“É um filme sobre liberdade”, diz Luis Lobianco sobre ‘Carlinhos e Carlão’ “É um filme sobre liberdade”, diz Luis Lobianco sobre ‘Carlinhos e Carlão’

“É um filme sobre liberdade”, diz Luis Lobianco sobre ‘Carlinhos e Carlão’

Comédia nacional exclusiva do Amazon Prime Video, ‘Carlinhos e Carlão’ conta a história de um homem preconceituoso que se liberta sexualmente após uma “magia”

Matheus Mans   |  
13 de novembro de 2020 12:17
- Atualizado em 23 de junho de 2023 18:53

Carlão (Luis Lobianco, do ‘Porta dos Fundos’) é o típico homem machista e homofóbico. Faz piadas agressivas, não tolera a presença de alguém diferente e não aceita a homossexualidade. Vive em uma bolha particular ao lado dos amigos do futebol e do trabalho. As coisas mudam, porém, quando Carlão compra o armário mágico que o transforma em Carlinhos.

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Ainda interpretado por Lobianco, o tal Carlinhos é praticamente o oposto de Carlão. É gay e aceita sua sexualidade, vivendo da maneira que quer. “É um filme sobre liberdade”, resume Lobianco em entrevista realizada na última semana, com presença do Filmelier. “Na história, a gente fala de homofobia, machismo, de um monte de coisa. Mas o filme quer chegar na liberdade”.

Luis Lobianco brilha em ‘Carlinhos e Carlão’, transitando entre esses dois personagens (Crédito: Divulgação/Amazon Prime Video)

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Essa é a trama e a proposta de ‘Carlinhos e Carlão’, longa-metragem nacional de Pedro Amorim (‘Divórcio’, ‘Mato sem Cachorro’) e que estreou com exclusividade no Amazon Prime Video nesta quinta-feira, 12. É parte de uma leva de comédias nacionais que começam a chegar ao serviço, ao lado de ‘Os Espetaculares’ e, na próxima semana, ‘No Gogó do Paulinho’. 

Criação de Carlinhos e Carlão

Ao contrário de muitas outras comédias brasileiras que não respeitam a comunidade LGBTQIA+, ‘Carlinhos e Carlão’ tem isso como propósito máximo. Ainda que o humor funcione para qualquer espectador que esteja sentado na frente da TV, Lobianco conta que o filme tem algo de lugar de fala. Toma para si alguns termos e colocações. É uma bandeira.

Para criar o personagem do Carlão, o ator e protagonista conta que foi mais simples. “A gente encontra um monte de Carlão a vida toda. Fiz esse cara do jeito mais escroto possível”, diz. “O Carlinhos foi mais difícil. É mais próximo de mim. Não por eu ser igual ao Carlinhos, mas por conhecer muitos Carlinhos. Queria abraçar a todos”, conta ele, feliz com o resultado.

Carlão é transformado em Carlinhos após entrar em contato com um armário mágico (Crédito: Divulgação/Amazon Prime Video)

“Existe a ideia da gente se apropriar do que foi feito para nos machucar e nos ferir em cima da nossa existência. Todos os estereótipos estão presentes e mais atuais nesse sentido. Estamos nos apropriando da bicha como uma ferramenta política”, afirma Lobianco, que ainda compartilha que o longa foi filmado em 2017. “Alguns estereótipos se confirmaram”.

Para além da bolha

Como dito, o grande mérito do filme é fazer humor sem desrespeitar ninguém. Pelo contrário. A partir da dinâmica de Carlinhos e Carlão, o filme ganha uma aura pop. Tem músicas empolgantes na trama, como ‘Freak Le Boom Boom’, de Gretchen, e ‘I Will Survive’, de Gloria Gaynor. Isso sem falar da estética do filme, embalada pela fotografia de Dante Belluti.

“É um filme muito estratégico para não falarmos para nossa bolha, não rezarmos missa para padre. É uma missão que tenho no meu trabalho, que é comunicar para as pessoas que estão no metrô, que não tem hábito de ir no teatro, cinema”, diz. “Imagino que esse filme chega na família brasileira real. Real. É a avó segurando a família toda, a mãe que pega pra criar”.

Luís Miranda (‘Crô em Família’, ‘Zorra’), que interpreta o vendedor de armários, vai além e chama a atenção para a ida do longa para a Amazon Prime Video, sendo que antes estava sendo cotado para os cinemas. “Nós estamos sem condições de ir pro cinema. Estão tentando fazer com que o cinema não exista no Brasil. Isso aqui é um ato de resistência”, diz ele.

Por fim, Lobianco comemora que o filme chegue neste momento. “Fizemos o filme em 2017, mas a mensagem só se potencializou. Hoje, talvez, nem fosse realizado”, diz. “Essa é a nossa militância. Às vezes, exigem que a gente faça parte de um grupo específico de militância. Mas já fazemos isso, e com humor. É uma semente para transformar o mundo”.

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