“Eu me inspiro a cada dia para ser tão boa quanto a Mulher-Maravilha” “Eu me inspiro a cada dia para ser tão boa quanto a Mulher-Maravilha”

“Eu me inspiro a cada dia para ser tão boa quanto a Mulher-Maravilha”

Na CCXP, a diretora Patty Jenkins e a estrela Gal Gadot trouxeram mais detalhes sobre ‘Mulher-Maravilha 1984’ – filme que promete mostrar a importância da heroína na mitologia do mundo moderno

10 de dezembro de 2019 17:29
- Atualizado em 11 de dezembro de 2019 19:28

“Bem-vindos ao futuro. A vida é boa, mas pode ser melhor. E por que não deveria ser?”, diz o vilão Maxwell Lord no primeiro trailer de ‘Mulher-Maravilha 1984’, que foi divulgado domingo passado (8) para todo o mundo a partir do evento brasileiro CCXP (Comic Con Experience). No palco, sendo ovacionadas por cerca de 3.300 fãs, a diretora Patty Jenkins e a Diana Prince em pessoa, Gal  Gadot, contaram um pouco mais sobre o segundo longa-metragem solo da Amazona do Universo DC – e revelaram que a grande ideia da história é atualizar os valores que a Mulher-Maravilha representa para o mundo moderno.

Se você se lembra bem, a primeira vez que vimos a heroína em um filme solo foi em ‘Mulher-Maravilha’, que acompanha a jornada de Diana, a princesa das amazonas de Themiscyra até o “mundo dos homens”, onde lutou durante a Primeira Guerra Mundial. Após a vitória dos Aliados, a derrota do vilão Ares e o sacrifício do amado Steve Trevor, Diana continuou por aqui. E aí, quase 40 anos depois, começa ‘Mulher-Maravilha 1984’ – que será lançado nos cinemas em junho de 2020.

Leia também: saiba onde assistir ao primeiro ‘Mulher-Maravilha’.

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“O primeiro filme foi tão incrível por fazer a jornada do começo da Mulher-Maravilha. Agora nós temos a Mulher-Maravilha. Então estamos muito animadas. Muito animadas!”, contou Patty ao público da CCXP no painel sobre o longa-metragem – que também foi transmitido, ao vivo, no Twitter.  “Por que 1984? Nós queríamos trazer Diana para o mundo moderno, e os anos 80 são um período do qual a Mulher-Maravilha é quase um sinônimo. Foi legal vê-la lá”.

Gal Gadot e Patty Jenkins apresentando ‘Mulher-Maravilha 1984’ para o público brasileiro (crédito: divulgação/CCXP)

Realmente, a década de 1980 é muito representava para a heroína. A série de TV da personagem, aquela estrelada por Lynda Carter, foi originalmente produzida entre 1975 e 1979. Porém, as reprises dos episódios na TV dos EUA se tornaram comuns na década seguinte, em horários que caiam como uma luva para o público mais jovem. O mesmo pode ser dito para o Brasil: apesar de ter sido exibida na Rede Globo ainda nos anos 70, as reprises na TVS, a partir de 1981, ajudaram a popularizar a produção entre a garotada, que sintonizava no canal de Silvio Santos sempre às 18h30.

Foi também nos anos 1980 que a Mulher-Maravilha era integrante habitual da animação ‘Superamigos’, da Hanna-Barbera, além de ter passado por um bem-sucedido relançamento nos quadrinhos, capitaneado pelos quadrinistas George Pérez, Greg Potter e Len Wein. Foi nessa fase que a personagem se consolidou como ícone feminista, além de serem incorporados mais elementos da mitologia grega.

“Os anos 80 são
o auge da civilização
ocidental”

Patty Jenkins

“Mas, mais importante, é meio que [os anos 80 são] o auge da civilização ocidental e do sucesso do mundo no qual vivemos. Eu estava curiosa em colidir a nossa Mulher-Maravilha com o auge da mitologia moderna, e que tipo de vilões sairiam disso e ver o que acontece. Então foi tudo natural”, explicou a diretora.

