Lançamentos online da semana de 9 de outubro de 2020

O astro Jackie Chan fez uma carreira prolífica e muito bem sucedida em filmes de ação, como 'A Hora do Rush' e 'Quem Sou Eu?'. No entanto, para além disso, o astro chinês também ganhou espaço no cinema de aventura, com histórias que misturam ancestralidade, fantasia e uma pitada de ação. É o caso de 'Contos de Caçador de Sombras', longa-metragem sobre um caçador de demônios numa China ancestral. Leve e divertido, o longa-metragem ressalta essa boa presença de Chan em filmes mais suaves, sem tanto tiro, porrada e bomba. Com um visual marcante e lúdico, é um bom retorno do astro chinês aos filmes de família, que podem ser apreciados por crianças, adolescentes e adultos. Além do áudio original, há a opção dublada com a voz de Whindersson Nunes como Jackie Chan. [-]

Fruto da parceria entre Adam Sandler e Netflix, que rendeu títulos como ‘Lá Vêm os Pais’ e ‘Zerando a Vida’, ‘O Halloween do Hubie’ é mais uma comédia de Adam Sandler. E, quando digo “mais uma comédia”, é pelo estilo extremamente similar ao que o ator entregou ao público em outras ocasiões: muitas piadas envolvendo pum e vômito, bastante besteirol e uma trama um tanto quanto previsível. No entanto, se o humor de outros filmes clássicos de Sandler funcionou em outras ocasiões, aqui o riso também deve rolar solto. Afinal, o astro faz um papel totalmente fora da curva de um rapaz com alguma deficiência mental que tenta se consolidar como um monitor da vizinhança onde mora. No entanto, ao invés de apostar numa trama apenas de desenvolvimento desse personagem, o diretor Steven Brill (de ’Sandy Wexler’) acaba inserindo uma inusitada e estranha trama de investigação sobre quem está cometendo crimes na região. Não funciona muito bem. Mas o elenco estrelar (com Kevin James, Julie Bowen, Ray Liotta, Steve Buscemi, Rob Schneider, Maya Rudolph, June Squibb e Ben Stiller) acaba servindo como um bom aperitivo para continuar a acompanhar o filme. [-]

O Amazon Prime Video fechou uma parceria com a produtora Blumhouse para lançar, em sua plataforma, uma coletânea de filmes de horror e suspense. E um dos que integram esses lançamentos é ‘Caixa Preta’. Com estilo, história e mensagem típica da série ‘Black Mirror’, da Netflix, este longa-metragem de Emmanuel Osei-Kuffour (do curta ‘Born With It’) conta a história de um homem (Mamoudou Athie) que perdeu sua memória em um acidente — enquanto a esposa morreu tragicamente. Assim, agora, ele tenta buscar as memórias perdidas. É um filme conciso, com algumas sérias limitações, e que parece não conseguir ir além desse “estilo Black Mirror”. Sem dúvidas, grande parte do público vai se sentir um tanto quanto incomodada tamanha semelhança. No entanto, quem gosta de histórias que seguem a linha da série, vai encontrar aqui um prato cheio de dilemas morais, ficção científica e uma reviravolta no final. O destaque absoluto acaba sendo de Mamoudou Athie, de ‘O Círculo’, que acaba sendo o grande responsável pela transformação da narrativa. [-]

O cinema brasileiro já se tornou reconhecido internacionalmente por conta de seus filmes de comédia. Produções como 'Minha Mãe é Uma Peça' e 'De Pernas pro Ar' movem milhões de pessoas para as salas de cinema e ajudam a amplificar o cinema nacional. Agora, a atriz e roteirista Mina Nercessian entra nessa seara com o divertido longa-metragem 'Solteira Quase Surtando'. Brincando com crises de meia idade e a urgência de se construir uma família, o filme fala sobre essa mulher (Mina) que entra na menopausa mais cedo e precisa correr para construir uma família. Ainda que o humor seja um pouco óbvio em alguns momentos e a conclusão possa ser sacada desde o começo, 'Solteira Quase Surtando' se revela como um filme leve, divertido e que promete ainda mais piadas nessa nova leva do cinema nacional. Para assistir, passar o tempo e se divertir enquanto come um balde de pipocas. [-]

Um dos desenhos mais icônicos do estúdio Hanna-Barbera, as histórias de Scooby-Doo, Salsicha, Fred, Velma e Daphne já ganharam dezenas de adaptações em longas-metragens -- seja em desenho, animação ou até mesmo live-action. Aqui, em ‘Scooby-Doo! Halloween’, os tradicionais traços de ‘Scooby! Doo’ ganham as telas em uma história típica de Dia das Bruxas. No caso, a equipe precisa se reunir para proteger a Crystal Cove de uma ameaça de proporções nunca antes vista. A fórmula do filme é a mesma de sempre, com piadas bem colocadas, personagens divertidos e monstros com segredos bem guardados. Não há grandes surpresas, nem uma reinvenção da ideia central de ‘Scooby! Doo’. No entanto, no final das contas, temos uma história boa, agradável e bem divertida. [-]

