Lançamentos online da semana de 22 de janeiro de 2021

Filme alemão de tribunal um tanto quanto fora dos padrões, ainda que o diretor Marco Kreuzpaintner ('Beat') recorra aos mais diversos jargões e clichês do gênero para ser ouvido para além das terras bávaras. Aqui, afinal, mais do que acompanhar o julgamento de um suposto assassino, o espectador é convidado a entrar nos destroços da guerra que permanecem vivos mesmo décadas depois. Toda essa sensação, que lembra (e muito!) o excelente 'Memórias Secretas', acaba causando duas emoções enquanto assistimos ao longa 'O Caso Collini'. Primeiramente, o interesse e a empolgação com o drama de tribunal, que em momento algum é exagerado. Em outro, a reflexão acerca de como os conflitos e, neste caso, a Segunda Guerra Mundial permanecem impregnados na vida das pessoas direta ou indiretamente afetadas. Sem dúvidas, uma história sobre justiça que, acima de empolgar com o drama de tribunal, encontra meios de nos fazer refletir sobre passado, presente e futuro. [-]

‘O Tigre Branco’ consegue traçar um paralelo entre ‘Parasita’ (Bong Joon-ho, 2019) e ‘Quem Quer ser um Milionário’ (Danny Boyle, 2007). Ramin Bahrani, que atuou também na direção de ‘Fahrenheit 451’, fez um trabalho cativante ao criticar o âmbito político e social da Índia, onde a sociedade tem uma clara divisão entre ricos e pobres. E por conta das castas, não existe uma forma das mazelas ascenderem como em outros sistemas econômicos, apesar de que a divisão de classes na Índia é baseada em preceitos religiosos. O núcleo principal formado por Adarsh ​​Gourav, Priyanka Chopra e Rajkummar Rao deixam o filme ainda mais interessante, especialmente pelas cenas divertidas de Gourav. [-]

Uma pena que ‘O Grande Ivan’ não tenha sido lançado nos cinemas por conta da pandemia do novo coronavírus, já que seria incrível vê-lo em uma telona. Ainda mais que a produção tem excelentes efeitos visuais — os animais feitos em computação gráficas são tão bem executados que parecem reais. A qualidade técnica é realmente um dos grandes méritos do filme. Fora isso, a história é encantadora e isso fica ainda mais comovente quando você descobre que foi baseada em fatos reais. Sim, existiu um gorila que morou por 27 anos em um shopping, em Washington, e inspirou o livro infantil homônimo de K. A. Applegate. [-]

O longa-metragem coreano ‘Invasão Zumbi’ foi uma das maiores surpresas dos cinemas em 2016, muito por conta da forma intensa que foi tratado um apocalipse zumbi. Os produtores obviamente se empolgaram com o barulho do filme e, quatro anos depois, surgem com a sequência ‘Invasão Zumbi 2: Península’. Apesar de ter sido um dos 56 selecionados para o Festival de Cannes em 2020, que não ocorreu por conta da pandemia do novo coronavírus, o filme não é nem sombra do que foi a produção original. As sequências de ação estão menos viscerais, a trama é mais óbvia e não há aquele senso de urgência tão bom do primeiro filme. No entanto, ainda assim, é uma produção honesta, que traz alguns bons momentos, o que pode agradar aqueles que buscam um filme sobre zumbis convencional. [-]

A diretora Aude Léa Rapin escolheu o estilo de filmagem "found-footage" (ou Filmagem Encontrada) para seu primeiro longa-metragem. Essa escolha foi ousada, já que era muito utilizada nos anos 1980 especificamente para filmes de terror. ‘A Bruxa de Blair’ e ‘Cloverfield’ são exemplos disso -- produções que parecem documentários feitos em primeira pessoa, com técnica de câmera de tremulação ou feitas pelos próprios atores. ‘Heróis Nunca Morrem’ mostra que não são só longas de terror que funcionam bem com esse estilo, ao tratar de uma história de amizade e com atuações bastante realistas. Amor, morte e luto também são temas subjacentes da narrativa e que foram bem colocados no desenvolvimento do roteiro. Por conta disso, é muito fácil se envolver com a trama. [-]

