejo Inconcebível’ é uma produção que consegue prender o espectador, mas acaba falhando em um roteiro que previsível que poderia ter sido melhor trabalhado. Se você for fã do Nicolas Cage, que é um dos protagonistas, e dos longas do Canal Lifetime, vai se interessar por ‘Desejo Inconcebível’. [-]

Você conhece o cinema malaio? Eis sua chance de assistir a um filme da Malásia direto na Netflix, essa é a primeira produção original do país no streaming. ‘Por Sua Causa’ é uma divertida comédia romântica sobre um funcionário de um hotel que se apaixona por uma hóspede e acaba em uma enrascada. É um filme leve, como é de se esperar de produções desse gênero, que te fará dar boas risadas e esquecer um pouco do clima pesado que 2020 trouxe. Além de entreter, ‘Por Sua Causa’ mostra um pouco sobre a cultura da Malásia, que não é muito conhecida no Brasil. [-]

O documentário acompanha a história real do caso de Chris Watts, que confessou ter matado a esposa grávida Shanann Watts e suas duas filhas, em agosto de 2018, nos Estados Unidos. Os acontecimentos são narrados por meio de imagens de câmera de segurança, fotos em redes sociais e mensagens de texto. É um filme difícil de ser visto - principalmente por se tratar de um crime que realmente aconteceu - tanto pela forma como foi feito. O documentário tenta procurar o motivo que que levou Chris Watts a assassinar sua família e acaba sendo meio invasivo com a vida pessoal da esposa dele, Shannan. Se você se interessa por documentário sobre crimes, vai gostar de ‘Cenas de um Homicídio: Uma Família Vizinha’. [-]

Uma comédia de horror fora de todos os padrões do gênero, ‘Vestido Maldito’ é daqueles filmes provocativos e inventivos que nos fazem pensar: “de onde tiraram essa ideia?”. Aqui, no caso, o diretor e roteirista Peter Strickland (de ‘Katalin Varga’) conta a história de um vestido amaldiçoado. Isso mesmo. E assim como Annabelle deixa um rastro de caos por onde passa, essa peça de roupa também deixa suas marcas nas vidas de quem a usa. Não há grandes momentos aqui, parecendo que o melhor do filme ficou na premissa. No entanto, o sopro de criatividade de Strickland, assim como a ousadia na proposta ajudam a fazer com que o filme cause uma mistura interessante de medo, riso e apreensão. Vale a aventura. [-]

A Nigéria possui uma das maiores indústrias cinematográficas, tanto que ganhou o apelido de Nollywood. O país só fica atrás de Hollywood e Bollywood, sendo o terceiro país no mundo com maior número de produções. ‘Por Uma Vida Melhor’ é um filme nigeriano que foge dos padrões conhecidos no país ao discutir tráfico de mulheres e colocar uma personagem feminina forte. O longa exalta o protagonismo feminino e ainda trata de um tema delicado. É um suspense denso, visceral, necessário e muito bem feito. Além disso, é também uma forma de conhecer o melhor do cinema nigeriano. [-]

Tem um filme mexicano, dirigido, roteirizado e protagonizado pelo astro Eugénio Derbez, que mostra um pai desatento e pouco cuidadoso que é deixado sozinho para cuidar de sua filha pequena que nem conhecia. É ‘Não Aceitamos Devoluções’, um besteirol típico, e que até ganhou versão brasileira com Leandro Hassum. Agora essa premissa da história é levada para um drama sério, emocional e contundente em ‘Uma Lição de Amor’. Produzido pelos irmãos Dardenne (de ‘Dois Dias e Uma Noite’), o longa-metragem conta a história de um homem que vai finalmente conhecer sua filha. No entanto, uma série de acontecimentos acabam deixando-o sozinha com a garota e com a assustadora perspectiva de cuidar dela para sempre. Com direção e roteiro sensíveis de Amélie van Elmbt (do bonito ‘La tête la première’), este drama brega navega nas profundezas das histórias sobre paternidade e, principalmente, responsabilidade com filhos. Um filme para chorar e se emocionar à beça. [-]

A sociedade patriarcal sempre impôs um padrão e uma ordem, extremamente machista e limitadora, de que os homens trabalham e as mulheres cuidam da casa e da família. No entanto, os tempos felizmente mudaram e, para muitas pessoas, isso não é mais uma vida determinante. E é nisso que mergulha a comédia mexicana ‘Teste de Paternidade’. Com um estilo muito próprio, lembrando os filmes de Eugenio Derbez e ‘Um Emprego de Verdade’, este longa-metragem mostra a jornada de um publicitário que quer ser pai, mas encontra a resistência de sua esposa, uma advogada no auge da carreira que não quer saber de ser mãe tão logo. A partir daí, uma mistura de drama social, comédia de costumes e besteirol vão dando o tom do longa-metragem, que deve servir como diversão de fim de noite. [-]

Danny Trejo é um dos maiores nomes do cinema de ação. Ainda que tenha um ar de “filmes B”, o astro esteve em produções como ‘Machete’, ‘Um Drink no Inferno’ e ‘Fogo contra Fogo’, eternizando seu estilo peculiar de atuar. Assim, no documentário ‘Inmate #1: The Rise of Danny Trejo’, o ator é examinado em sua vida pessoal e artística até o último fio de cabelo. O diretor Brett Harvey, de ‘Ice Guardians’, é inspirado pelo estilo de Trejo para criar um filme estiloso e muito particular. Destaque principalmente para o amplo acesse recebido pelo cineasta por Trejo. Aqui, além de detalhes da vida e do cotidiano do ator, também finalmente conhecemos a visão dos fatos de Trejo sobre seus dias preso como criminoso. [-]

Filme que parece saído diretamente de uma sessão alternativa de cinema dos anos 1990, ‘Como Cães e Gatos 3: Peludos Unidos!’ é o terceiro capítulo dessa franquia de filmes que misturam animais falantes, situações cômicas e um clima um tanto quanto bizarro. Afinal, é um filme que causa estranheza logo de cara -- muito por conta desse ar noventista já ressaltado -- e pelos efeitos especiais um tanto quanto ultrapassados. Mas o ar familiar da trama, sobre cachorros e gatos que são agentes secretos salvando o mundo escondidos do humano, tem certa graça. E, no final das contas, acaba sendo um entretenimento útil. Não é memorável, tampouco brilhantemente realizado. Mas é leve e ajuda a passar o tempo. [-]