Uppercase Print (2020)
Uppercase Print
”Um adolescente romeno faz graffitis de protesto contra o regime ditatorial e é detido pela polícia secreta”
Disponível em casa
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Por que assistir a este filme?
‘Uppercase Print’ é um grande feito por ser uma adaptação do teatro muito bem feita, bem diferente do que temos o costume de ver em produções de Hollywood - especialmente as mais recentes da Netflix como ‘Festa de Formatura’ e ‘The Boys in the Band’, que acabam cansando o espectador com ritmo lento e excesso de diálogo. O diretor romeno Radu Jude conseguiu encontrar um equilíbrio ideal entre teatro e cinema. Claro que não é completamente dissociada a ideia de que ‘Uppercase Print’ foi uma narrativa feita para ser uma peça, o mérito que também consegue ser apreciada na televisão. Importante ressaltar que este não é um filme convencional e isso só deixa tudo ainda mais interessante nesta produção da Romênia.
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Sinopse do filme
A história de Mugur Calinescu, um adolescente romeno que fazia graffitis de protesto contra o regime do ditador Nicolae Ceausescu e foi posteriormente detido, interrogado e massacrado pela polícia secreta.
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Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental
Produção premiada no Festival de Berlim, ‘Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental’ tem uma história que se divide em quatro momentos distintos. O primeiro é uma espécie de prólogo, fazendo jus ao título do filme dirigido e roteirizado por Radu Jude: um filme pornográfico puro e simples. Ao longo de três minutos, vemos sexo explícito na tela, sem qualquer tipo de pudor. Depois, já surge a tela rosa e a divisão de capítulos adotada por Jude. A partir daí começa o brilhantismo de ‘Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental’, com cenas da protagonista (Katia Pascariu) andando pelas ruas da Romênia logo após esse vídeo de três minutos vazar na internet. Jude não está preocupado, aqui, em explorar exatamente a história do vazamento, mas sim o que se sucede a partir disso na vida e no comportamento da personagem vandalizada e exposta. Nessa primeira parte, o diretor aposta na sutileza. Há referências fálicas pela cidade, dando a entender que o sexo está por toda parte. Há, também, espaços, arquiteturas e até mesmo propagandas que sugerem essa mesma referência — uma propaganda, por exemplo, mostra uma mulher chupando sorvete intensamente. Além disso, há os olhares, os risos, os deboches. Emília, essa protagonista tão real, parece que é atingida por balas de canhão de todos os lados. Depois, ainda vem a parte mais experimental do filme, quando Jude coloca um glossário na tela. Ao contrário do esperado, não há didatismo aqui. Afinal, enquanto vemos os termos trazidos pelo cineasta e roteirista para destaque, ao mesmo tempo lemos informações sobre aquelas obras que vão se contradizendo. Fica claro que o filme é sobre a hipocrisia crescente de uma sociedade romena conservadora apenas nas aparências. Depois, na terceira parte, Jude chuta a porta e grita: vivemos numa contradição, numa hipocrisia que não se sustenta. Afinal, nessa última parte da narrativa, Emília é colocada contra a parede. Sabemos, enfim, que ela é professora e que o vídeo já está circulando entre pais e mestres. Com um tom farsesco, que fica ainda menos natural por conta da própria farsa de nossa sociedade, ‘Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental’ se torna um manifesto contra a hipocrisia que reina no mundo em que todos fazem o que Emília faz, mas são os primeiros a atirar pedras contra ela. Filmaço.
Documentário
O Que Jennifer Fez?
Os documentários de crime real ou true crime da Netflix são tão bem-sucedidos quanto previsíveis: um caso é apresentado, algo não se encaixa, uma nova revelação surge, e a polêmica ou o choque se instalam. E assim é também em O que Jennifer fez? (What Jennifer Did), um documentário que aborda o controverso caso de Jennifer Pan no Canadá durante 2010. Se você se lembra das notícias, já sabe do que se trata a história. E se não, você logo descobrirá: o documentário segue a mesma fórmula do crime real, então espere reviravoltas e surpresas na narrativa.
A Rede Antissocial: Dos Memes ao Caos
Um documentário que explora como a internet progrediu desde a promessa de conhecimento democrático e entretenimento inocente até se tornar um terreno fértil para desinformação e até mesmo violência que se estende ao mundo real. A Rede Antissocial: Dos Memes ao Caos traça o caminho desde a rede social 4Chan e constrói sua genealogia até o Facebook e os eventos de 6 de janeiro de 2021 nos Estados Unidos. Não apresenta reflexões que não sejam óbvias para aqueles que leram livros ou assistiram a outros filmes sobre o impacto das redes sociais, mas é um bom ponto de partida para aprender sobre como a desinformação funciona na internet.
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A dupla de diretoras Amanda McBaine e Jesse Moss, conhecidas pelo premiado documentário Boys State, retornam agora para Girls State. Mas seria um erro dizer que é apenas uma versão feminina do primeiro documentário. Através de um grupo seleto de meninas participando de uma simulação do governo federal em Missouri, este filme revela, em primeiro lugar, como a política americana opera. Mas em segundo lugar, e mais importante, explora como um ambiente que supostamente capacita as meninas pode tanto impulsioná-las quanto limitá-las ao mesmo tempo, levantando questões sobre o que entendemos sobre poder e as formas de exercê-lo.
Protetores da Terra
Documentários sobre a crise climática nunca são demais, mas às vezes pode ser difícil encontrar um que apresente seus argumentos de forma diferente e memorável. Protetores da Terra (Earth Protectors) é uma tentativa digna. Dirigido pela artista e ativista ambiental francesa Anne de Carbuccia, o filme documenta artisticamente sua jornada de 10 anos ao redor do mundo explorando o impacto das mudanças climáticas em diversos países, bem como as soluções empreendidas para capacitar os cidadãos globais e enfrentar a crise. Às vezes, de Carbuccia e suas obras ganham mais destaque do que o necessário, mas ela consegue apresentar informações vitais.