“No primeiro filme, tivemos que estabelecer a história da Diana se tornando a Mulher-Maravilha”, explicou Gal Gadot. “Neste filme, nós vamos encontrar Diana em 1984. Ela está bem sozinha, ela perdeu todos os amigos através dos anos, e ela está fazendo o que precisa fazer, ela está ajudando a humanidade e os salvando, até que… Algo maluco acontece”.

Os vilões

Se Diana Prince representa os ideais clássicos da Grécia Antiga nos malucos anos 80, o outro lado do espectro é justamente representado por um dos vilões de ‘Mulher-Maravilha 1984’: Maxwell Lord, interpretado por Pedro Pascal (de ‘Narcos’). “Max Lord é um personagem típico do período no qual o filme se passa”, confirma Patty. “Ele é o rei dos infomerciais, vendendo um sonho para o público. Ele fará qualquer coisa para ser bem-sucedido. Às vezes, grandeza vem com um preço. Então este é Maxwell Lord”.

Maxwell Lord em pôster divulgado na CCXP19 (crédito: divulgação/Warner Bros.)

Personagem criado nos quadrinhos também nos anos 1980, Lord foi o responsável por criar a Liga da Justiça Internacional, uma versão do famoso grupo da DC que tinha a chancela da ONU e, além de supervilões, enfrentava terroristas e questões políticas – mas sempre com uma abordagem humorística. O personagem, através das décadas, variou entre um líder de pulso firme, um inescrupuloso homem de negócios e um vilão manipulador – sendo eventualmente morto pela própria Mulher-Maravilha, em um polêmico momento das HQs da DC Comics nos anos 2000.

“No começo do filme, quando Diana Prince conhece Max Lord, vamos dizer que ela nunca conheceu alguém como ele antes. É tudo o que eu posso dizer”, disse uma misteriosa Gal Gadot.

A segunda vilã do filme é a Mulher-Leopardo, uma das clássicas antagonistas da heroína. Quem a interpreta no novo longa é Kristen Wiig (‘Caça-Fantasmas’). “Nós somos super fãs da Kristen e amamos como ela é divertida, mas também sou uma grande admiradora da grande atriz que ela é. Então precisávamos de alguém que fosse de um lado do espectro ao ser a amiga doce e divertida da Diana, e que fosse para um lado completamente diferente, sabíamos que a Kristen Wig seria ótima. E ela foi muito além do que poderíamos sonhar”, contou Patty Jenkins.

O retorno de Steve Trevor

Como você sabe, Steve Trevor, o interesse amoroso da Mulher-Maravilha e interpretado por Chris Pine (‘Star Trek’), morreu no final do primeiro filme. Ainda assim, o personagem está de volta no segundo longa-metragem – aparecendo no material de divulgação e até no primeiro trailer, divulgando na CCXP.

“Eu voltei!”

Em vídeo exibido no painel,
Chris Pine não escondeu a empolgação
com o retorno de seu personagem

Steve Trevor ao estilo dos anos 80 no pôster divulgado na CCXP (crédito: divulgação/Warner Bros.)

“Eu não posso falar [como o Steve Trevor está vivo]”, disse a diretora, também fazendo mistério. “Mas aqui está o que eu posso falar: não colocamos Steve Trevor neste filme apenas porque queríamos colocar Steve Trevor neste filme. Quando pensamos na história do segundo longa, quando estávamos fazendo o primeiro, veio o estalo de um momento que não poderia ser contado sem o Chris Pine interpretado o Steve Trevor. Eu prometo que não é um truque, é algo que faz parte da história e era importante que tivéssemos isso. É ótimo ter o Chris retornando, mas também é importante para a história. Vocês vão ter que esperar para ver”.

