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Ministério do Turismo assume a Cinemateca Brasileira temporariamente
Sem o apoio do governo, a Cinemateca estava com falta de vigilância, atrasos nas contas e ainda corria risco de incêndio
Raíssa Basílio | 23/11/2020 às 10:53 - Atualizado em: 31/05/2021 às 12:17
A Cinemateca Brasileira estava passando por uma situação complicada desde de dezembro de 2019 e parece que finalmente encontraram uma solução. O instituição será gerida pela Secretaria Nacional do Audiovisual, que pertence à Secretaria Especial da Cultura, parte do Ministério do Turismo.
A nova gestão foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira, 23, e é válida até 5 de outubro de 2021. Essa é a data limite para que seja feito um outro contrato com uma entidade privada sem fins lucrativos. A Secretaria Especial da Cultura havia demonstrado interesse em reintegrar o órgão, que estava sendo administrada pela Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp).
Segundo a Exame, o Ministério do Turismo remanejou os cargos que antes pertenciam a da Secretaria de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, do Ministério da Economia. Com a nova administração, a Cinemateca terá coordenadores nas áreas de marketing para incentivar eventos turísticos.

Situação da Cinemateca
O espaço está sem contrato para gestão e os funcionários sem salários desde dezembro de 2019. Fora isso, a estrutura sofre com risco de incêndio, falta de vigilância, atrasos nas contas de água e luz. Agora, a instituição pode deixar a capital paulista.
No começo de julho, o Ministério Público Federal, em São Paulo, entrou com uma ação contra a União por abandono da Cinemateca Brasileira. O órgão estava com uma dívida que passa dos R$ 13 milhões – e que aumentava mais de R$ 1 milhão a cada mês.
A importância da Cinemateca
A Cinemateca Brasileira foi criada na década de 1940, sendo a quinta maior cinemateca do mundo em restauro nesta época. O órgão tem o maior acervo de imagens da América do Sul. Cerca de 250 mil rolos de filmes, 40 mil títulos, entre Super 8, curtas, longa metragens, parte desse conteúdo é compostos por nitrato de celulose – material que pode entrar em autocombustão se não for mantidos em refrigeração. Por conta disso é preocupante o risco de incêndio no local.
Segundo a pesquisadora, Eloá Chouzal, o conteúdo que existe no prédio é tão importante que existem películas do Brasil em movimento de 1897, final do século XIX, de quando filme foi inventado. Para entender melhor, ela também explicou o trabalho que eles fazem, não é somente um lugar que armazena imagens:
“A Cinemateca que eu falo não é um museu só, porque muita gente acha que é um museu de imagem. Não, a Cinemateca tem três pilares como missão: O primeiro é preservar, que é a guarda desse acervo. Também tem a missão de difundir, então lá tem sala de cinema, workshop, mostra, crianças de escolas da comunidade que vão pela primeira vez assistir um filme numa tela grande. E o terceiro pilar é o restauro”, contou Chouzal em entrevista ao Brasil de Fato.
Para a história do cinema nacional – e internacional – a Cinemateca tem arquivos de Glauber Rocha, Jean-Claude Bernardet, sendo roteiros, cartas entre cineasta, fotos de produções. Esse acervo não existe em nenhum outro lugar no mundo. Esses conteúdos são importantes para novas criações no ramo da comunicação, pois são itens para pesquisa necessários para entender sobre cinema e também sobre transformações no país ao longo dos anos.
Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop e UOL, escrevendo sobre cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.
Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop e UOL, escrevendo sobre cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.
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