Nesta semana, a Marvel lançou o projeto ‘O Poder É Nosso’, primeira campanha de diversidade da empresa. O objetivo da iniciativa é trazer visibilidade para arte feita por pessoas negras por meio dos personagens dos quadrinhos.
Na iniciativa, cinco artistas pretos e brasileiros foram convidados pela Marvel para criarem releituras de icônicos heróis já conhecidos pelo público. Negritoo ficou com o Pantera Negra; Luna B com as Mulheres de Wakanda; Massai com o Miles Morales; Crica com a Tempestade; e DGOH com o Falcão.
Painel de lançamento do projeto ‘O Poder é Nosso’ (Crédito: Raíssa Basílio/Filmelier) Criada internamente pelo grupo multidisciplinar da área e pelo grupo de afinidade T’Challa, composto por funcionários pretos da companhia, a campanha coloca o protagonismo negro em evidência com uma coleção exclusiva para C&A ilustradas pelo grupo.
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Durante um painel realizado ontem, 2, foi apresentado o projeto, que contou com a mentoria da estilista Jal Vieira. No papo, os artistas contaram sobre a importância de ‘O Poder É Nosso’ pontuando a relevância de colocar pessoas pretas como vitoriosos, em um lugar de foco (sem que sejam coadjuvantes ou vítimas). Massai, que ficou com o Homem-Aranha, foi muito tocado pelo projeto, pois ele deu sua “cara e identidade para desenvolver um projeto inovador”, mas também porque o personagem marcou sua infância. Os cinco convidados deixaram muito claro sobre como representatividade é inspiradora. Mais do que criar e recriar, os artistas comentaram sobre a responsabilidade disso e de como é mais ainda difícil fazer uma releitura. Negritoo também cresceu consumindo HQs e seu maior desafio ao representar o Pantera Negra foi trabalhar com um herói mascarado, pois ele estava habituado a desenhar rostos femininos. Confira o manifesto da campanha:
Já Crica contou que em seu imaginário as referências de Disney e Marvel estavam sempre presentes. A arte dela é voltada às mulheres negras e foi por delas que Crica se passou a compreender sua personagem, a Tempestade. Crica mudou o cabelo e o corpo da personagem, fugindo do padrão, e buscou uma visão mais futurista. “Eu sei que vários artistas já recriaram a Tempestade, e todos eram brancos”, contou ela. “Resgatei a ancestralidade de uma mulher forte”, completou. Ainda sobre inspiração, a mediadora do painel Rita Oliveira e Jal Viera falaram sobre como essas iniciativas servem para motivar gerações futuras. “Esse lugar de vitória de tantos que vieram antes da gente e lutaram para estamos ocupando esse espaço aqui hoje”, celebrou Rita. DGOH contou que veio de uma realidade em que ele jamais imaginaria ser artista: “Eu tenho quase 30 anos, quando tinha 20 eu não tinha ideia do que fazer com a minha vida, hoje eu já rodei cinco continentes fazendo minha arte”. Ele também disse sobre é importante inspirar outras pessoas, independente da profissão que elas tenham. Uma pequena prévia do estará disponível na C&A (Crédito: Raíssa Basílio/Filmelier) ‘O Poder É Nosso’ vem atrelado também à responsabilidade social: parte dos lucros com as vendas da C&A serão doados ao Preta Hub, organização que faz pesquisas, mapeamento e aceleração do empreendedorismo e consumo negro do Brasil. A primeira parte da coleção exclusiva com a C&A deve chegar às lojas em 23 de agosto. Além de roupas, o guia de estilo licenciado será utilizado também na criação de produtos de outras categorias como papelaria e brinquedos. ‘O Poder é Nosso’ será um projeto recorrente da Marvel, se tornando parte importante do compromisso de DE&I (Diversidade, equidade e inclusão) de The Walt Disney Company Brasil.
