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A luz e a escuridão em ‘Star Wars: A Ascensão Skywalker’
O diretor J.J. Abrams e o elenco principal da última parte da saga ‘Star Wars’ vieram ao Brasil e contaram o que podemos esperar do novo filme – e como conseguiram incluir Carrie Fisher na história
“A Força é o que dá ao Jedi o seu poder. É um campo de energia criado por todos os seres vivos. Ele nos rodeia e nos permeia; ele une a galáxia”. Foi assim que Obi-Wan Kenobi explicou a Força para um jovem Luke Skywalker ainda no começo de ‘Star Wars: Uma Nova Esperança’, o filme que começou com a saga espacial criada por George Lucas no hoje longínquo ano de 1977. Após 42 anos, a Força é mais do que um conceito da ficção: é quase que como uma energia viva, que uniu cerca de 3.300 pessoas no principal auditório da CCXP (Comic Con Experience), em São Paulo, no último sábado (7).
Todos ali estavam presentes para falar e ouvir sobre ‘Star Wars: A Ascensão Skywalker’, a última parte da série principal de nove filmes de ‘Star Wars’, que será lançado nos cinemas brasileiros em 2019.
Só que o diretor J.J. Abrams, presente no palco, fez questão de lembrar ao público algo importante: como na vida, como no Yin-Yang, a Força tem dois lados – e ambos terão a sua importância na história do novo longa-metragem. “‘A Ascensão de Skywalker’, como a maior parte de ‘Star Wars’, é sobre a luz e a escuridão, sobre o lado negro. No lado negro, eu não posso esperar para que as pessoas vejam a história de Palpatine e dos nossos personagens. É certamente a história mais intensa pela qual estes personagens já passaram. No lado da luz, é uma história de amizade, porque pela primeira vez [na atual trilogia] o grupo principal de protagonistas saem todos juntos em uma aventura”.
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Caso você não tenha visto os últimos trailers do filme, deve ter ficado chocado com a citação que Abrams fez à Palpatine. O personagem, interpretado por Ian McDiarmid, foi o Lorde Sith que corrompeu Anakin Skywalker a se transformar no vilão Darth Vader, além de dar o golpe que acabou com a República e instituiu o Império em ‘Star Wars: A Vingança dos Sith’. Depois, na história contada na trilogia clássica, tentou manter o poder com mão de ferro até ser derrotado pelos Rebeldes, liderados por Luke, Leia e Han Solo. Aparentemente morto em ‘Star Wars: O Retorno de Jedi’, o ex-imperador ressurgiu no material de divulgação de ‘A Ascensão Skywalker’ – e Abrams revelou que foi incrível poder trabalhar com o veterano McDiarmid, hoje com 75 anos.
Já a luz é representada no filme justamente pelos três atores que vieram ao evento brasileiro: Daisy Ridley (que interpreta a Rey), John Boyega (Finn) e Oscar Isaac (Poe). “Eu tive muita sorte de ter a oportunidade de trabalhar com os três, é um elenco incrível. Eu nunca trabalhei com um grupo tão genuíno, amável e bem-humorado. Era um prazer”, contou um empolgado Abrams.
“‘Star Wars’ sempre foi sobre sair em uma aventura em grupo”
O diretor também revelou que os três terão mais cenas de ação juntos neste novo longa. “Ninguém ainda teve a chance de ver Rey e Poe juntos em uma cena”, revelou o diretor. “Eles já se encontraram em cena, mas nunca estiveram em uma cena com uma aventura juntos. E uma das coisas legais de ver é essa dinâmica em grupo. ‘Star Wars’ sempre foi sobre grupo, sobre sair em uma aventura em conjunto. E é isso que veremos neste filme. É o que está me deixando mais animado”. No evento, foi mostrado ao público uma cena de perseguição no deserto que parece ser de Jakku, planeta onde Rey foi vista pela primeira vez em ‘O Despertar da Força’. Rey, Poe e Finn estão em ação, enfrentando Sandtroopers que, agora, podem voar com a ajuda de jetpacks nas costas. Além disso, foi exibido apenas um vídeo de bastidores, alternando momentos atrás das câmeras no novo filme e da trilogia clássica – típico material de extras de um filme.
