‘Desaparecida’ convence com suspense na tela do computador ‘Desaparecida’ convence com suspense na tela do computador

‘Desaparecida’ convence com suspense na tela do computador

Longa-metragem acompanha a história de uma jovem procurando a mãe desaparecida durante uma viagem

Matheus Mans   |  
7 de março de 2023 10:00

Quando ‘Buscando…‘ chegou aos cinemas, em 2018, foi um choque: apesar de usar um formato que começava a se popularizar, ficou evidente como usar a tela de um computador era possível criar tensão e suspense — e que depois se desdobrou para o terror e até um suspense dramático. É um ótimo filme. Agora, cinco anos depois, o formato já está um pouco mais desgastado, mas funcional, com o novo ‘Desaparecida‘, estreia nos cinemas de quinta-feira, 2.

Dirigido pela dupla de estreantes Nicholas D. Johnson e Will Merrick, o longa-metragem é bastante similar ao primeiro filme: mostra uma garota, June (Storm Reid), que descobre que a mãe e o padrasto desapareceram durante uma viagem para a Colômbia. A partir daí, tendo apenas a tela de um computador como um cenário, tenta descobrir o que de fato aconteceu, buscando todas as informações na internet com buscas, conversas, chamadas de vídeo e afins.

Cena do filme Desaparecida
‘Desaparecida’ conta com poucos personagens e se passa na tela do computador (Crédito: Sony Pictures)

Assim como ‘Buscando…’, o novo filme tem uma dose de tensão deliciosa, como aqueles suspenses de antigamente que quase não são mais feitos e que passavam tarde da noite na programação da Globo, como ‘Supercine’ e ‘Corujão’. Ficamos tensos com as buscas da personagem, que aos poucos vai descobrindo camadas do desaparecimento que nos fazem questionar tudo: desde a índole dos personagens até os fatos que envolvem o desaparecimento da mãe.

‘Desaparecida’ é um bom filme?

Em comparação com o filme de 2018, ‘Desaparecida’ conta com alguns elementos a mais. Não fica restrito demais à tela do computador e abraça também alguns elementos dos celulares, como vídeos de TikTok e afins. Dá frescor para esse tipo de história, que começa a mostrar um pouco de saturação, e faz com que tudo fique ainda mais interessante. Deixa mais moderno, alcança novos públicos e, sobretudo, encontra formas de se diferenciar do restante dos filmes.

Obviamente, como acontece com qualquer filme de suspense desse tipo, muito calcado em um mistério que precisa ser resolvido rapidamente, há algumas revelações que simplesmente não funcionam, seja pelo fato de serem manjadas ou, então, por exigir muita suspensão de descrença por parte do espectador. O público, nos cinemas, deve soltar algumas exclamações de incredulidade durante o longa-metragem. Difícil embarcar em todas ideias e propostas.

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É o caso, por exemplo, de conseguir facilmente e sem muitos problemas as imagens de pontos turísticos da Colômbia, inclusive passeando no tempo. Com qualidade a ponto de identificar pessoas. Será que isso é algo que pode ser real?

O final de ‘Desaparecida’ é o ponto alto, apesar dos pesares

O final do longa-metragem é a cereja do bolo, que deve fazer com que o público tenha uma boa experiência na sala. Divertido, ainda que um tanto quanto inacreditável, é de deixar qualquer um de queixo caído. Você até pode acertar alguns dos vários plot twists da história, mas dificilmente vai sacar o que vai acontecer nos 20 minutos finais. Reid (‘Euphoria’) também está muito bem e, com potência em cena, ajuda a deixar tudo mais divertido e interessante.

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Só uma coisa que bate negativamente: a tentativa desesperada, em muitos momentos, de emular o que deu certo em Buscando…, sem deixar o filme andar com as próprias pernas. É o caso desses mesmos 20 minutos finais, que simplesmente usam os elementos dos mesmos 20 minutos finais do filme de 2018 (e que, cá entre nós, é o calcanhar de Aquiles desse formato). Ao invés de encontrar novas formas de brincar com o formato, fica preso na mesmice.

‘Desaparecida’, porém, ainda assim é diversão garantida nos cinemas. Traz um clima inesperado, cria tensão, brinca com a sanidade do espectador, faz reviravoltas rocambolescas que absolutamente ninguém espera. Alguns podem reclamar, dizer que é exigir muito do espectador em acreditar em tudo ali. Mas fica a dica: esqueça um pouco disso, abra o coração e se divirta. No final, sem dúvidas, você terá uma experiência que vai te deixar tenso. Vale a pena.

‘Desaparecida’ estreia nesta quinta-feira, 2 de março. Clique aqui para comprar ingressos.

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