Filmes para fugir do Dia dos Namorados

Baseado no best-seller de Gillian Flynn (que também assina o roteiro da adaptação), ‘Garota Exemplar’ aborda o desespero de um homem (Ben Affleck) que vê a mulher desaparecer (Rosamund Pike, papel que lhe rendeu indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro) e acaba se transformando no suspeito número um da polícia e da imprensa. Dessa forma, o diretor David Fincher (‘Seven: Os Sete Pecados Capitais’) constrói um mistério que envolve o espectador, trazendo o melhor dos dois protagonistas enquanto, ao mesmo tempo, faz uma crítica aos relacionamentos e ao trabalho da imprensa.

O segundo longa-metragem de Ari Aster (diretor de 'Hereditário') é o tipo de filme que pode ter dois dois efeitos radicalmente diferentes no espectador: um fascínio total por suas ideias ou uma rejeição completa delas. Assim como os clássicos dos anos 1970, ‘O Home de Palha’, ‘Midsommar: O Mal Não Espera a Noite’ é inserido no subgênero do horror folk para nos confrontar com um mundo em que o terrível não é apenas sua violência visual (que é bastante considerável), mas nos desafios que propõe aos nossos conceitos de relacionamento, amor, vida e morte. Visualmente é espetacular, e o desempenho da jovem Florence Pugh ('Lady Macbeth') a consolida como uma estrela em ascensão. Obviamente, não recomendamos assistir a este filme em casal (a menos que ambos tenham um senso de humor muito mórbido).

O mundo é incrível ou terrível aos olhos de uma criança e é esse ponto de vista que acompanhamos em ‘Projeto Flórida’. Inclusive, as cores do filme parecem fazer referência ao imaginário infantil. A história se passa na Flórida, como entrega o título, e mostra uma dura realidade norte-americana que não estamos familiarizados.

O filme é uma pesada crítica ao modo de vida yuppie dos anos 1980, mergulhando na insana mente de um homem de negócios para retratar os exageros da época. Dessa forma, horror, drama, pitadas de humor e muito sangue se misturam, resultando em um longa-metragem interessante e provocativo.

O Universo Marvel Cinematográfico explora o primeiro super-herói negro dos quadrinhos em uma versão propositiva, com elenco majoritariamente formado por afrodescendentes (além do diretor, Ryan Coogler) e com personagens que valorizam as origens da cultura africana nos Estados Unidos (e, porque não dizer, no Brasil). Uma das grandes sacadas é que Wakanda, o isolado país do herói, não foi uma vítima da colonização europeia, podendo florescer sem ser alvo dos interesses externos. O longa coloca em debate duas visões sobre o mundo, propondo uma terceira via: a de colaboração entre os povos. Destaque também para os personagens bem construídos e, principalmente, para o forte elenco feminino. Não à toa, ‘Pantera Negra’ bateu vários recordes de bilheteria e se transformou em um marco para a representatividade das minorias no cinema.