De ‘Alien’ a ‘Avatar’: como Sigourney Weaver quebrou todos os estereótipos De ‘Alien’ a ‘Avatar’: como Sigourney Weaver quebrou todos os estereótipos

De ‘Alien’ a ‘Avatar’: como Sigourney Weaver quebrou todos os estereótipos

Grande heroína dos filmes de ficção científica e de ação, a atriz deu uma nova cara para as personagens femininas em Hollywood

31 de agosto de 2021 17:46
- Atualizado em 1 de setembro de 2021 16:01

Sigourney Weaver é um dos nomes mais importantes quando falamos de mulheres no cinema – principalmente nos gêneros de ficção científica e ação. Ela praticamente começou sua carreira no cinema com ‘Alien: O Oitavo Passageiro’, se tornou uma das pioneiras no gênero e mostrou para Hollywood o poder feminino em papéis livres de clichês.

Aproveitando o mais recente lançamento dela, ‘Um Ano em Nova York’, que chegou ao streaming do Brasil na semana passada, o Filmelier celebra a carreira dessa atriz tão importante para a sétima arte.

Nascida Susan Alexandra Weaver, ela vem de uma família de atores. Sua mãe foi uma atriz inglesa, Elizabeth Inglis, e o pai, Sylvester “Pat” L. Weaver, um produtor de televisão. Weaver escolheu o nome artístico de Sigourney depois de ler o romance ‘O Grande Gatsby’, de F. Scott Fitzgerald.

Sigourney Weaver como Ripley (Crédito: Divulgação/20th Century Studios)
Sigourney Weaver como Ripley (Crédito: Divulgação/20th Century Studios)

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A atriz foi uma das pioneiras em filmes de ação: antes dela a imagem das heroínas no cinema era bem diferente. No gênero do sci-fi, Weaver se tornou uma referência, já que era um contexto dominado por homens – como tantos outros.

Sigourney Weaver quebrou qualquer estereótipo e mostrou que as personagens femininas poderiam ser extremamente empoderadas sem usar de arquétipos sedutores.

‘Alien: O Oitavo Passageiro’

O primeiro trabalho da artista foi uma pequena participação em ‘Noivo Neurótico, Noiva Nervosa’ (em inglês, ‘Annie Hall’), clássico do Woody Allen de 1977. No ano seguinte, apareceu no filme ‘Madman’, de Dan Cohen, com um papel maior que o anterior.

Seu terceiro projeto foi como a protagonista de ‘Alien: O Oitavo Passageiro’, o que Weaver imaginava que fosse ser “um filme pequeno”. O papel, originalmente feito para um homem, fez a atriz se tornar a referência que é hoje.

Na trama, ela dá vida à tenente Ellen Ripley, comandante da tripulação de uma nave que, depois de responder um pedido de socorro, acaba se tornando vítima de um terrível invasor extraterrestre. Sem querer dar spoilers de um filme de 1979, mas o grande lance é que Ripley é a única que consegue sobreviver ao alienígena.

Em uma época em que filmes de ficção científica estavam bombando na esteira de ‘Star Wars’, Ridley Scott trouxe o terror para esse contexto e deu tão certo que a franquia faz sucesso até hoje.

Em ‘Aliens, O Resgate’ (1986), ela recebeu sua primeira indicação ao Oscar (Crédito: Divulgação/20th Century Studios)

É interessante pensar que ‘Alien’ era uma produção arriscada, que, nos dias atuais, dificilmente colocaria uma atriz desconhecida no papel principal. Com essa coragem, entre outras escolhas, o longa-metragem é reconhecido como uma obra-prima de Scott e mudou completamente tanto o sci-fi quanto o suspense.

Outro fato curioso sobre o ‘Alien’ é que o longa foi não só um importante passo na carreira de Sigourney Weaver. Graças a Ripley, a atriz não sofreu assédios no ramo.

“Depois de ‘Alien’, nenhum homem se atreveu a me assediar. Todos pensavam que eu tinha um lança-chamas na bolsa”, contou recentemente ao El Mundo. Apesar disso, relatou também que sua altura atrapalhou muito seus primeiros trabalhos.

“Por ser tão alta, os produtores não sabiam o que fazer comigo”, o que lhe custou quatro anos sem conseguir um agente. “Uma mulher tão alta não entrava nas contas (…) não me imaginavam numa história de amor”, completou. Weaver mede 1,82 m.

Atualmente, ela fica muito feliz que mulheres tem mais oportunidade na mídia: “Isso dá muito confiança. Eu lembro de trabalhar em filmes em que era a única mulher”.

Como Ellen Ripley ela estrelou mais três filmes da fraquia: ‘Aliens, O Resgate’ (1986) – em que recebeu sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Atriz – , ‘Aliens 3’ (1992) e ‘Alien: A Ressureição’ (1997).

Depois do Alien, ela enfrentou os fantasmas

Sigourney Weaver pode ter se destacado mais no sci-fi, mas ela mostrou que é também uma ótima atriz de humor. Na faculdade, ela estudou Arte Dramática na Universidade de Yale onde foi colega de Meryl Streep, época em que era conhecida como a humorista da turma.