Um típico filme de Halloween, que mistura referências de filmes sobre ameaças sobrenaturais com uma pitada de slasher. Afinal, os diretores Scott Beck e Bryan Woods (roteiristas de ‘Um Lugar Silencioso’) brincam com os significados e os limites dos pesadelos para, assim, construírem essa fábula de horror. O mais interessante, aqui, está na criatividade da dupla de criadores, que não se contentam com medos estáticos. Brincam com possibilidades, exploram narrativas e, principalmente, buscam reservar pequenos sustos para todos os tipos de públicos. Afinal, todo mundo tem medo de algo, mesmo que no íntimo, bem escondido. Beck e Woods vão encontrar um jeito de acessar esse segredo. [-]

A Netflix se esforça, de maneira consciente e frequente, para criar um espaço de cinema indiano com produções exclusivas. Já produziu e distribuiu filmes de ação, suspense e até horror. Agora, a empresa aposta numa comédia romântica para conquistar mais uma parcela do público ainda reticente com títulos indianos. É o simpático ‘Pelo Amor de Ginny’, longa-metragem dirigido pelo estreante Puneet Khanna. Nesta produção animada, colorida e cheia de vida, o espectador é convidado a embarcar na história de Ginny, uma mulher que recusa um casamento arranjado, tradição na Índia. No entanto, o noivo rejeitado não aceita a dispensa e acaba se unindo à sogra para conquistar o coração da protagonista. Ainda que arcaico em algumas ideias, o filme é simpático, divertido e alto-astral, mostrando que a linguagem do amor e da paixão pode ser compreendida em qualquer lugar do mundo. [-]

Que comédia dramática inesperada, sensível e muito divertida é ‘O Pai’, um dos exemplos mais interessantes do cinema búlgaro contemporâneo. Aqui, os diretores Kristina Grozeva e Petar Valchanov acompanham a trajetória de luto de um homem que acaba de perder sua esposa, companheira longa data. No entanto, ao invés de sofrer em silêncio para lidar com a perda, ele acaba acreditando na história de uma conhecida de que a mulher morta ligou para seu celular. A partir daí, o filho desse homem triste e atormentado começa a batalhar para trazê-lo de volta à razão, numa história cheia de idas e vindas e, até mesmo, um punhado de momentos surpreendentes, que colocam o espectador em emoções à flor da pele. Para rir, chorar, se divertir e mergulhar no luto de uma maneira bastante diferente. [-]

Este filme exclusivo da Netflix não poderia ser mais intimista e particular. Afinal, ‘The 40-Year-Old Version’ conta a história de Radha Blank, uma dramaturga sem sorte em Nova York que decide se arriscar no rap. Dirigido, roteirizado e protagonizado pela própria Radha, o longa-metragem faz um mergulho interessante e estiloso na vida dessa mulher tentando a sorte. Ainda que acaba falando de algumas temáticas e emoções muito particulares, são grandes as chances do público se ver e se entender na figura dessa dramaturga sem oportunidades tentando a sorte. Afinal, somos todos humanos. E, assim, nos entendemos. [-]

A maioria dos filmes sobre astronautas e viagens espaciais é protagonizada por homens. Vide ‘Interestelar’, ‘O Primeiro Homem’, ‘Lunar’ e até ‘Perdido em Marte’. Por isso, é tão interessante o trabalho da cineasta Alice Winocour (de ‘Augustine’). Aqui, ela se vale da história de uma mulher astronauta (Eva Green, de ‘Os Sonhadores’) que precisa lidar com o assédio desse ambiente tóxico e machista, além de aspectos da maternidade -- enquanto os companheiros homens falam pouco dos filhos, essa protagonista precisa lidar com a distância da filha e as obrigações impostas pela sociedade. Assim, ainda que sobrem algumas discussões em um excesso de subtramas, ‘A Jornada’ é um filme que sabe falar sobre assuntos em pauta com força e uma originalidade que chama a atenção e cativa. Por fim, destaque para Eva Green, em um de seus papéis mais fortes e intensos da carreira. [-]

