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Morre Arnaldo Jabor, jornalista e cineasta, aos 81 anos
O cineasta fez história ao ser um dos expoentes do movimento Cinema Novo, no Brasil
Laura Ferrazzano | 15/02/2022 às 10:38 - Atualizado em: 18/02/2022 às 19:05
Morreu na madrugada desta terça-feira, 15, o jornalista e diretor de cinema Arnaldo Jabor, aos 81 anos. Segundo informações divulgadas pela Folha de S.Paulo, Jabor estava internado desde o dia 17 de dezembro no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após sofrer um acidente vascular cerebral. De acordo com a família, a causa da morte foram complicações do AVC.
Arnaldo Jabor teve uma extensa carreira dedicada ao cinema, à literatura e ao jornalismo. Nascido no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1940, o cineasta e jornalista se tornou mais conhecido por seus comentários nos telejornais da TV Globo desde os anos 1990. No entanto, sua primeira vocação profissional estava relacionada ao cinema - especificamente ao Cinema Novo, que buscava levar a dura realidade social brasileira para as telonas.
Inspirado pelo neorrealismo italiano e da Nouvelle Vague francesa, Jabor analisou o país através de seus filmes. Ao longo de sua vida ele dirigiu sete longas, dois curtas-metragem e dois documentários.

Vida e obra de Arnaldo Jabor
Filho de um oficial da Aeronáutica e de uma dona de casa, Jabor trabalhou como crítico de teatro e cinema no jornal O Metropolitano, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, e na revista Movimento, e acabou se aproximando do cinema por influência direta de Cacá Diegues. Debutou numa segunda fase do movimento do Cinema Novo, com os curtas documentais 'Rio Capital Mundial do Cinema' e 'O Circo', ambos de 1965.
Dentre as produções mais conhecidas do diretor, sempre banhadas pelo seu teor enfático, crítico e irônico, estão o documentário 'Opinião Pública' (1967), os longas 'Toda Nudez Será Castigada' (1973) e 'O Casamento', ambos adaptações de peças de Nelson Rodrigues. O filme 'Tudo Bem', de 1978, é a produção que Jabor considerava a sua melhor.
Um dos filmes que mais marcou a cinematografia brasileira foi 'Eu Sei Que Vou Te Amar', de 1986, estrelado por Fernanda Torres e Thales Pan Chacon, que foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes. Porém, mesmo com o sucesso de suas produções, Jabor sempre falava que não enriquecera com o cinema. Não à toa, um de seus últimos trabalhos no cinema, 'A Suprema Felicidade', foi lançado só em 2010.

Nos anos 1990, Jabor se afastou do cinema por “força das circunstâncias ditadas pelo governo Fernando Collor de Mello, que sucateou a produção cinematográfica nacional”, segundo seu site oficial. Lembrando que foi no governo Collor que decretaram o fim dos financiamentos da estatal Embrafilme.
Em uma viagem a São Paulo, Jabor encontrou o jornalista Fernando Gabeira, para quem pediu uma oportunidade para retomar a veia jornalística. E conseguiu, seguindo na Folha por uma década, além de colaborar com outras publicações jornalísticas como o gaúcho Zero Hora e o carioca O Globo. Ao longo dos anos, também publicou livros de coletânea como 'Os Canibais Estão na Sala de Jantar', e 'O Malabarista - Os Melhores Textos de Arnaldo Jabor'.
Além do impresso, Arnaldo Jabor também entrou no telejornalismo da Rede Globo, participando como comentarista de programas como o Jornal Nacional, Jornal da Globo e Bom Dia Brasil, bem como na rádio CBN. Ficou conhecido, principalmente, por seus comentários ácidos e, até certo ponto, polêmicos.

A produtora de cinema Suzana Villas Boas, ex-mulher de Jabor e mãe de seu filho escreveu "Jabor virou estrela, meu filho perdeu o pai, e o Brasil perdeu um grande brasileiro" em seu Instagram. De acordo com assessores, Jabor ainda tem um filme inédito para ser lançado.
Arnaldo Jabor deixa três filhos: João Pedro, Juliana e Carolina Jabor – esta última, cineasta como o pai, conhecida por filmes como 'Aos Teus Olhos'.

Jornalista cultural e entusiasta das artes. Já fez parte da redação de grandes sites brasileiros como R7 e CARAS digital, além do portal internacional, Her Campus. Foi assistente de redação no Filmelier.

Jornalista cultural e entusiasta das artes. Já fez parte da redação de grandes sites brasileiros como R7 e CARAS digital, além do portal internacional, Her Campus. Foi assistente de redação no Filmelier.
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