Morre William Friedkin, diretor de 'O Exorcista', aos 87 anos

Cineasta ficou conhecido por seu trabalho nos anos 1970, ajudando a colocar o cinema de thriller policial e de terror em um novo caminho

Matheus Mans | 07/08/2023 às 14:38 - Atualizado em: 07/08/2023 às 14:59


Um pedaço do cinema morreu: William Friedkin, diretor por trás de clássicos como O Exorcista e Operação França, morreu aos 87 anos nesta segunda-feira, 7 de agosto. A informação foi confirmada pela esposa (via Deadline), mas a causa da morte do cineasta não foi divulgada.

Assim como Steven Spielberg ajudou a moldar o cinema blockbuster e George Lucas, o cinema de ficção científica, Friedkin marcou os anos 1970 com um estilo de direção que mostrou o caminho para o thriller policial (com o empolgante Operação França) e, principalmente, para o cinema de terror (com, é claro, O Exorcista).

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Em 1972, era o "patinho feio" na corrida do Oscar por Melhor Direção, concorrendo ao lado de Stanley Kubrick (por Laranja Mecânica), Peter Bogdanovich (por A Última Sessão de Cinema) e Norman Jewison (Um Violinista no Telhado). Conseguiu bater os três grandes nomes do cinema e levou a estatueta para casa por Operação França, filme estrelado por Gene Hackman.

Dois anos depois, novamente concorreu na categoria por O Exorcista, mas acabou perdendo para George Roy Hill por Golpe de Mestre. Naquele mesmo ano, concorreu (e perdeu) ao lado de Bernardo Bertolucci (Último Tango em Paris), Ingmar Bergman (Gritos e Sussurros) e George Lucas (American Graffiti).

William Friedkin: além de Operação França e O Exorcista

Friedkin nasceu em 29 de agosto de 1935, em Chicago, e começou sua carreira já em meados dos anos 1960 dirigindo uma série de telefilmes -- sua primeira experiência foi com um episódio de Alfred Hitchcock Presents.

O cinema acabou surgindo como algo natural, mais pro final daquela década, com filmes como Good Times (1967), Feliz Aniversário (1968) e Quando o Strip-Tease Começou (1968).

Cena do ótimo filme O Comboio do Medo, de Friedkin (Crédito: Universal Pictures)

Foi nos anos 1970, porém, que ele se consagrou com esses dois filmes que já citamos, além de produções elogiadas (ainda que menos conhecidas do que suas duas obras-primas) como o forte documentário Conversation with Fritz Lang e O Comboio do Medo.

Nos anos 1980 e 1990, acabou se dedicando mais para filmes de TV e videoclipes -- ainda que nunca tenha parado de dirigir filmes. Em 2011, lançou o elogiado Killer Joe: Matador de Aluguel, que ajudou a colocar a carreira de Matthew McConaughey em outro patamar.

E, ainda, deixou um filme novo pronto, o drama de guerra The Caine Mutiny Court-Martial.

Mas vale lembrar que seu cinema ainda vai nos assombrar por um bom tempo: há um novo filme de O Exorcista chegando em breve aos cinemas, apesar de que William Friedkin não estava envolvido com a produção. E o filme original, dos anos 1970, está sempre à disposição para assistirmos e ficarmos sem dormir à noite.

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Matheus Mans
Matheus Mans

Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.

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