A presença de Leia
A principal nota triste de ‘A Ascensão Skywalker’ não é, infelizmente, na ficção. Carrie Fisher, a eterna princesa (e, depois, general) Leia Organa, morreu em dezembro de 2016 após uma parada cardíaca enquanto estava a bordo de um voo entre Londres e Los Angeles. Ainda assim, o diretor, produtores e roteiristas procuraram uma forma de trazer a personagem de volta neste último filme. “Nós percebemos que não poderíamos contar a história, o fim da Saga Skywalker, sem a Leia. Era impossível”, explicou Abrams. “Sabíamos que não poderíamos usar uma personagem digital [como fizeram com o Grand Moff Tarkin de Peter Cushing em ‘Rogue One’], Carrie nunca aprovaria. Nunca poderíamos escalar outra atriz. E a ideia que surgiu foi a de olhar no material e ver se tinha alguma coisa que não tínhamos usado, e percebemos que tínhamos algumas cenas [dos filmes anteriores] que poderíamos utilizar”.
“Carrie nunca aprovaria uma personagem digital”
“Às vezes, nas gravações de um filme, algumas pessoas sabem disso, por questões de agenda alguns atores não estão disponíveis e gravamos apenas um lado da cena, e gravamos o outro lado em um momento diferente, quando o ator está disponível. Foi o que fizemos agora, com a diferença que o lado da Carrie nós gravamos quatro anos antes. Foi de partir o coração ela não estar mais aqui, mas todos nós amamos Leia, amamos Carrie, então é bom vê-la voltar”. “É realmente muito estranho fazer as cenas sem ela, não foi natural”, revelou Daisy Ridley. “Estávamos olhando para onde ela estaria, antes de fazer o que tínhamos que fazer. Ainda assim foi muito emocional, sinto que é como um belo tributo à Carrie, e a Leia é superimportante para a história. O que o J.J. conseguiu fazer foi incrível”. “Sentimos a presença dela no set todos os dias, e ainda sentimos agora”, completou Oscar Isaac.
O fim de uma era
Ainda que o universo de Guerra nas Estrelas continue sendo explorado pela Disney e pela Lucasfilm em diversos outros produtos, a intenção de ‘A Ascensão Skywalker’, ao menos por enquanto, é encerrar a história principal da saga, que tem a família Skywalker como protagonista. Por isso, J.J. Abrams e o resto do elenco falaram do final deste processo em tom de despedida. “[Vou sentir falta] de fazer parte, de contribuir para uma história que já dura 42 anos, uma saga inteira que inspirou a imaginação de milhões de pessoas, e de ter um pouco a ver com isso, particularmente com a visão do final, de contar o final dessa história de nove episódios”, revelou o diretor. Abrams, no entanto, fez questão de lembrar o legado da franquia, e a importância que ela tem para o mundo. “Sabe, todo mundo que ama ‘Star Wars’ ama pelos seus motivos, claro, mas acho que todo mundo concorda que ‘Star Wars’ tem esse incrível coração, no sentido de esperança, de possibilidade”.
“É uma coisa linda a imaginação de George Lucas, do que ele criou”.
J.J Abrams
“Ser uma nota de rodapé nesse mundo é uma absoluta honra. Para este filme, ‘A Ascensão de Skywalker’, ser o capítulo final dessa história em nove capítulos, é para mim um grande orgulho estar associado a estas pessoas. Sou grato a todas as centenas de pessoas que trabalharam neste filme”, encerrou o diretor. Todos eles, envolvidos na produção, já fizeram a sua última parte, a sua última contribuição ao legado da franquia. Para nós, espectadores, o último ato acontece no próximo dia 19 de dezembro, quando ‘Star Wars: A Ascensão de Skywalker’ estrear nos cinemas do Brasil. Resta torcer, então, para que a luz vença a escuridão. Seja na ficção, seja em nossas vidas.