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Cinesala lança campanha de financiamento coletivo

Tradicional cinema de rua de Pinheiros, em São Paulo, a Cinesala quer arrecadar R$ 300 mil para trocar o estofado das cadeiras e preparar a equipe

Matheus Mans | 22/10/2020 às 17:28 - Atualizado em: 22/10/2020 às 17:28


Após o Belas Artes BH, chegou a vez da Cinesala iniciar sua campanha de financiamento coletivo. O tradicional cinema de rua localizado no bairro de Pinheiros, em São Paulo, lança campanha de crowdfunding para se recuperar dos sete meses de inatividade e deixar a sala adequada aos novos protocolos de higiene exigidos pela Prefeitura da cidade de São Paulo.

O objetivo do cinema de rua, conhecido por sua única e espaçosa sala, é arrecadar R$ 300 mil. Com esse dinheiro, a Cinesala pretende trocar o estofamento das poltronas, que hoje é de tecido, para um couro vegetal. Só assim conseguirá fazer a higienização necessária. Além disso, a empresa precisa fazer treinamento da equipe a atualizar o sistema de compras.

Interior da Cinesala, com poltronas e cadeiras
Colocar o nome nas poltronas ou nos tradicionais sofás também é uma opção de recompensa do crowdfunding (Crédito: Divulgação/Cinesala)

"Por conta desses sete meses parados, fazer uma campanha de financiamento coletivo deixou de ser apenas uma ideia para ser uma necessidade", explica Adhemar Oliveira, programador da Cinesala, em entrevista ao Filmelier. "Até o momento, já alcançamos 10% da meta e estamos animados. Começou a 'falação' e a sala tem carinho do público".

Assim, a previsão é de que as reformas sejam concluídas em novembro, ainda sem reabertura definida. Para ajudar a campanha, clique aqui.

Financiamento coletivo

Na sua campanha de financiamento coletivo, a Cinesala começa com contribuições de R$ 50 e vai até R$ 10 mil — neste último caso, claro, mais voltado para empresas. E as recompensas são diversas. Na contribuição mais barata, o nome de todos os apoiadores irá aparecer em uma vinheta especial, antes dos filmes. Nas de R$ 60 e R$ 100, são combos de ingresso.

Entrada da Cinesala, com luz neon e as portas abertas
Entrada da Cinesala, que ocupa o mesmo espaço na Rua Fradique Coutinho desde 1962 (Crédito: Divulgação/Cinesala)

Depois disso, as recompensas variam entre ingressos acompanhados de camisetas estilizadas (nas contribuições de R$ 140) e até o nome em uma das poltronas da Cinesala ou em um de seus tradicionais sofás, que ficam na ponta da sala e são sempre disputados. Até o momento, o financiamento coletivo bateu o valor de R$ 30 mil, com mais de 20 dias restantes.

História da Cinesala

Inaugurada em 1962 como Cine Fiammetta, a sala já foi sede exibidora da Cinemateca, resistiu a oito trocas de moedas e à decadência dos cinemas de rua na cidade — que eram mais de 200 quando foi aberta e agora não passam de 10, como Cinesesc, Reserva Cultural, Belas Artes e Espaço Itaú.

Revitalizada algumas vezes por diferentes patrocinadores, foi como Cinesala que o cinema estabeleceu vínculo com espectadores, cinéfilos e virou uma referência cultural, seja com as exibições convencionais durante a semana ou, então, com mostras especiais que lotavam a sala de projeção.


Matheus MansMatheus Mans

Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.

Matheus Mans
Matheus Mans

Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.

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