Indicados ao Oscar de Filme Estrangeiro

Uma história que poderia acontecer em qualquer grande cidade brasileira – mas que, neste caso, se passa nas ruas do Líbano. ‘Cafernaum’ (“Caos” em árabe) aborda a dura vida na periferia de Beirute, abordando questões como a pobreza, segregação e, principalmente, a negligência infantil, que é uma forma de abusa. Todo rodado com não-atores, o filme venceu o Prêmio do Júri do Festival de Cannes e foi indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro em 2019. [-]

A arte pode ser produzida constantemente ou há um momento em que é necessário parar para refletir nela? A reflexão sobre o trabalho cinematográfico no próprio cinema não é algo novo (‘8 ½’, ‘Adaptação’) e agora é a vez do cineasta espanhol Pedro Almodóvar embarcar nessa jornada. O cineasta viaja por sua memória com extrema sensibilidade, inocência e desgosto, e transmite perfeitamente a dor e a angústia da terceira idade, mas não antes de encher os olhos e o coração do público. Indicado ao Oscar 2020 em duas categorias, incluindo a de Filme Internacional. [-]

O vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2019 e indicado ao Oscar 2020 em seis categoria (incluindo Melhor Filme e Filme Internaciona) é um daqueles que precisa ser visto. Embora a história se passe na Coreia do Sul, o comentário social sobre a desigualdade de 'Parasita' é tão universal quanto magistralmente apresentado pelo diretor Bong Joon-ho ('Okja'), auxiliado por um elenco cujas performances são realmente dignas de nota. O cineasta sul-coreano consegue nos envolver com uma história eletrizante e cheia de adrenalina, que brinca com todas as expectativas de ser uma sátira social divertida e de humor ácido. Todas as reviravoltas inesperadas da trama, bem como sua conclusão chocante, fazem deste um longa-metragem que o deixará pensando por muito após os créditos finais. [-]

Um filme tocante, sobre um pai que procura proteger o próprio filho dos horrores do mundo. Grande obra de Benigni, seja na direção, na atuação ou no roteiro, que merecidamente foi laureada com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1999 - batendo o brasileiro 'Central do Brasil' [-]

Vencedor do Oscar em 2017, ‘O Apartamento’ é um olhar crítico e complexo ao Irã de hoje, incluindo suas hipocrisias. Ainda assim, várias de suas mensagens são universais – tocando os integrantes da Academia em um ano mais político para o Oscar. O longa-metragem também recebeu diversos outros prêmios, incluindo os de Melhor Ator e Melhor Roteiro no Festival de Cannes. [-]

O vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro em 2016, ‘O Filho de Saul’ aborda um dos temas mais recorrentes na premiação: o Holocausto. No entanto, o filme László Nemes procura uma nova forma de retratar o assunto, trazendo o incômodo não exatamente pelos horrores mostrados no enquadramento da câmera, mas aqueles que ficam além dele – ou nas expressões das vítimas. O filme húngaro também venceu o Globo de Ouro na mesma categoria. [-]

Vencedor do Oscar na categoria em 2015, ‘Ida’ também tangencia os horrores da Segunda Guerra Mundial, mas de outra forma – pelo olhar de uma noviça que descobre a origem judia da própria família. Uma história de reconstrução de origem que é tocante, embalada com uma linda fotografia em preto e branco. [-]

Outro filme de Asghar Farhadi, de ‘O Apartamento’, e vencedor em 2012. Primeira produção iraniana a receber a estatueta, aborda um casal que resolve se separar – e os problemas começam quando o juiz decide que não há motivos para isso. Além do prêmio da Academia, o longa-metragem venceu o Urso de Ouro de Festival de Berlim e foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original. [-]

Com a música e a cultura como pano de fundo, ‘Guerra Fria’ traz os encontros e desencontros de Zula e Wiktor através do continente europeu, ao mesmo tempo em que avança o controle soviético em seu país natal. Com um filme curto – sem desperdiçar um segundo de sua 1h30 de duração – Pawel Pawlikowski (de ‘Ida’) consegue nos impactar emocionalmente com uma história de amor cheia de subtexto político e de crítica à doutrinação cultural. Não é por menos que o longa foi indicado ao Oscar 2019 em três categorias, incluindo as de direção, filme estrangeiro e a de fotografia – essa última assinada por Lukasz Zal, também de ‘Ida’, que faz um trabalho belo e que ainda referencia as produções dos anos 1940 e 1950. [-]

Indicado em 2016, o colombiano ‘O Abraço da Serpente’ traz a floresta amazônica, ainda na primeira metade do século XX, em um conto sobre a busca da cura milagrosa por meio das plantas da região. Assim, o filme acaba mostrando a interferência dos colonizadores na cultura nativa latino-americana, um tema raro no cinema internacional. [-]

‘Leviatã’ foi um dos indicados ao Oscar em 2015 e aborda um tema bem próximo a nós: a corrupção na política, mas pelo viés dos russos. Um tema tão polêmico que acabou sendo criticado dentro do próprio país de origem, o que não o impediu de ser pré-indicado para a Academia. Além do Oscar, o longa também foi indicado – e venceu – em Cannes na categoria de Melhor Roteiro. [-]