O Amazon Prime Video fechou uma parceria com a produtora Blumhouse para lançar, em sua plataforma, uma coletânea de filmes de horror e suspense. E um dos que integram esses lançamentos é ‘Mentira Incondicional’. Remake do filme ‘Wir Monster’, esta produção acompanha a história de uma garota (Joey King, num papel totalmente diferente de ‘A Barraca do Beijo’) que mata uma colega de classe. A partir daí, os pais (Mireille Enos e Peter Sarsgaard) fazem de tudo para proteger a menina, numa mistura de ‘The Killing’ com ‘Precisamos Falar Sobre Kevin’. Ainda que a diretora Veena Sud não acerte no tom, deixando o filme monótono e frio demais da proposta, a boa sacada da premissa, os bons atores e uma reviravolta final chocante podem ser o bastante para fãs de suspense, que vão ficar intrigados com o desenrolar da narrativa — ainda que não faça tanto sentido. [-]

Ainda que ‘Somebody Up There Likes Me’ seja um música de David Bowie, este longa-metragem não fala sobre o cantor britânico. Na verdade, o diretor Mike Figgis (de ‘Despedida em Las Vegas’) se vale desse título para contar a história de Ronnie Wood, um dos mais emblemáticos guitarristas da história e integrante há décadas do grupo Rolling Stones. Assim, dessa forma, o cineasta constrói um documentário biográfico um tanto quanto banal em sua forma e estilo, mas com conteúdo o suficiente para agradar fãs de longa data do músico. Destaque principalmente para os bons entrevistados, como Mick Jagger, Keith Richards, Rod Stewart e vários outros nomes do rock britânico e americano. [-]

A Netflix encontrou dois bons caminhos de documentários originais e exclusivos. O primeiro são os que contam histórias sobre crimes que abalaram a sociedade e trouxeram impactos de algum nível -- como é o caso de ‘O Monstro ao Lado’, ‘O Caso Gabriel Fernandez’ e ‘Gênio Diabólico’. Já o outro caminho é mais suave, ainda que um tanto óbvio: os filmes de bastidores e trajetórias de grandes músicos, como Taylor Swift e Keith Richards. E agora chegou a vez de mostrar os bastidores da dupla francesa de rap Bigflo & Oli. Aqui, o trio de diretores Jérémie Levypon, Florian Ordonez e Olívio Ordonez encontram um tom intimista inesperado para acompanhar os bastidores da turnê mundial da dupla. Ainda que não sirva muito para aqueles que não conhecem Bigflo & Oli ou, ainda, não se interessam por rap, o filme é um deleite para fãs que querem saber um pouco mais da intimidade dos artistas. [-]

Não confunda este filme com um outro ‘Antes de Partir’, estrelado por Morgan Freeman e Jack Nicholson. Este longa-metragem, estrelado por um envelhecido Brian Cox (da série de TV ‘Succession’), também fala sobre velhice, passagem do tempo e memória. No entanto, ao contrário daquele outro, o foco não está um humor leve e tarefas a serem realizadas antes da partida. Na verdade, este filme de Oded Binnun (‘Lost Paradise’) e Mihal Brezis (‘Aya’) acaba se debruçando sobre a relação deste protagonista de Cox com o filho e o neto, perdida e enferrujada pela distância e o tempo. Há alguns maneirismos e clichês que são exageradamente repetidos pela dupla de diretores, o que tira um pouco da força do longa-metragem. No entanto, ainda assim, ‘Antes de Partir’ é um singelo e emocionante drama que não tarda em nos fazer pensar na vida, nas relações e em nossas famílias. [-]

A premissa de ‘Salve-se Quem Puder’! é hilária: um casal, precisando fazer um detox de tecnologia, decide passar um tempo num chalé afastado de toda a sociedade. No entanto, logo na primeira noite, coisas estranhas começam a acontecer. Estrelas cadentes transitando pelos céus, sons de tiros na floresta e outras coisas do tipo. Rapidamente, porém, as coisas saem do controle e o casal (interpretado muito bem pela dupla Sunita Mani e John Reynolds) se veem no meio de uma invasão alienígena de criaturas peludas que querem dominar o planeta Terra. Um olhar diferente sobre as tramas de invasões, que foge da claustrofobia de um ‘Enigma de Outro Mundo’ ou até mesmo da infantilidade emocional de ‘E.T.: O Extraterrestre’. Ainda que nem totalmente acertada, a direção de Alex Huston Fischer e Eleanor Wilson mostra a visão dessa nova geração conectada, e dependente de celulares, que não sobrevive ao mundo desconectada e sem tecnologia. Pra rir, se divertir e ainda por cima, no final das contas, pensar sobre a nossa humanidade. [-]

