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Monica Vitti, ícone do cinema italiano, morre aos 90 anos
A atriz era a musa de Michelangelo Antonioni
Raíssa Basílio | 02/02/2022 às 09:58 - Atualizado em: 03/02/2022 às 10:39
A musa de Michelangelo Antonioni, Monica Vitti, morreu hoje, 2 de fevereiro, aos 90 anos. A notícia foi divulgada à imprensa pelo Ministro da Cultura Italiano, Dario Franceschini, e pelo político Walter Vetroni. De acordo com as informações do Le Monde, a atriz sofria de Mal de Alzheimer há mais de 20 anos.
Vetroni, que era próximo da família, escreveu no 8"> Twitter: "Roberto Russo, seu parceiro nos últimos anos, me pede para comunicar que Monica Vitti se foi. Faço isso com muita dor, carinho, arrependimento". Monica Vitti era casada com o cineasta Roberto Russo há mais de 2 décadas.
Já Franceschini, em comunicado publicado nas redes sociais, disse: "Adeus, Monica Vitti, adeus à rainha do cinema italiano. Hoje é um dia verdadeiramente triste, morre uma grande artista e uma grande italiana", disse Franceschini em um .

Quem foi Monica Vitti?
Nascida Maria Luisa Ceciarelli, em 3 de novembro de 1931, em Roma, a atriz sempre teve o lado artístico muito aflorado, o que divergia do resto de sua família. Segundo os dois livros autobiográficos que publicou em 1993, intitulados 'Seven Skirts', Vitti tinha um humor debochado e características físicas diferentes do resto de seus familiares, fugindo do padrão italiano.
Ela quis ser atriz para para que pudesse se reinventar e se divertir fazendo isso - e, também, para que sua imagem fosse eterna. "Decidi fingir ser outra pessoa", disse ela em suas publicações. "Para assim, fazer as pessoas rirem o máximo possível no teatro e no cinema. Na vida é outra história. Quando a performance acaba, para mim, a realidade acaba".

Mas antes de seguir a carreira artística, ela chegou a estudar para trabalhar como secretária para não incomodar a família. No entanto, era o teatro seu objetivo, então resolveu se matricular em um conservatório de arte, em Roma, e enfrentar seus pais. Maria Luisa Ceciarelli passou a usar o nome de sua mãe, Vittiglia, antes de assumir a persona de Monica Vitti.
A atriz trabalhou no teatro, fez adaptações de Shakespeare e Bertolt Brecht, mas só encantou o cineasta Michelangelo Antonioni quando encenou Georges Feydeau. Nos anos 1950, ela atuou em algumas pequenas produções, mas foi junto de Antonioni que se tornou uma estrela.
Um de seus primeiros trabalhos foi em 'A aventura' (1960). O filme não agradou a crítica quando fez sua estreia no Festival de Cannes e foi vaiado. Com o passar do tempo, a obra foi sendo reconhecido e, hoje, é considerado um clássico do cinema.
O longa faz parte de uma trilogia de Antonioni, que conta também com 'A noite' (1961) e 'O eclipse' (1962). Monica Vitti estrelou os três filmes, que tecem uma crítica sobre a sociedade nos anos 1960.

Vitti teve um relacionamento amoroso com o diretor e estrelou ainda mais produções dele, como 'O Deserto Vermelho (1964)' e 'O Mistério de Oberwald' (1980). Ela trabalhou com outros grandes diretores como Luís Buñuel, Vittorio De Sica, Alberto Sordi e Mario Monicelli
Na filmografia dela, que tem mais de 50 filmes, se destacam também 'Casei Contigo para Me Divertir' (1967), 'A Garota com a Pistola (1968), 'Ciúme à Italiana' (1970), 'Os Casais' (1970). 'O Fantasma da Liberdade' (1974) e 'Flirt' (1983). Ela ficou conhecida principalmente por seu lado cômico, algo que explorava desde pequena como citamos acima.
Ao longo de sua carreira, Monica Vitti foi premiada com prêmio de melhor atriz no Festival de Berlim de 1984 por 'Flirt', Ela também recebeu o Leão de Ouro honorário, homenageando todo sua contribuição ao cinema, no Festival de Veneza de 1995.
Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop e UOL, escrevendo sobre cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.
Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop e UOL, escrevendo sobre cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.
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