Sigourney Weaver como Dana em ‘Os Caça-Fantasmas’ (Crédito: Divulgação/Columbia Pictures)

Entre a comédia e a ficção-científica, ela achou um bom meio-termo e participou de ‘Os Caça-Fantasmas’, em 1984, e também da continuação ‘Os Caça-Fantasmas 2’, lançada em 1989.

Na história, os cientistas, Dr. Egon (Harold Ramis), Dr. Ray (Dan Aykroyd) e Dr. Peter (Bill Murray), perdem o emprego e decidem se tornar caçadores de fantasmas. Weaver interpreta Dana Barrett, uma mulher que é possuída por um demônio na trama e transformada em um cachorro demoníaco – ideia que ela mesma deu aos produtores, diga-se.

A atriz ainda apareceu no reboot de 2016, ‘Caça-Fantasmas’, que dá uma nova cara à produção e coloca apenas mulheres como protagonistas.

Ainda mostrando sua veia cômica, a atriz protagonizou, ao lado de Harrison Ford e Melanie Griffith, a comédia ‘Uma Secretária de Futuro’ (1988) – pelo qual recebeu a indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante – , ‘Dave: Presidente por um dia’ (1993), ‘Heróis Fora de Órbita’ (1999) – que também flerta com a ficção científica.

Alan Rickman e Sigourney Weaver em ‘Heróis Fora de Órbita’ (Crédito: Reprodução/DreamWorks)

O filme é uma paródia de ‘Star Trek’ estrelada por Tim Allen, Alan Rickman, Tony Shalhoub e Sam Rockwell. Na trama, o elenco de uma série de TV chamada Galaxy Quest precisam lidar com alienígenas reais. Weaver interpreta a musa sexy, claramente uma ironia a sua personagem mais famosa que é a tenente Ripley.

O lado dramático de Sigourney Weaver

Sigourney Weaver é uma atriz bem versátil: depois de encarar comédia e heroínas, ela resolveu se arriscar em dramas. Em ‘Nas Montanha dos Gorilas’ (1988), de Michael Apted, a atriz dá vida à Dian Fossey uma pesquisadora que quer preservar a vida dos gorilas, em Ruanda, na África.

Com o belo trabalho, recebeu sua terceira indicação ao Oscar. A produção é baseada em fatos: a zoóloga norte-americana Dian Fossey realmente existiu e foi brutalmente assassinada, ainda nos anos 1980. A atriz se tornou uma grande apoiadora da causa, e é uma membra honorária da fundação Dian Fossey Gorilla Fund International.

Outros papéis dramáticos em que a atriz se destacou foi em ‘A Morte e a Donzela’ (1994), de Roman Polanski; ‘Copycat: A Vida Imita a Morte’ (1995), de Jon Amiel; ‘O Mapa do Mundo’ (1999), de Scott Elliott, entre outros.

Há um pouco mais de dez anos, ela voltou à ficção científica sob o comando de James Cameron. Novamente em um filme que revolucionou o gênero. Em ‘Avatar’ (2010), Sigourney Weaver interpreta a doutora Grace Augustine.

Na história, um ex-fuzileiro naval paralítico é chamado para participar de um programa chamado Avatar, substituindo o irmão gêmeo que morreu. Ele então viaja para o maravilhoso mundo alienígena de Pandora, terra dos Na’vi, onde precisa de uma tecnologia que criou seres híbridos para que os humanos possam respirar neste outro planeta.

Lá, ele se apaixona por uma nativa e passa a lutar pela causa deles: defender o futuro de Pandora, que está sendo explorada pelo homem. O mesmo acontece com a personagem de Sigourney Weaver, que só quer proteger os Na’vi. O longa ganhará mais quatro sequências e a atriz está confirmada em todos.

‘Avatar 2’ deve ser lançado em 2022 e os próximos tem estreia prevista até 2028 – isso se não houver mais adiamentos nessa aguardada saga.

Além da franquia de James Cameron, Sigourney Weaver reprisará seu papel como Dana Barrett em ‘Ghostbusters: Mais Além’, mais uma continuação de ‘Os Caça-Fantasmas’.

A atriz também é uma conhecida narradora de séries documentais

Em paralela aos live-actions, a atriz é também uma voz popular no mundo das atuações de voz e das narrações. Ela emprestou sua voz às séries documental ‘Planeta Terra’ (2006), ‘Secrets of the Whales’ (2021), ‘Dian Fossey: Mistérios de uma Vida’ (2017) e das animações ‘O Corajoso Ratinho Despereaux’ (2008), ‘Procurando Dory’ (2016).

Outros trabalhos recentes foram em ‘Os Defensores’, série da Marvel com a Netflix, de 2017, e em ‘Um Ano em Nova York’, que chegou ao Brasil na última semana.

Na produção, uma jovem escritora (Margaret Qualley) consegue o emprego como assistente de uma grande editora de livros em Nova York. O problema? Ela acaba desafiando sua relação com a chefe (Sigourney Weaver), pois passa a responder as cartas de fãs do autor J. D. Salinger.

Ficou curioso para ver o filme? Clique aqui e encontre mais informações de ‘Um Ano em Nova York’.

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