Lançamentos online da semana de 5 de junho de 2020

A animação alemã ‘Tina & Téo: A Pedra Encantada’ se aprofunda na história de simpáticos animais que precisam recuperar uma pedra mágica para que a floresta em que vivem pare de morrer. Essa é apenas uma embalagem diferenciada para a clássica história de união, ecologia e amizade, que emociona e já trouxe diferentes versões para o cinema como em ‘Os Sem-Florestas’ e ‘O Que Será de Nozes?. Não é o tipo de animação que irá atrair os mais adultos. No entanto, para os pequenos, é diversão certeira: animais engraçadinhos, situações absurdas e uma mensagem por trás, que emociona e faz pensar. Lançamento que não passou pelos cinemas e chega diretamente para o streaming. [-]

Esta comédia argentina conta com uma premissa absurda, mas divertidíssima: o dono de um mercadinho na Argentina, cansado de ver chineses roubando sua freguesia, decide fazer as malas e partir para a China. O objetivo? Abrir um mercado argentino no País oriental. A partir disso, o diretor estreante Federico Marcello trata de desfazer nós, que poderia resultar numa trama xenófoba, e brinca com estereótipos, barreiras geográficas e, principalmente, com a transformação do personagem principal. Em alguns pontos, acaba lembrando o excelente ‘Um Conto Chinês’, com Ricardo Darín, que mostra que o contato com um suposto diferente pode trazer mais benefícios e transformações do que parece. Mais uma novidade que seguia inédita no Brasil. [-]

Com ‘A Despedida’, a diretora Lulu Wang apresenta uma dramédia íntima e muito modesta em termos orçamento, mas com uma história verdadeiramente poderosa e diferente do que estamos acostumados a ver retratado no cinema. Assim como 'Podres de Ricos' fez o mesmo no campo da comédia romântica, este filme permanece dentro das convenções de seu gênero, mas a partir deles consegue um contraste interessante das diferenças entre o Ocidente e Oriente sobre como ver a vida. Além disso, a performance de Awkwafina (mais conhecida por papéis cômicos em filmes como 'Oito Mulheres e um Segredo' e ‘Jumanji: Próxima Fase’) vai te comover. Não foi à toa que ela mereceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz em um filme de comédia. Surpreendentemente, o título estava inédito no nosso País - e está sendo lançado direto no video on demand. [-]

Bebendo da fonte de ‘Uma Noite de Crime’, o longa-metragem da Netflix ‘The Last Days of American Crime’ se vale de uma mistura de ação e ficção científica para contar a história de um grupo de assaltantes que decide fazer um último grande assalto à banco. O motivo de ser o derradeiro? O governo vai acionar um sinal que impede que crimes sejam cometidos. Ainda que a duração do filme seja um exagero absoluto, com quase 2h30, ‘The Last Days of American Crime’ surpreende ao misturar bem um clima tenso e claustrofóbico com as tradicionais tramas e problemáticas de filmes de assalto. O diretor Olivier Megaton (de ‘Busca Implacável 3’ e ‘Carga Explosiva 3’) finalmente consegue produzir um longa, com potencial de franquia, de ares próprio, sem ser uma continuação perdida no tempo. E o protagonista Edgar Ramírez (de ‘Wasp Network’, também exclusivo da Netflix) volta a se consolidar como um dos nomes mais fortes e interessantes do cinema de ação atual. [-]

Após alcançar surpreendentes resultados de público e crítica com ‘O Cobrador de Dívidas’, o cineastas e dublê Jesse V. Johnson volta para trás das câmeras com a sequência ‘O Cobrador de Dívidas 2’. Os protagonistas Scott Adkins (‘Doutor Estranho’) e Louis Mandylor (‘Casamento Grego’) reprisam os seus papéis e voltam a mergulhar no submundo dos cobradores de dívidas -- tipo de profissional, curiosamente, pouco retratado nos cinemas. A história não tem grandes momentos, nem a produção é realmente impactante. No entanto, o conhecimento de Johnson como dublê acaba dando textura nas cenas de ação -- assim como foi em ‘Resgate’, com Chris Hemsworth -- e causando um impacto interessante no público que busca porradaria sem escrúpulos, com menos cortes em cenas de lutas e com as coisas direto ao ponto. É daqueles filmes para ver e se divertir despretensiosamente. Exclusivo do streaming. [-]

