Morre aos 88 anos Jean-Paul Belmondo, ícone da Nouvelle Vague Morre aos 88 anos Jean-Paul Belmondo, ícone da Nouvelle Vague

Morre aos 88 anos Jean-Paul Belmondo, ícone da Nouvelle Vague

Com filmes como ‘Acossado’ e ‘O Demônio Das Onze Horas’, Belmondo foi um dos atores franceses mais conhecidos

6 de setembro de 2021 13:25
- Atualizado em 7 de setembro de 2021 13:36

Jean-Paul Belmondo, um dos mais conhecidos atores do cinema francês, morreu nesta segunda-feira, 6, aos 88 anos. O ator estava na sua casa em Paris, na França. Segundo o advogado dele Michel Godest, em comunicado à imprensa, “ele estava muito cansado há bastante tempo, morreu tranquilamente”.

O artista trabalhou com importantes cineastas: os franceses, Jean-Luc Godard, François Truffaut, Claude Chabrol, Jean-Pierre Melville, Alain Resnais, o italiano, Vittorio De Sica, e também o alemão, Max Ophuls.

Morre Jean-Paul Belmondo, ícone da Nouvelle Vague
Jean Seberg e Jean-Paul Belmondo em ‘Acossado’ (Crédito: Divulgação/Société Nouvelle de Cinématographie)

Sua primeira colaboração com Godard foi no curta ‘Charlotte e Seu Namorado’, lançado em 1958. E em 1961, ele foi o protagonista do primeiro longa-metragem dele, ‘Acossado’ (1960) – que se tornou uma das referências do realizador e da Nouvelle Vague.

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O filme foi um sucesso instantâneo e tem um grande legado na história do cinema francês. Belmondo se tornou um dos criminosos ficcionais mais charmosos com a produção, que estrela ao lado de Jean Seberg.

Ele também trabalhou com Godard ‘O Demônio das Onze Horas’ (1965) e ‘Uma Mulher é uma Mulher’ (1961), ambos estrelados também pela musa do diretor, Anna Karina. Ao todo, Belmondo participou de mais de 80 produções.

Na década de 1960, Belmondo assumiu os mais diversos personagens no cinema e em todos os tipos de gêneros. O ator deixou sua marca no cinema italiano ao contracenar com Sophia Loren em ‘Duas Mulheres’ (1960), de Vittorio De Sica, e com Claudia Cardinale em ‘Caminho Amargo’ (1961), de Mauro Bolognini.

Morre Jean-Paul Belmondo, ícone da Nouvelle Vague
Belmondo e Anna Karina em ‘O Demônio Das Onze Horas’ (Crédito: Divulgação/Société Nouvelle de Cinématographie)

Voltando à França, ele se destacou também nos longas de Jean-Pierre Melville, estrelou o drama religioso ‘Léon Morin: O Padre’ (1961), o thriller ‘Técnica de um Delator’ (1962) e ‘Um Homem de Confiança’ (1963), drama policial.

Com Phillippe de Broca, o ator foi eternizado em ‘O Homem do Rio’ (1964), produção franco/italiana. O filme foi rodado em Paris, Rio de Janeiro, Petrópolis, Brasília e interior do Amazonas, tendo Milton Ribeiro e outro atores brasileiros no elenco.

Recusando ofertas para atuar em Hollywood, Belmondo passou a atuar como produtor nos anos 1970, com seu próprio selo, a Cerito Filmes. Com títulos de Claude Chabrol e Raquel Welch, ele focou em filmes de ação que não caíram no gosto da crítica francesa.

Em defesa, ele chegou a dizer “os intelectuais não gostam de sucesso. Se estou nu em um filme, isso está bom para os intelectuais. Mas se eu pular de um helicóptero, eles pensarão que é terrível”.

Morre Jean-Paul Belmondo, ícone da Nouvelle Vague
Último longa de Belmondo foi ‘Un homme et son chien’, lançado em 2008 (Crédito: Divulgação/Canal+)

Nos anos 1980, Jean-Paul Belmondo recebeu um César (O Oscar francês) de melhor ator por ‘Itinerário de um Aventureiro’ (1988). E em 2016, foi agraciado por um Leão de Ouro no Festival de Veneza por sua carreira.

O último trabalho dele no cinema foi em ‘Un homme et son chien’, de Francis Huster, lançando em 2008. Belmondo foi casado duas vezes, com Elodie Constantin e depois com Natty Tardivel, e deixa três filhos, Paul, Florence e Stella, de apenas 18 anos.

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