Aos poucos, Beanie Feldstein está se tornando um dos nomes mais interessantes de sua geração em Hollywood, depois de boas atuações em ‘Fora de Série’ e ‘Lady Bird: A Hora de Voar’. Agora, a irmã do também ator Jonah Hill comprova mais uma vez sua verve para o riso fácil em ‘How to Build a Girl’. Aqui, a cineasta Coky Giedroyc (de ‘The Hour’) traz a adaptação de um romance sobre uma adolescente que vive com sua família de classe trabalhadora em um condomínio em Wolverhampton, Inglaterra, e que acaba se tornando uma popular, mas conflituosa jornalista musical. Apesar de algumas facilitações narrativas e outras bobagens que não fazem sentido, dá para passar o tempo e se divertir com Beanie. [-]

Depois do polêmico e provocativo curta-metragem ‘Skin’, indicado ao Oscar na categoria, era esperado que o cineasta Guy Nattiv entregasse um conteúdo tão ousado quanto no longa-metragem homônimo, que chegou ao Brasil com o título ‘Skin: À Flor da Pele’. No entanto, o que vemos é um drama muito mais brando sobre um supremacista branco nos Estados Unidos que se arrepende do caminho que seguiu após conhecer uma jovem e suas três filhas. A partir daí, Nattiv constrói uma jornada óbvia de arrependimento, redenção e coisas do tipo na história desse personagem difícil de trabalhar e de lidar -- história essa real, vale dizer. O destaque mesmo fica com a atuação visceral de Jamie Bell (‘Rocketman’), num de seus papéis mais complicados. Quem viu ‘Skin’ e gostou, pode se decepcionar com o longa. Mas marinheiros de primeira viagem talvez embarquem na ideia. [-]

‘A Subida’ é daqueles filmes que fazem jornada em festivais ao redor do mundo. Afinal, foi premiado na Mostra Um Certain Regard, no Festival de Cannes 2019, e ainda se sagrou como Prêmio do Júri no Festival de Deauville 2019. Depois, também acabou entrando na seleção oficial também dos Festivais de Toronto, Telluride e do Rio, em 2019, e Sundance e SXSW, em 2020. E não é pra menos. Esta dramédia de Michael Angelo Covino, estreante em longas, é um bom tratado sobre amizade, tempo e velhice. Aqui, afinal, acompanhamos a jornada de dois homens, Mike (o próprio diretor) e Kyle (Kyle Marvin), interpretando personagens homônimos em constantes desacordos. Afinal, Mike dorme com a noiva de Kyle e, a partir daí, transforma toda a sua vida ao contar a informação durante uma saída para praticar ciclismo. É divertido, é estranho, é excêntrico. E, apesar do final um pouco fora de tom, sem dúvidas deve conquistar o público pelo tom leve e, ainda assim, reflexivo. [-]

‘Verão, Amor e Pets’ pode não ter o título mais atrativo do mundo, mas não deixe isso te influenciar. Afinal, é uma ótima história. Este filme acompanha um relacionamento maduro entre duas pessoas que se conhecem em circunstâncias tão realistas que nem parece que estamos assistindo a uma comédia romântica. Um dos grandes acertos do longa-metragem é o quão desenvolvido é o roteiro, o que costuma ser raro nas produções originais do Hallmark Channel. Até mesmo os personagens secundários estão bem inseridos na história. Apesar do elenco ser bom (incluindo Danica McKellar, Winnie de 'Anos Incríveis'), não podemos negar que a verdadeira estrela deste filme é o cachorro, que é tão adorável e iluminada todas as cenas em que aparece. [-]