Trama religiosa romântica, ‘Amor e Esperança’ se aprofunda na história de fé, desilusão e angústia de Lillian White (Masey McLain), uma garota que passa por uma verdadeira provação após o sumiço de seu namorado no dia da formatura do colegial. Lembrando o drama gospel esportivo ‘Uma Razão para Viver’, este filme de Brittany Goodwin (‘Secrets in The Fall’) tenta explorar o vazio que existe no sumiço inesperado de uma pessoa e como a amizade e a fé podem ser importantes no processo de redescoberta pessoal. O público cristão deve se emocionar e encontrar conforto na trama, que se ampara em elementos básicos nesse tipo de história para conquistar a audiência e trazer algum tipo de reflexão. Mais uma filme que, até esta semana, estava inédito no Basil. [-]

A Netflix tem diversificado cada vez mais as opções de filmes indianos em seu catálogo, apresentando desde romances (como o simpático ‘Amor por Metro Quadrado’) até suspenses (como o elogiado ‘Talvar’). Agora, o streaming apresenta o potente drama exclusivo ‘Fortuna pelos Canos’, que lembra produções árabes como ‘A Separação’ e ‘O Apartamento’. Afinal, no centro das atenções do diretor Anurag Kashyap está uma mulher frustrada com as dívidas do marido e que encontra uma inusitada maneira de fazer dinheiro. Com alguns maneirismos, o filme pode ser uma boa entrada do público ao universo do cinema bollywoodiano, que cresce a cada ano que passa e tenta encontrar audiência fora da Índia. Destaque para o elenco, acima da média do que é visto em outros filmes indianos. [-]

Em 1973, um roubo à banco, em Estocolmo, despertou a atenção da psicologia. O motivo? As vítimas criaram vínculos com os assaltantes e se voltaram contra as autoridades. A partir daí, pesquisadores começaram a estudar o fenômeno e o batizaram de “síndrome de Estocolmo” — quando vítimas criam algum tipo de simpatia ou atração por seu algozes. Agora, no longa-metragem ‘Estocolmo’, o cineasta Robert Budreau repete sua parceria com Ethan Hawke (ambos de ‘Chet Baker: A Lenda do Jazz’) para mergulhar nessa história e mostrar a origem da síndrome. Ainda que peque em se aprofundar em teorias da psicologia e da psique humana, o longa-metragem é feliz em mostrar os eventos absurdos do assalto ao banco e mostrar como o ser humano, às vezes, surpreende por sua complexidade. Lançamento direto para o VOD. [-]

Nos últimos anos, o programa jornalístico australiano ‘Four Corners’ ficou conhecido por trazer à luz questões importantes e necessárias para se debater e entender melhor a rotina e a vida das pessoas. E essa premissa é levada para o média-metragem documental ‘Not a Boy, Not a Girl’, produção do Four Corners. Dirigido por Janine Cohen, o filme acompanha a jornada e os desafios de uma jovem pessoa australiana que não se identifica nem como homem, nem como mulher. Assim, ao longo de pouco mais de 40 minutos, Cohen busca entender melhor os sentimentos e as experiências que formaram essa pessoa, assim como debater e compreender importantes movimentos da causa LGBTQ+ que se estendem por todo o mundo. É um documentário curto, mas de uma potência necessária para os dias de hoje e que deve agradar aqueles que querem entender melhor essa nova sexualidade. [-]

Segundo remake norte-americano do clássico japonês ‘O Grito’ (‘Ju-on’), a versão americana dirigida por Nicolas Pesce (‘Os Olhos de Minha Mãe’) aposta na ideia de que a maldição da casa japonesa foi parar nos Estados Unidos. O longa constrói uma história paralela ao longa-metragem de 2004, guiada pela investigação da Detetive Muldoon (Andrea Riseborough, de ‘Mandy’), que acabou de se mudar para uma cidade onde diversos crimes inexplicáveis vem ocorrendo nos últimos anos. Infelizmente, o filme não consegue sustentar o clima de suspense, chegando a ser previsível e entediante até mesmo nos jump-scares. Ainda assim, não deixa de ser uma boa opção para aqueles que se interessam pela maldição da casa japonesa – e, principalmente, para quem gosta do universo de ‘O Grito’ e quer se aprofundar nele. [-]

