Seleção Festival de Veneza

O filme mais elogiado e premiado de 2018, vencendo o Oscar em quatro categorias - incluindo Melhor Filme e Melhor Direção. ‘A Forma da Água’ é uma história lúdica, quase um conto de fadas sombrio, que fala sobre inclusão, diversidade e amor, usando como pano de fundo a Guerra Fria. É um belíssimo longa-metragem, cheio de detalhes e com toda a plasticidade de Guillermo del Toro - além de ser saudosista ao mostrar referências à Era de Ouro de Hollywood, usando os bordões dos musicais . [-]

Aflitivo, agonizante e extremamente tenso. Darren Aronofsky, de ‘Cisne Negro’, entrega uma trama alegórica sobre filosofia, psicologia e religião. Em ‘Mãe!’ os personagens não têm nome, o que desperta a curiosidade do espectador. O elenco do filme é incrível, formado por Jennifer Lawrence, Javier Bardem, Ed Harris, Michelle Pfeiffer e Domhnall Gleeson, e o grande destaque é para Lawrence, que se entrega no papel. [-]

Um filme que se adequa aos moldes do cinema clássico - trazendo um tema mais polêmico e bem atual. Na trama, acompanhamos o julgamento entre um libanês e um refugiado palestino, ambos vivem em Beirute, capital e principal cidade do Líbano. Nesse contexto, dentro do Oriente Médio, somos apresentados a fortes questões religiosas, tradições e relações humanas. Além da temática, a montagem de ‘O Insulto’ é intrigante e cheio de tensão, sob o comando do diretor Ziad Doueiri - que pode ter poucos filmes no currículo, mas que já trabalhou como assistente de câmera em diversos filmes de Quentin Tarantino. [-]

Um filme impactante e brilhante, funcionando quase como uma aula de roteiro de tão bem construído. Outro grande destaque é a atriz Frances McDormand, que está indiscutivelmente brilhante em seu papel e faturou todos os prêmios possíveis - Oscar, Globo de Ouro, Bafta, Screen Actors Guild Awards e muitos outros. Não só ela, Sam Rockwell também ganhou tudo na categoria de Melhor Ator Coadjuvante. [-]

Uma história profundamente humana, que cativa, provoca riso e tem um roteiro inesperado. ‘Pequena Grande Vida’ consegue satirizar a sociedade com um digno equilíbrio, sem soar piegas ou exagerar na dose de humor. O elenco é de peso, composto por Matt Damon, Kristen Wiig, Hong Chau, Christoph Waltz, Laura Dern, Neil Patrick Harris e outros. O filme, inclusive, rendeu uma indicação ao Globo de Ouro à atriz tailandesa Hong Chau. [-]

Um filme delicado, que fala sobre dor e fortes emoções. Os protagonistas Helen Mirren e Donald Sutherland entregam atuações incríveis e extremamente tocantes. Inclusive, Mirren foi indicada ao Globo de Ouro por sua performance no filme. Apesar de previsível, é um filme bem sensível e indicado para quem curte histórias cativantes! [-]

Depois de nove longos anos de espera, a diretora Lucrecia Martel volta com este lúdico longa. ‘Zama’ é um filme sofisticado, muito bem feito, com um grande elenco e não é indicado a qualquer público. Uma produção que pode não ser facilmente entendida, requer uma longa reflexão, deixando a trama ainda mais envolvente aos amantes da cineasta. É um filme enigmático, confuso, pesado e também, muito apaixonante. [-]

Com a sempre ótima Judi Dench no papel da Rainha Vitória, este drama de época foca nos últimos anos de reinado da mítica monarca, já em uma fase na qual repensa sua vida e atitudes, transformando o longa-metragem em uma crítica ao passado colonial britânico. Há, no entanto, alguns tropeços de narrativa e uma caracterização muito servil e, de alguma forma, ocidentalizada de Abdul. De qualquer forma, nada que apague os trabalhos de maquiagem e figurino, ambos indicados ao Oscar. [-]

Um retrato incrivelmente tocante sobre um assunto bem delicado: o aborto. O filme é bem direto, com uma narrativa envolvente e amarradinha. O cinema argentino tem se mostrado um ótimo campo para debater temas atuais e uma forma bem crua - sem a necessidade de muitos artifícios que tirem o foco da narrativa principal. Com ‘Invisível’ não foi diferente. Uma ótima produção e que carrega uma importante discussão. [-]

Um dos grandes filmes do Oscar 2017, que é, ao mesmo tempo, uma ode aos musicais de outrora e à Los Angeles. Esta é uma história sobre aspirações e sonhos, mas também sobre como a vida nos leva a caminhos diferentes daqueles que, lá atrás, nós traçamos. Com atuações irresistíveis - principalmente de Emma Stone - este é um longa-metragem com os mais diversos impactos. Você pode ficar feliz com a alegria de alguns momentos e com as cores, ou triste reconhecendo que as frustrações dos personagens podem ser, também, as suas. [-]