Para quem não conhece Tiger Woods, esse documentário em duas partes é ideal para entender quem ele é -- e como isso vai muito além de ser um campeão de golfe. E, claro, quem já conhece o mito, pode mergulhar em mais detalhes de sua vida. Com uma construção singular, ‘Tiger’ é um relato completíssimo - com arquivos de infância, jogos de golfe, entrevista com amigos, ex-namoradas, jornalistas e com quem trabalhou com Woods. Não só isso, a produção mostra como o caminho do jogador foi moldado por terceiros, sem que ele nem pudesse escolher qual seria seu destino. [-]

‘David Copperfield’ é uma das histórias mais conhecidas do imaginário popular literário americano, muito por conta da prosa afiada de Charles Dickens. Agora, a história ganha uma nova adaptação pelas mãos do cineasta Armando Iannucci, dos excelentes ‘A Morte de Stalin’ e ‘In the Loop’. Aqui, o diretor ainda se vale de seu estilo característico — tramas emboladas, ao melhor estilo dos Irmãos Coen — para modernizar a jornada de Copperfield em uma estética agradável e provocativa. O elenco estrelado por Dev Patel, Peter Capaldi, Hugh Laurie, Tilda Swinton e Ben Whishaw ajuda a elevar a qualidade da produção, que não se assusta em trazer novos olhares e interpretações para a obra definitiva de Dickens. [-]

Histórias de detetives infantis sempre são engraçadas e espirituosas, com mistérios que envolvem a vizinhança, a escola e outras histórias mundanas. Mas o que acontece com o tal detetive mirim quando cresce? É justamente isso que o diretor e roteirista Evan Morgan, estreante em longas, faz em ‘Um Caso de Detetive’. Aqui, numa mistura de mistério com humor, acompanhamos a história de um detetive infantil que já foi famoso e que agora, com 32 anos, continua a resolver os mesmos mistérios triviais entre ressacas e acessos de autopiedade. Até chegar o seu primeiro caso “adulto”. O destaque fica com Adam Brody, da série ‘The O.C.’, que mostra novamente uma veia cômica ainda inesperada e divertida. [-]

A gravidez costuma ser romantizada no cinema e, em 2021, ‘Pieces of a Woman’ veio para desmistificar o tema. Agora, de uma forma mais leve, ‘Enorme’ faz um papel semelhante. A comédia acompanha o casal Claire e Frederic (Marina Foïs e Jonathan Cohen) que vive o lado bom e ruim da maternidade. A diretora Sophie Letourneur fez um retrato livre de estereótipos e que consegue desconstruir de uma forma divertida como é passar por uma gravidez - sem exageros negativos e positivos. [-]

É difícil não encantar por histórias com animais de estimação - mesmo que eles sejam robôs, que é o caso de ‘Foxter & Max: Um Cachorro de Outro Mundo’. O longa-metragem conta a história de um garoto que encontra um super-cachorro, que mostra para ele - se permitem o clichê - o porquê o cachorro é o melhor amigo do homem. Essa produção ucraniana é bonitinha, divertida e leve, ótima para assistir em família. [-]

O que é ser brasileira? Ainda mais no Brasil, onde somos todos uma grande mistura de culturas de outros países, fica até difícil traçar o que é essa nacionalidade. ‘Guerra do Algodão’ segue exatamente nesse sentido. É um filme sobre descoberta feminina, com esse teor de quem somos. O papel feminino é extremamente bem colocado e de uma forma muito bonita, sem que seja necessário usar de clichês sobre o quão fortes essas personagens precisam ser, mulheres já automaticamente carregam uma força sem precisar de muito esforço. Os diretores, Marilia Hughes e Cláudio Marques, exploraram a brasilidade de uma forma que a gente consiga entender o que tem de tão rica em nossa cultura, mesmo que muitas vezes seja complicado traçar o que é de fato do Brasil e o que foi importado. [-]