Projeto ousado do diretor Luiz Carlos Lacerda (do polêmico ‘Introdução à Música do Sangue’) e elogiado após sua passagem no Festival do Rio, o longa-metragem ‘O Que Seria Deste Mundo sem Paixão?’ mergulha na jornada de dois escritores (Armando Babaioff e Saulo Arcoverde) que morrem e acreditam que vão encontrar paz no plano espiritual. No entanto, ao contrário das expectativas, eles acabam voltado para a Terra como fantasmas e passam a ser perseguidos pelos personagens de seus livros. É, novamente, um filme criativo de Lacerda, que não se contenta em ficar preso em formatos ou gêneros. Para isso, o espectador precisa estar pronto para encarar um filme repleto de experimentações e altos e baixos. No entanto, a premissa do roteiro e bons momentos de comédia devem agradar o grande público, em busca de comédias nacionais que fujam da “Fórmula Leandro Hassum”. Produzido em 2016 e depois de passar pelo circuito de festivais, o longa finalmente foi lançado comercialmente. [-]

A luta pela preservação ambiental é um tema recorrente no cinema mundial, principalmente em documentários. Filmes como ‘A Era da Estupidez’, ‘A Última Hora’ e ‘Home’ alertam para a necessidade de ações rápidas para deter o avanço do desmatamento e do aquecimento global. Agora, o documentário brasileiro ‘Vozes da Floresta’ destaca a força individual nessa briga e a importância dos chamados guardiões. No caso, lideranças femininas nas áreas florestais que lutam contra madeireiras ilegais enquanto batalham pelos direitos das mulheres. A partir disso, a diretora Betse de Paula dá voz à essas mulheres e faz uma espécie de filme-denúncia sobre a importância desses grupos, ao mesmo tempo que enfrentam descaso de governantes e de grandes empresários. Não há grandes sacadas narrativas ou de direção, como no excelente ‘Ser Tão Velho Cerrado’, mas o conteúdo acaba despertando o tema para o público e emocionando com boas história. Lançamento exclusivo do VOD. [-]

Filme que embarca na onda de produções sobre desobediência civil e tensão social, ‘O Público’ mostra um microcosmo de resistência. Afinal, a história se concentra em um grupo de moradores de rua de Cincinnati, nos Estados Unidos, que decide tomar a biblioteca para si em um dia de frio. A partir daí, o diretor, ator e roteirista Emílio Estevez (do interessante ‘O Caminho’) começa a mostrar detalhes da vida daquelas pessoas em situação tão vulnerável e, ainda, como a polícia encara a situação. Filme extremamente atual, que levanta discussões potentes sobre humanidade e resiliência. No entanto, vale dizer: está longe de produções recentes sobre tensões sociais como ‘Os Miseráveis’, ‘O Ódio que Você Semeia’ ou ‘Bacurau’. Ainda que fale sobre coisas parecidas e com situações bem semelhantes, Estevez dá uma camada mais sutil à história, podendo agradar inclusive aqueles que buscam apenas um drama simples e sem muitas firulas sobre vidas reais. Outra estreia que estava inédita no Brasil. [-]

Um filme que reúne duas estrelas dos filmes e das séries de ação ação: Bruce Willis ('Duro de Matar') e Michael Chiklis (vencedor do Globo de Ouro e Emmy por seu papel principal em 'The Shield: Acima da Lei'). 'Fração de Segundos' começa como um filme típico do gênero, com todas as suas convenções, mas a amnésia do protagonista oferece um elemento mais interessante, sem que a ação desacelere. A odisseia do personagem em reconstruir os fatos, enquanto duvida de seus aliados e foge daqueles que querem matá-lo, é uma mistura com tensão suficiente para entretê-lo - ainda que, é bom ressaltar, este esteja longe de ser um bom filme. [-]

