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Documentários se destacam no Festival de Toronto
Filmes como ‘The Truffle Hunters’, ‘The Way I See It’ e ‘I Am Greta’ se tornaram queridinhos do festival e aquecem corrida ao Oscar
Política, desigualdade, sustentabilidade, indígenas, crise do coronavírus. Esses são apenas alguns dos temas tratados pelos documentários exibidos esta semana no Festival de Toronto, que acontece digital em 2020. Geralmente esquecido em detrimento dos filmes de ficção, o gênero cinematográfico roubou a cena e os filmes viraram “queridinhos” do TIFF.
O principal destaque acabou recaindo sobre o longa-metragem ‘The Truffle Hunters‘, anteriormente também exibido no Festival de Sundance e selecionado para o Festival de Cannes. Com uma fotografia deslumbrante e personagens cativantes, o filme conta a história de caçadores de trufas, uma iguaria culinária cara e muito apreciada, em lindas florestas italianas.
Apesar de parecer banal em um primeiro momento, o filme acaba ganhando um ar doce, delicado. Do sofá de casa, é possível viajar diretamente para a casa desses senhores, a maioria já de idosos, e entender a paixão que os move na “caça às trufas”, enterradas na terra. Isso sem falar da relação com os cachorros, considerados filhos desses homens solitários.
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Com tamanha bagagem em festivais e com a Sony Pictures por trás da distribuição, ‘The Truffle Hunters’ se tornou um dos favoritos à corrida pela categoria de Melhor Documentário do Oscar em 2021 já neste ano. Obviamente, ainda há muito chão a ser percorrido até lá, além de conteúdo da Netflix, que optou por não participar de festivais online ao longo do ano.
Documentários políticos
No entanto, não foram só os caçadores de trufas italianos que chamaram a atenção. No campo da política, ‘The Way I See It‘ recebeu elogios ao mostrar a história do fotógrafo oficial de ex-presidente Barack Obama. A franqueza do retratado, assim como a assinatura da atriz Laura Dern (‘História de um Casamento’) na produção podem ajudar o filme na temporada de prêmios. Ainda no campo da política, ‘I Am Greta‘ foi o filme que mais fez barulho. Com o selo de produção original do Hulu, serviço de streaming sob controle da Disney, o longa-metragem conta a história da ativista política Greta Thunberg desde o começo de sua jornada, quando ainda ficava solitária nas ruas da Suécia. Um olhar aguçado e perspicaz do diretor Nathan Grossman. Por fim, para fechar assuntos políticos ou de atualidades, ‘Inconvenient Indian‘ fez sucesso com o público canadense ao reimaginar a figura dos povos indígenas. Já ‘Downstream to Kinshasa‘, do diretor congolês Dieudo Hamadi, emociona ao contar a jornada de um grupo de moradores do Congo mutilados após uma guerra e que buscam compensação política.
Aprovação do público
Outros documentários, enquanto isso, empolgaram o público do Festival de Toronto, mas não exatamente a crítica especializada. É o caso de ‘76 Days‘, longa-metragem um tanto quanto confuso sobre o período de lockdown na cidade de Wuhan, epicentro do novo coronavírus. Muitos esperavam um filme dinâmico e encontraram algo parecido com ‘The Cave’, do Oscar 2020. Alguns documentários também ganharam apelo popular ao tratarem de temas como desigualdade de gêneros ou inclusão. É o caso de ‘An Ordinary Man’, sobre um cantor de jazz transsexual, e ‘Underplayed‘, bom documentário que analisa a falta de presença feminina na música eletrônica. Filmes inconsistentes, mas que empolgam por suas mensagens. Por fim, um dos destaque mais divertidos é ‘Fireball: Visitors from Darker Worlds‘. Dirigido e narrado por Werner Herzog, o longa-metragem empolga e diverte ao mostrar a história por trás de meteoritos, seja pelo lado da ciência ou pelo misticismo que envolve “enviados de outros mundos”. Não é um filme perfeito, mas dá para se divertir com os comentários de Herzog. Por enquanto, infelizmente, os filmes não possuem data de estreia confirmada no Brasil. Só ‘Fireball’ que deve chegar ao Apple TV+ em 2020.