Baseado no livro de mesmo nome, ‘A Luz Entre os Oceanos’ é um daqueles “dramões”, com acontecimentos, reviravoltas e diálogos densos. O longa ainda tem belas cenas e boas atuações, mas a sua principal falha está em não tocar o espectador de forma mais profunda. [-]

Selecionado para o Festival de Veneza (sendo escolhido como o melhor filme pelos críticos) e indicado a dois prêmios César, este melancólico drama francês retrata, com uma magnífica fotografia, a vida de uma mulher na Normandia do século XIX -- restrita pelos duros códigos sociais e morais da época. Um exercício de reflexão sobre tempos em que a igualdade de gênero era um sonho ainda mais distante. [-]

Para corações (e estômagos) fortes, esse romance pós-apocalíptico com toque de thriller e comédia sombria é diferente de tudo que você já viu (e, sim, envolve canibalismo). Da diretora de 'Garota Sombria Caminha na Noite', traz uma ácida crítica política aos EUA, enquanto pega embalo em um grande elenco, que inclui Keanu Reeves, Jim Carrey, Jason Momoa e a novata Suki Waterhouse. Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cinema de Veneza. [-]

Indicado para os fortes, esse documentário, da Netflix, acompanha Gabriele Amorth, um professor, escritor e exorcista italiano, em uma experiência sobrenatural. No filme, foram registradas cenas de um exorcismo real, definitivamente não é para todos os públicos. Se você tem interesse pelo assunto e curiosidade, vai achar um bom documentário. Vale lembra que o diretor William Friedkin também comandou 'O Exorcista (1973)', considerado um dos filmes de terror mais assustadores. [-]

Tudo começa com o delírio nazista: o de criar um paraíso para os arianos. No entanto, o custo foi o sofrimento humano, tão realisticamente retratado neste filme – que tem o título de ‘Paraíso’ em tom irônico, reforçando a crítica. Ainda assim, não existem “mocinhos” e “bandidos” aqui, apenas pessoas reais, com sofrimentos reais. A bela fotografia em preto e branco, assinada por Aleksandr Simonov, também eleva o resultado final do longa-metragem dirigido por Andrei Konchalovsky. Uma história para ver e refletir sobre guerras, ódio e opressão. [-]

Um filme provocante e muito bem dirigido por Tom Ford. A história se divide em três tramas menores, com uma delas, a do livro ficcional 'Animais Noturnos' servindo de costura para os eventos "reais" desta história. Nas interpretações, Michael Shannon entrega um trabalho bastante sólido e interessante, merecendo a indicação ao Oscar de Ator Coadjuvante, enquanto Aaron Taylor-Johnson está em uma das melhores performances da carreira, também merecendo o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante no Globo de Ouro de Ator Coadjuvante. Pena, mesmo, foi Jake Gyllenhaal: ele foi esquecido na temporada de premiações de Hollywood, mesmo depois de mais uma atuação impecável. [-]

Uma atuação incrível de Natalie Portman como Jacqueline Kennedy, que traz as duas faces da ex-primeira dama para a tela grande: a mulher serena, educada e acostumada ao glamour de Washington; e a mulher forte, vigorosa, que sem mudar o tom de voz deixa claro que pode fazer qualquer coisa por sua família. Destaque também para a direção de arte e a recriação quase exata de Dallas e da Casa Branca naquele mês de novembro de 1963. Indicado para os apreciadores de uma boa atuação ou de uma boa reconstituição histórica. [-]

Ulrich Seidl (‘Dog Days’) traz um relato cru – e, porque não dizer, cruel – da caça na Namíbia, África, que é tratada por muitos como um “caso de sucesso” para a proteção ambiental. O diretor acompanha um grupo de turistas endinheirados europeus que, sem nenhum pudor, mata animais (alguns até em risco de extinção). Com uma distância emocional, o documentário dá espaço para que eles coloquem as justificativas para os seus atos, inclusive as mais esdrúxulas. É um documentário duro e provocador, que funciona também como um interessante e doloroso registro de um microcosmo que possui um impacto gigantesco em um das mais importantes ecossistemas da Terra. [-]

O diretor Denis Villeneuve usa a ficção científica e o já batido plot dos "alienígenas chegando na Terra" para fazer um filme que não olha para fora, mas sim para nós mesmos. A sensação é amplificada pela poderosa atuação da Amy Adams. Não gosta de aliens? Não se preocupe: aqui eles são apenas uma desculpa para uma discussão maior e mais importante do que se há ou não vida lá fora. [-]