As competições de soletração se tornaram uma espécie de instituição nos Estados Unidos. Anualmente, centenas de crianças tentam decifrar e soletrar corretamente palavras para tentar chegar ao Concurso Nacional de Soletração Scripps, o mais prestigiado do País. E apesar da imprevisibilidade desse tipo de concurso, um padrão tem se repetido: entre 2008 e 2019, apenas crianças de descendência indiana venceram o concurso. Em um dos anos, inclusive, foram oito campeões de uma vez só. Sete eram de famílias indianas. Agora, o documentário ‘Toda Palavra Conta’ busca entender e analisar a predominância dos indianos neste tipo de competição para mostrar que isso pode ter raízes sociais muito mais interessantes e profundas. Interessante notar, também, como o diretor Sam Rega sabe administrar o clima da competição de soletração e incrementá-lo na narrativa do filme. Documentário exclusivo da Netflix. [-]

A protagonista Hailey Dean, da franquia ‘Hailey Dean Mysteries’, mistura duas áreas que despertam curiosidades há décadas no cinema: psicologia e meio jurídico. Afinal, ela começa a saga como promotora de justiça, se aposenta e embarca no mundo da terapia. No entanto, é claro, não deixa para trás as investigações que a fizeram famosa. Em ‘Death on Duty’, Dean precisa voltar à ativa para investigar a morte de um conhecido. Misturando seus conhecimentos legais com as novidades no ramo da psicologia, ela tenta decifrar a mente por trás dos crime em questão. A direção de Michael Robison (de ‘A Hora do Arrepio’) é convencional, trabalhando os principais pontos de uma investigação a partir dessa ótica diversa da protagonista. Não é inventivo, nem traz novidades. No entanto, essa mistura de profissões e de óticas sobre uma mesma história deve agradar aqueles que querem assistir uma trama policial bem-feita, direto ao ponto, e que pode empolgar. Lançamento direto para o VOD. [-]

A franquia ‘Morning Show Mysteries’ ganhou força com tramas policiais simples, mas cativantes. Já são três filmes lançados, sempre com a mesma estrutura clássica de produções policiais. Em ‘Morning Show Mysteries: Countdown to Murder’, quarto filme da saga, a protagonista Billie Blessings (Holly Robinson Peete, a cara da franquia) precisa desembaraçar o crime cometido contra o dono de um supermercado. É uma história sem pontos altos ou elementos que o tornem destacável, mas deve agradar aqueles que buscam uma trama policial tradicional e com elementos sempre presentes em filmes do gênero. É a investigadora sagaz, as breves reviravoltas, o vilão com duas caras, o policial corrupto e por aí vai. Quem quer uma trama policial diferenciada pode se decepcionar. Afinal, esta franquia é o típico arroz com feijão. Faz apenas o convencional, mas bem-feito. E é isso que conta. Lançamento direto para o VOD. [-]

A franquia de filmes ‘Darrow & Darrow’ ganhou força na esteira de séries que evocam o clima de produções sobre o mundo legislativo, como ‘Suits’ e ‘Law & Order’. Agora, o terceiro longa da franquia, ‘Darrow & Darrow: Vestígios de um Crime’, se debruça sobre um debate espinhoso, mas necessário no mundo jurídico: a condenação de inocentes. A partir disso, o cineasta Mel Damski (‘O Casamento da Minha Melhor Amiga’) brinca com os tipos e personagens já consolidados da série de filmes e mostra como a advocacia pode ser útil em casos complicados e intrincados de condenados que buscam reparação. Lembra o clima de longas como ‘Luta por Justiça’ e ‘Em Nome do Pai’, além de reverberar assuntos recentemente discutidos na série ‘Inocente: Uma História Real de Crime e Injustiça’. É instigante, emocionante e até empolgante, ainda que um pouco artificial e simples em sua condução. Mas, sem dúvidas, deve empolgar os fãs de filmes sobre o mundo jurídico. Mais um lançamento direto para o video on demand. [-]