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'...E O Vento Levou' retorna ao catálogo do HBO Max com contexto
Após ser retirado da plataforma de streaming, filme voltou a ficar disponível com um vídeo da especialista em cinema Jacqueline Stewart
Matheus Mans | 25/06/2020 às 12:14 - Atualizado em: 29/06/2021 às 10:42
Após as polêmicas evolvendo a retirada de '...E O Vento Levou' do catálogo do streaming HBO Max, o filme clássico de 1939 retornou ao serviço americano. No entanto, com uma diferença. A partir de agora, quem for assistir ao longa-metragem poderá conferir um vídeo de contexto histórico.
Apresentado pela especialista em cinema Jacqueline Stewart, da Universidade de Chicago, o vídeo argumenta que o filme "mostra uma imagem do sul dos EUA" antes da Guerra de Independência dos Estados Unidos "como um cenário romântico e idealizado que já se perdeu".
"Tratar o mundo com nostalgia ajuda a negar os horrores da escravidão e todo o seu legado de desigualdade racial", explica. No entanto, acrescenta ainda que a experiência pode "ser desconfortável", mas é "importante que filmes clássicos de Hollywood estejam disponíveis em sua forma original".

Por fim, o espectador é convidado a ir além nessa contextualização. Afinal, o serviço de streaming também passou a oferecer ao espectador um debate de especialistas intitulado 'O Complicado Legado de "…E o Vento Levou"'. A ideia é mostrar como o filme, de várias formas, banaliza a escravidão.
Polêmicas e trama de '...E O Vento Levou'
Em ‘…E o Vento Levou’, conta-se a história de uma rica garota do sul na Guerra Civil Americana. O grande problema estaria na representação de escravos satisfeitos com sua situação. O filme venceu oito Oscars, incluindo Atriz Coadjuvante para Hattie McDaniel, primeira mulher negra premiada.
Primeiramente, a principal voz que se levantou contra o filme foi o roteirista John Ridley, vencedor do Oscar por ‘12 Anos de Escravidão‘. Em um artigo publicado no jornal Los Angeles Times, ele pediu pela retirada da plataforma. Afinal, disse ele, o longa "ignora os horrores da escravidão".

“Quando o filme não está ignorando os horrores da escravidão, ele pausa apenas para perpetuar alguns dos estereótipos mais dolorosos de pessoas não-brancas”, disse no artigo. “O filme continua a legitimar a noção de que o movimento secessionista era algo mais, ou melhor, ou mais nobre”.
Além disso, depois, Ridley acrescenta que o filme não deve ser “escondido”, mas trazido à luz com novo significado. “Gostaria de pedir que o filme seja reintroduzido na HBO Max com outros filmes que fornecem uma imagem ampla e completa do que realmente era a escravidão e a Confederação”.
Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.
Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.
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