‘Amor’, da Áustria, levou a estatueta na categoria de Filme Estrangeiro em 2013. O trunfo do filme foi a sua história tocante: um casal de idosos enfrentando as dificuldades no crepúsculo de suas vidas. Algo tão denso e poderoso que valeu o longa a indicações em outras cinco categorias do Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Atriz. Em Cannes, ‘Amor’ também levou a Palma de Ouro. [-]

Em 2014, quem levou o Oscar de Filme em Língua Estrangeira foi o italiano ‘A Grande Beleza’, sobre um idoso que ainda vive das glórias de um livro que lançou décadas antes – até que finalmente passa a refletir sobre o sentido da própria vida. O longa também venceu o Globo de Ouro na mesma categoria, além de diversos outros prêmios internacionais. [-]

Um divertido estudo de personagem, que fala sobre paternidade, feminismo, ambição, relacionamento humano e diversos outros assuntos. Ao unir amor e drama, o longa nos cativa e, certamente, passa a sua mensagem. Não é à toa que o filme era um dos favoritos ao Oscar 2017, mas perdeu na categoria de Filme Estrangeiro para 'O Apartamento'. [-]

Baseado em fatos reais, este filme aborda um capítulo esquecido do final da Segunda Guerra Mundial, sobre um grupo de jovens prisioneiros de guerra alemães obrigados a cavar 2 milhões de minas terrestres com as próprias mãos. Um drama que nos faz refletir não só sobre a carnificina daqueles tempos, mas também sobre as guerras de hoje. Indicado na edição 2017 do Oscar. [-]

Esta é uma história carregada de emoção, abordando a vida, a morte, a velhice, o companheirismo, a saudade e a depressão. Entre tantos sentimentos e uma dose de pieguice, o diretor Hannes Holm conta uma bela história, mostrando que somos muitos mais do que a carapaça que mostramos ao mundo. Certamente fará você chorar – seja tocado pela história ou por ter conhecido alguns Oves durante a vida. Outro longa-metragem da edição 2017 do Oscar. [-]

Indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro – e vencedor do Prêmio do Júri do Festival de Cannes. Esses já são três grandes motivos para assistir ‘Sem Amor’, do diretor Andrey Zvyagintsev (de ‘Leviatã’) – mas não é só isso: o filme, por meio de um garoto que sobre com a família em crise, traz um comentário sobre a atual sociedade russa, funcionando quase como uma metáfora para o país. Tudo isso recheado com boas atuações, uma direção competente e temas que certamente tocam o espectador. Nomeado em 2018. [-]

Um filme que se adequa aos moldes do cinema clássico - trazendo um tema mais polêmico e bem atual. Na trama, acompanhamos o julgamento entre um libanês e um refugiado palestino, ambos vivem em Beirute, capital e principal cidade do Líbano. Nesse contexto, dentro do Oriente Médio, somos apresentados a fortes questões religiosas, tradições e relações humanas. Além da temática, a montagem de ‘O Insulto’ é intrigante e cheio de tensão, sob o comando do diretor Ziad Doueiri - que pode ter poucos filmes no currículo, mas que já trabalhou como assistente de câmera em diversos filmes de Quentin Tarantino. Outro indicado de 2019. [-]

Com muitas sátiras, o filme faz uma bela crítica a visão elitista da arte contemporânea, especialmente do ponto de vista europeu. Em certos momentos, contrasta as diferenças sociais, enquanto, em seu subtexto, mostra que todos somos, na realidade, animais. Vale dizer que este não é apenas um filme: pode ser até considerado um manifesto à arte atual e ao mundo do século XXI. O resultado é uma produção que é um deleite para quem gosta do cinema. É bem diferente dos longas que costumam ganhar o Palma de Ouro no Festival de Cannes, mostrando toda a genialidade e provocação do filme. Mais um do Oscar de 2019. [-]

Parece um filme simples, mas é repleto de poesia e muito mais complexo do que imaginamos. Uma jornada em busca do amor e do próprio entendimento – tendo como base o lúdico, os sonhos. ‘Corpo e Alma’ tem um ritmo lento, quase como se construísse o que os personagens estão passando ao espectador. Literalmente, se tratando de corpo e alma, nos desprendemos da lógica ao assistir esta produção - que esteve no Oscar em 2018. [-]

Indicado ao Oscar 2019 em dez categorias (incluindo Filme Estrangeiro), ‘Roma’ é, simplesmente, a obra-prima do diretor mexicano Alfonso Cuarón, responsável pelo elogiadíssimo ‘Gravidade’. Vencedor do prestigioso Leão de Ouro no Festival de Veneza, o filme é a aposta da Netflix para levar o Globo de Ouro e o Oscar. A obra é um retrato nostálgico do México do passado (incluindo alguns elementos autobiográficos do diretor), oferecendo um olhar crítico da desigualdade e o machismo que, até hoje, afetam a sociedade mexicana (e a latino-americana, em geral). Uma joia de imensa beleza visual e narrativa que você não pode perder. [-]