Apesar de não se declarar como um remake, apenas como uma “versão diferente da mesma história”, o americano ‘Isolado na Pandemia’ tem a mesma história do longa-metragem coreano ‘#Alive’, sucesso no catálogo da Netflix. Ambas as produções, roteirizadas por Matt Naylor, contam a história de um homem que acorda em um mundo dominado por zumbis -- a partir daí, precisa lidar com a solidão, com barulhos estranhos e com a amizade que floresce com uma vizinha da frente. Então vamos esquecer essa bobagem de “nova versão” e assumir que é um remake. Ponto final. A partir daí, podemos ver que esta releitura americana está alguns degraus abaixo. O protagonista não é tão interessante, o desenvolvimento do personagem é mais desleixado e há mais momentos de tensão na obra coreana. No entanto, para quem não assistiu ao primeiro filme, pode encontrar aqui algumas cenas interessantes, um cenário desesperador e coisas do tipo. O destaque fica para a conclusão, muito melhor do que a vista no longa-metragem coreano. [-]

Uma antologia argentina bem feita e com contos assustadores que vão agradar até os mais céticos fãs de filmes de terror. A produção é baseada no Hyaku Monogatari, uma brincadeira do folclore japonês em que você se reúne com outras pessoas e cada uma tem que contar uma história supostamente real de terror.‘O Mal Está ao Seu Lado’ é uma ótima surpresa, os diretores envolvidos fazem sua estreia na direção e é surpreendente o quão bom é o trabalho deles. Desde a cinematografia até a trilha sonora, todo o conjunto é bem executado. O único ponto negativo da produção é que apesar de ser latino-americana, os atores falam em inglês, ficaria muito mais natural se eles tivessem usado o espanhol, alguns trechos do filme ficam forçados por conta disso. Não que isso estrague a produção, é apenas uma observação. [-]

O pedigree de ‘Georgetown’ é daqueles que deixam a certeza: é filmão. Afinal, o longa-metragem é dirigido e protagonizado pelo grande Christoph Waltz (‘Bastardos Inglórios’) e com a lendária Vanessa Redgrave ('Desejo e Reparação’') e Annette Bening ('Beleza Americana’) completando o elenco. E a história também é boa. Inspirado em um artigo do The New York Times, sobre o caso real da socialite germano-americana Viola Herms Drath e seu jovem marido Albrecht Muth, 'Georgetown' é um interessante e provocativo drama policial em tom de sátira. Embora com um roteiro um tanto plano e direção inexperiente, este é um filme que consegue chamar a atenção pela extravagância de sua trama, bem como pelas atuações potentes desse grande elenco. [-]

Um filme importante para discutir a reflexão de identidade, que é um tema bastante relevante na França, especialmente quando se trata de imigrantes. ‘Sou Francês e Preto’ é uma comédia inteligente por conseguir fazer o espectador pensar em meio a comicidade da situação. Você se pergunta porque está rindo de certos temas sensíveis, o que te faz refletir sobre o assunto. O filme é político, elegante, polido, denso, comovente e incrivelmente engraçado. Um retrato fascinante de uma França em meio à introspecção da identidade [-]

O diretor chinês Liang Ying trouxe uma história baseada em uma experiência de sua vida em ‘A Family Tour’. Mesmo sem conhecimento da política e história da China, é possível se relacionar com a história de Ying e o que ele passou sendo um artista vivendo em um país com leis de censura. É possível traçar uma conexão com a sociedade brasileira, que apesar de não ter sua liberdade de expressão cerceada, ainda assim é extremamente difícil ser um artista independente sem que você esteja inserido em um nicho específico e/ou tenha dinheiro para isso. Claro que ‘A Family Tour’ carrega um teor político bem maior do que luta de classes, e até mais denso, no entanto é difícil não relacionar com outras dificuldades de quem quer trabalhar com arte. Liang Ying traz uma bela reflexão com esse filme, tratando de exemplos muitos reais sobre a psique humana e toda a bagunça emocional de um artista reprimido. [-]

