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Inspirado em sonhos, ‘Lamb’ mistura suspense e fantasia em um drama familiar
A história da adorável ovelhinha Ada já está disponível na MUBI
O cinema de terror vem se renovando e deixando os clichês de lado – dando espaço para um clima mais dramático. ‘A Bruxa’ (2015), ‘O Lamento’ (2016), ‘Midsommar’ (2018) e ‘O Farol’ (2020) são alguns exemplos dessa onda, chamada de terror folclórico – ou folk horror.
O mais recente integrante dessa lista é ‘Lamb’, lançamento desta sexta (25) na MUBI. A produção conversa bem com a temática de fantasia mitológica, que se assemelha com a do filme estoniano ‘November’ (2017).
Na história, o casal Maria (Noomi Rapace) e Ingvar (Hilmir Snær Guðnason) mora em uma fazenda afastada, onde criam alguns animais. Um belo dia, uma das ovelhas dá à luz a um bebê muito particular, sendo metade humano e metade cordeiro.
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Sem filhos, eles passam a cuidar da criança, que recebe o nome de Ada, uma personagem adorável – e levemente peculiar – criada pelo diretor Valdimar Jóhannsson. Por mais curioso que seja, é impossível não simpatizar. A tensão do filme é construída em torno da bebê, já que o tempo todo parece que vai acontecer algo ruim com ela. A ideia de ‘Lamb’ veio de um sonho do cineasta – e ele sequer se lembrava disso. “Depois que o filme estreou em meu país natal, a Islândia, minha mãe me trouxe um diário que eu tinha escrito aos 18 anos. Nele, eu tinha documentado meus sonhos, e em um deles há carneiros enormes vagando pelos campos. Isso é algo que eu tinha esquecido completamente, mas eles ainda acabaram no sonho de María no filme mais de vinte anos depois”, contou ele em uma carta à imprensa. O filme foi premiado por sua originalidade na mostra Um Certo Olhar no Festival de Cannes 2021 e foi a escolha da Islândia para o Oscar de Melhor Filme Internacional, mas infelizmente ficou de fora da disputa final pela estatueta.
Terror Folclórico
O cinema carregado de elementos do folclore com a ideia de invocar o medo é popular desde que surgiu no final dos anos 1960. Geralmente eles são ambientados em um cenário inóspito ou rural, com casas isoladas e com temáticas religiões, com a natureza sempre como um recurso importante. Esse subgênero nasceu com uma série de longas britânicos, que foram apelidados de trindade profana: ‘O Caçador de Bruxas’ (1968), ‘O Estigma de Satanás’ (1971) e ‘O Homem De Palha’ (1973).
A história de ‘Lamb’ vai evoluindo de uma trama dramática para algo mais fantasioso, que é quando encontra o suspense e então, temos o terror folk. Segundo o diretor, o filme é um “drama familiar com um elemento surreal” e foi feito em família, literalmente. A esposa de Valdimar Jóhannsson, Hrönn, e a filha dela, Sara, produziram o filme. O genro dele, Eli, foi o responsável pela filmagem, uma das filha de Jóhannsson, Sigrún foi a coordenadora de produção e a mais nova, Elsa, foi a assistente do chef. Já o irmão dele, Helgi, foi um dos treinadores de animais e o diretor de arte é seu melhor amigo de infância.
Dos efeitos visuais de Hollywood para o cinema independente
‘Lamb’ é o primeiro longa-metragem de Jóhannsson, que antes trabalhava com efeitos especiais de grandes produções de Hollywood. ‘Transformers: A Era da Extinção’ (2014), ‘Rogue One: Uma História Star Wars‘ (2016), ‘A Guerra do Amanhã‘ (2021) estão no currículo dele. Uma das primeiras produções que ele trabalhou como parte da equipe de efeitos visuais foi em ‘Prometheus’ (2012), onde ele conheceu a protagonista do seu filme, Noomi Rapance.