Com ‘Colateral’, Jean-Claude Van Damme reafirma novo momento da carreira Com ‘Colateral’, Jean-Claude Van Damme reafirma novo momento da carreira

Com ‘Colateral’, Jean-Claude Van Damme reafirma novo momento da carreira

Hoje em dia, Van Damme não está mais tão preso aos filmes apenas focados em pancadaria, procurando novos desafios

Matheus Mans   |  
5 de maio de 2024 22:51

Já faz um tempinho que podemos perceber como Jean-Claude Van Damme não quer ser mais apenas o ator dos chutes e espacates. O belga se tornou, surpreendentemente, o brucutu dos anos 1980 que mais soube reinventar a carreira — saindo à frente de nomes como Stallone e Arnold Schwarzenegger, ainda presos em papéis muito similares com o começo da carreira. Já Van Damme reafirma seu novo momento com Colateral, estreia desta segunda, 6.

O novo filme, que é uma estreia exclusiva do streaming Adrenalina Pura, é mais do que pancadaria. Dirigido por James Cullen Bressack (A Fortaleza), o filme traz Van Damme no papel de um agente da Interpol que se vê obrigado a proteger o filho de um informante assassinado. A partir daí, ele se envolve em uma teia de conspiração e violência implacável, utilizando suas habilidades excepcionais para lutar contra gangues cruéis e desvendar segredos obscuros.

Van Damme é, ainda hoje, um símbolo dos filmes de artes marciais (Crédito: Golan-Globus)
Van Damme é, ainda hoje, um símbolo dos filmes de artes marciais (Crédito: Golan-Globus)

Publicidade

É um papel bem diferente, e podemos arriscar dizer que ainda mais complexo e complicado, do que boa parte dos filmes de começo de carreira de Van Damme e seus sucessos. Ele começou a carreira treinando artes marciais quando foi alçado ao sucesso por O Grande Dragão Branco, quando ficou conhecido em todo o mundo — inclusive pelo curioso apelido de Músculos de Bruxelas, conquistado graças ao sucesso de Kickboxer: O Desafio do Dragão, de 1989.

Depois, estrelou filmes como Duplo Impacto, de 1991, e Soldado Universal, de Roland Emmerich, de 1992, quando começou uma longa rivalidade na tela com Dolph Lundgren. Ainda protagonizou a estreia de John Woo nos EUA, O Alvo, em 1993, e vestiu a boina de Guile na adaptação do game Street Fighter, de 1994 — amado e odiado por muitos.

Adrenalina Freezone: Jean-Claude Van Damme tem especial de graça no canal
Jean-Claude Van Damme em Colateral (2023) (Foto: Reprodução / IMDB)

Um novo começo para Jean-Claude Van Damme

No entanto, como muitas estrelas dos filmes de “tiro, porrada e bomba” dos anos 1970, 1980 e 1990, é difícil manter esse tipo de papel para sempre. Os sucessos eventualmente secaram e assim começou um período de lançamentos principalmente direto em DVD, com alguns filmes que apenas emulavam o que o astro belga fez no passado.

Mas, do nada, Van Damme de repente mostrou outro lado de si mesmo com JCVD, um filme ​​corajoso, autorreflexivo e pessoal de 2008. Depois disso, começou a misturar as possibilidades na tela com comédias, animações infantis, como Kung Fu Panda e Minions 2: A Origem de Gru — além de alguma pancadaria, como no divertido filme Os Mercenários 2.

Agora, Colateral ainda traz um pouco da pancadaria que estamos acostumados a ver, mas com algo a mais — bem mais conversas, trama com reviravolta e um certo jogo intelectual entre o personagem de Van Damme e seus inimigos.

“Estamos trabalhando nas ideias para isso há quase dois anos, e parece muito diferente e mais sombrio [de tudo que já fiz]”, conta o ator, em entrevista sobre o filme ao The Hollywood Reporter. “No filme, tenho que lutar por paixão, tenho que lutar por amizade e também estou fora de forma. Meu personagem está bebendo, ele tem um problema… ele perdeu alguém. Ele está em um lugar muito escuro. Meu personagem será mais honesto do que eu na vida real”.N

Nos bastidores, há também uma diferença de vários outros projetos de Van Damme: ele desenvolveu toda a ideia ao lado do diretor e roteirista, James Cullen Bressack, pensando como um projeto bastante pessoal. O cineasta, aliás, explica também ao jornal como vê esse projeto como algo totalmente diferente do que estava acostumado com JCVD.

Van Damme às vezes arrisca voltar ao cinema de ação, como em O Último Mercenário (Crédito: Netflix)
Van Damme às vezes arrisca voltar ao cinema de ação, como em O Último Mercenário (Crédito: Netflix)

“É como um filme neo-noir em muitos aspectos”, diz. “Seu personagem testemunhou o assassinato de uma pessoa que amava e está basicamente cuidando do filho dela. Ele acaba perdendo o controle e, ao invés de ser um artista marcial polido, se torna alguém que luta por necessidade, fazendo de tudo para manter esse garoto vivo. Você verá JC sofrer danos reais neste filme e verá um lado dele que nunca vimos antes. É uma versão muito menos polida”.

A ação de Van Damme

É interessante pensar, também, como a ação de Van Damme foi obrigada a se transformar ao longo do tempo. Ao The Hollywood Reporter, o astro fala que continua fazendo alguns movimentos como antes. “Tenho sorte. Acho que está no meu DNA”, diz o ator, ao ser perguntado se consegue fazer os clássicos movimentos. “Mas estou me alongando três vezes por semana. O mais importante na vida é alongar-se, pois os músculos podem crescer e desaparecer”.

Com isso, ainda dá para esperar muita ação vinda de Van Damme — hoje, com 63 anos. Até mesmo em Colateral, um filme tão diferente, mas ainda com a cara do ator. “Há muita ação neste filme”, diz o diretor. “Mas isso está realmente focado no nível humano e enraizado na emoção. E quando eu digo que vai ser um neo-noir, é muito, muito polpudo. Este é um papel muito dramático para ele, e muitos dos papéis mais dramáticos que ele fez, como Lukas e JCVD, foram em francês. Então, vamos fazer isso em inglês. Realmente será uma versão muito diferente de JC do que já viu antes”.

Colateral estreia no Adrenalina Pura nesta segunda-feira, 6. Saiba mais clicando aqui!

Assista a filmes grátis completos com o Play Surpresa do Filmelier

Siga o Filmelier no FacebookTwitterInstagram e TikTok.