Inesperado e divertido esse 'Tel Aviv em Chamas', coprodução entre países da Europa e Israel. Com uma direção certeira e espirituosa de Sameh Zoabi, o longa-metragem acompanha a jornada de um roteirista de novelas em Tel Aviv que começa a se meter com as pessoas erradas conforme a trama avança. A comédia de erros criada pelo cineasta causa gargalhadas sinceras, enquanto o elenco age com naturalidade frente aos absurdos cometidos ao longo da narrativa. Um filme surpreendente e divertido, que deve agradar aqueles já acostumados com comédias da Europa, sempre com um subtexto inteligente e algumas boas sacadas sobre nossos costumes e cotidiano. Pra ver e se divertir. [-]

Duas palavras para descrever o que há de bom em ‘Legado de Violência’: Will Patton. O astro de ‘O Mensageiro’ e ‘Armageddon’ se joga nessa mistura de ação e drama numa história que fala sobre um pai desesperado para tirar o filho das garras do mundo das drogas — seja o consumo ou a perseguição de traficantes. No entanto, apesar de toda a força de Patton em cena, assim como alguns bons momentos com Mark O'Brien (‘A Chegada’), fica o aviso: apesar de dar indícios de seguir um outro caminho no início, ‘Legado de Violência’ é muito mais lento, contemplativo e dramático. A ação fica de escanteio. E, com isso, pode ser que alguns espectadores se frustrem com a experiência. [-]

Uma comédia espanhola sobre um tema pouco abordado no cinema: casais gays mais velhos. ‘Vovó Saiu do Armário’ é a estreia na direção de longa-metragem de Ángeles Reiné, que escreveu também o roteiro. Apesar da previsibilidade e clichês, Reiné conseguiu acertar na escolha do tema por fugir do comum, ainda mais quando é um casal de mulheres - cenários onde certas produções acabam por usar mais de erotismo do que do romance em si. Um filme divertido que é importante para naturalizar certos temas que ainda são tabus na sociedade. [-]

‘Volare’ é uma adaptação do romance de Fulvio Ervas ‘Se ti abbraccio non aver paura’ (em tradução livre, ‘Se eu te abraçar, não tenha medo’). Uma excelente comédia que, através de seus significados simbólicos, vai além dos temas mais diversos do filme, como o autismo, para contar uma outra história. Isso pode soar como uma crítica, mas na verdade causa uma naturalização do tema, algo que costuma causar estranhamento e não deveria. Logo, o autismo não é visto como algo superficial e sim banal, ele é necessário para o desenrolar da trama, mas não é o foco. Mesmo mostrando os problemas desta condição, a produção não deixa de falar sobre a alegria de viver apesar de tudo. [-]

Interessantíssimo filme russo de ação, que foge completamente de outras besteiras que a Rússia vem tentando fazer no cinema de gênero — como os péssimos ‘Os Guardiões’ e ‘A Noiva’. Aqui, no caso, acompanhamos um fim do mundo atípico. Nada de aliens, desastres naturais ou coisas do tipo. O que acontece aqui é que toda forma de comunicação no mundo é cortada e, dessa forma, toda a sociedade parece regredir para uma Idade Média ou algo do tipo. A partir daí, numa espécie de ‘Prometheus’ russo, acompanhamos a jornada da humanidade em busca de saídas. Ainda que o final seja vergonhoso, a execução é interessante e mostra que a Rússia, de alguma forma, está chegando a resultados interessantes no cinema. O futuro, sem dúvidas, é promissor para o distante país europeu. [-]

Interessante e provocativo documentário da dupla José Joffily e Pedro Rossi (‘O Caminho de Volta’), ‘Soldado Estrangeiro’ acompanha brasileiros que se encontram engajados em exércitos regulares ou em forças mercenárias de outros países. A partir daí, ao invés de seguir por um caminho óbvio de apenas contar essas histórias, o documentário trafega em discussões sociais potentes e pertinentes, mostrando como esses jovens chegaram até esses exércitos estrangeiros, o motivo de estarem lá e o distanciamento que acabam tendo da nacionalidade brasileira. Ainda que falte um pouco de potência na forma que a trama é conduzida, refletindo em um ritmo vagaroso, é um filme importante. Vale a pena assistir. [-]