Não seria a primeira vez que algo do tipo acontece com o personagem em uma adaptação. A primeira temporada da já citada série de TV dos anos 70 se passava na Segunda Guerra Mundial e, a partir do segundo ano, teve que ser trazida para a época que era, então, o presente, tudo por conta de limitações no orçamento. Como solução, colocaram um segundo Steve Trevor – interpretado pelo mesmo ator, Lyle Waggoner –, que era filho do original.

Porém, parece que a solução encontrada para ‘Mulher-Maravilha 1984’ parece ser bem mais elaborada.

Efeitos práticos

Os anos 80 não inspiraram apenas a história: eles estarão presentes, em conceito, nos efeitos especiais. Patty Jenkins explicou que a ideia é fazer mais como era feito naqueles tempos, com mais cabos, maquiagem, adereços e mecanismos do tipo.

“Nós definimos que vamos fazer uma grande e épica experiência, como era na época. Nós fizemos muita coisa prática, com cabos, locações reais – e agora, com tecnologia moderna, vocês vão ver gente real fazendo as cenas de ação. É uma experiência visual”, revelou a diretora. “Tentamos fazer tudo que fosse possível neste filme com efeitos práticos”.

O espírito é parecido, por exemplo, com o que foi feito em ‘Stranger Things’, série da Netflix que também bebe das influências da mesma época, inclusive nos efeitos especiais.

“Este é o maior filme
que eu já fiz em toda
a minha carreira”.

Gal Gadot

“A escala é enorme, o filme é épico. Estivemos em todo o mundo.”, contou uma empolgada Gal Gadot. “Em vez de gravar algumas cenas de ação e deixar a computação gráfica fazer todo o resto, nós na realidade gravamos quase tudo – o que foi superlegal de ver, mas nada fácil de fazer. Eu tive uma ajuda do meu time de dublês, mas foi incrível. É incrível”.

Primeiro trailer

O principal destaque da apresentação na CCXP, além das presenças ilustres, foi o lançamento do primeiro trailer do longa-metragem. Apenas para o evento foi exibida uma versão exclusiva, com cerca de um minuto a mais de cenas.

Entre as diferenças entre a versão da Comic Con e a da internet, há uma sequência mais longa do combate entre a Mulher-Maravilha e os asseclas de Maxwell Lord, na mansão, além de Diana salvando a vida de Steve Trevor. Temos, por exemplo, a heroína prendendo o vilão em seu Laço da Verdade.

No geral, em suas duas versões, o trailer apresenta toda a cor e exagero dos anos 1980, que serão a tônica do novo longa – bem diferente do ar sombrio visto no primeiro, ou ainda em ‘Batman vs. Superman: A Origem da Justiça’ e ‘Liga da Justiça’, produções que também contam com a Mulher-Maravilha de Gal Gadot.

Clique aqui para assistir à versão divulgada para o resto do mundo.

Fonte de inspiração

A recepção calorosa e barulhenta do público no evento paulistano comoveu Patty Jenkins e Gal Gadot. “Isso é uma loucura”, repetia a atriz.

“Brasileiros são
os melhores,
isso é inacreditável”

“Isto fazer tudo valer a pena. Sem vocês, pessoal… Vocês são a razão por estarmos fazendo este tipo de filme. E não é apenas para mulheres e garotas, a história é universal, é para todos”.

O principal auditório da CCXP, com cerca de 3.300 lugares, ficou lotado durante o painel do longa (crédito: divulgação/CCXP)

Patty Jenkins explicou que, para ela, este é mais do que um simples longa-metragem: “Eu sempre quis fazer a Mulher-Maravilha, eu amava a Mulher-Maravilha porque eu acreditava em seus valores. Eu acredito em tudo que ela representa. Ela é a heroína de nosso tempo, incrivelmente forte, super durona, mas é também amável, bondosa, ela é a heroína do futuro, para mim”.

E concluiu: “Eu me inspiro a cada dia para ser tão boa quanto ela”.

Leia mais: Guia do Universo Estendido DC.