‘Zona Árida’ é o documentário ideal para assistir em um ano de eleição. A produção aborda a cultura (e preconceito) de Mesa, eleita a cidade mais conservadora dos Estados Unidos de acordo com um estudo de 2014, realizado pelas universidades UCLA (Universidade da Califórnia) e MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). A diretora Fernanda Pessoa, que morou lá na adolescência, acompanhou as eleições presidenciais de 2016 que elegeram Donald Trump. O filme, que recebeu menção honrosa no Festival Internacional de Documentário e Animação de Leipzig, também conhecido como Dok Leipzig, de 2019, aborda desigualdade social, xenofobia, terrorismo, entre outros problemas que são comuns em Mesa. É uma produção rica e interessante, que não tem medo de mostrar o lado sombrio do sonho americano do ponto de vista de uma brasileira. [-]

Você pode não saber quem é David Attenborough pelo seu nome, mas com certeza já assistiu a algum filme narrado por ele. Afinal, o naturalista britânico é um dos nomes mais presentes e respeitados dentre os documentários sobre meio-ambiente e natureza no geral. Foi ele, aliás, que narrou filmes e séries como ‘Nosso Planeta’, ‘Planeta Terra’, ‘Planeta Gelado’ e ‘Planeta Azul’. Agora, o documentário ‘David Attenborough e Nosso Planeta’ busca ir além do britânico como uma voz invisível. Neste filme exclusivo da Netflix e dirigido pelo trio Keith Scholey, Jonathan Hughes e Alastair Fothergill, o espectador é convidado a conhecer mais de sua personalidade, pensamentos e, principalmente, olhar sobre o futuro da humanidade. É uma oportunidade única de mergulhar na mente de uma das testemunhas mais onipresentes e respeitadas do meio naturalista, dando uma visão de como a humanidade pode proceder a partir de tamanho desastre climático que vivemos. [-]

Maria Flor estreia na direção de longa metragens com ‘Filme Ensaio’, que é um experimento sobre o que é a atuação. Através do ponto de vista de três atrizes - Andrea Beltrão, Malu Galli e Mariana Lima - ensaiando para a peça ‘Nômades’, Flor construiu um estudo em cima disso. É uma produção extremamente relevante não só para atores, como para quem se interessa por artes cênicas. ‘Filme Ensaio’ é processo criativo e também um poema às talentosas mulheres que fazem parte do cinema, teatro e televisão brasileiro. Muitas vezes estamos condicionados a consumir um grande volume de produções internacionais que deixamos de valorizar conteúdos nacionais - e os artistas desses projetos. [-]

É sempre intrincada a tarefa de encontrar bons filmes sobre a história da religiosidade no Brasil. Há sempre diferentes visões, opiniões, olhares. Por isso é tão interessante a iniciativa de ‘A Maravilha do Século’, longa-metragem da documentarista Marcia Paraiso que fala sobre o italiano Giovanni Maria de Agostini. Ele, no século XIX, saiu da Europa para cruzar o continente americano pregando mensagens de religiosidade, respeito ao meio ambiente e luta pela terra. Chamado de profeta, monge ou São João Maria, ele é conhecido por uma fé simples, distante dos dogmas da Igreja tradicional, próxima aos conhecimentos relacionados às ervas e respeitando a natureza -- e que, no contexto de um mundo globalizado e com graves problemas ambientais, acaba ganhando novos significados. [-]

É frequente a chegada de filmes e documentários que imaginam e reimaginam a existências de aliens e outras criaturas no vazio do espaço. ‘O Fenômeno: Não Estamos Sozinhos’ segue o mesmo caminho. Este documentário, dirigido pelo cineasta e ufologista James Fox e narrado por Peter Coyote (ator de ‘Patch Adams’), examina os caminhos da ufologia e, de novo, mostra relatos de pessoas que viram discos voadores no céu. A diferença aqui, e que torna esse filme tão saboroso para a comunidade ufóloga, está nos depoimentos contundentes de ex-funcionários do alto escalão da NASA e, até mesmo, de astronautas. A sensação, no final, é a mesma do subtítulo do filme em português: não estamos sozinhos. [-]

E quem disse que a saga ‘Arctic Friends’ não chegaria ao seu quinto capítulo? Nesta emocionante história de aventuras e confusões, ‘Arctic Friends: Short Collection 5’ convida o pequeno espectador a mergulhar novamente no congelante universo de um grupo de animais do Ártico que faz entregas em toda a região. A simpática raposa ártica continua sendo a alma do desenho, cheia de boas sacadas e um espírito coletivo aguçado, enquanto o divertido urso polar e a engenhosa raposa vermelha roubam a cena em alguns momentos realmente inspirados -- isso sem falar do vilão, o estranho Dr. Otto Van Walrus e seus astutos papagaios. Uma coletânea que segue a qualidade dos outros quatro filmes da série, com potencial de fazer as crianças se divertirem enquanto passam o tempo na telinha. [-]