Netflix e Apple negociaram a compra do novo filme de James Bond Netflix e Apple negociaram a compra do novo filme de James Bond

Netflix e Apple negociaram a compra do novo filme de James Bond

De acordo com a Bloomberg, as duas empresas se interessaram em lançar ‘007: Sem Tempo Para Morrer’ direto no streaming

23 de outubro de 2020 21:55
- Atualizado em 24 de outubro de 2020 10:36

O negócio mais caro da história do video on demand quase aconteceu. De acordo com a Bloomberg, Apple e Netflix negociaram a compra dos direitos de distribuição do próximo filme da franquia ‘James Bond’, ‘007: Sem Tempo Para Morrer’. O longa-metragem teve o lançamento originalmente previsto para 2020 adiado por conta da pandemia da covid-19, que fechou os cinemas em todo mundo.

A agência informa que, segundo uma fonte familiar com as negociações, a Metro-Goldwyn-Mayer, estúdio dono da franquia junto com a produtora EON, conversou com ambas as companhias para lançar o longa online. A MGM, procurada pela Bloomberg, apenas afirmou que “isto não está à venda”.

“O lançamento do filme foi adiado até abril de 2021 para preservar a experiência cinematográfica”, afirmou o estúdio.

Apple e Netflix se negaram a comentar o assunto. Já a Amazon Studios, que poderia entrar no leilão por ‘James Bond’, afirmou publicamente que não está nessas negociações.

James Bond quase foi para Netflix ou para a Apple
James Bond de Daniel Craig quase ganhou uma nova casa (Foto: divulgação / Universal Pictures)

Movimento maior

A estratégia de lançar filmes direto no streaming em tempos de pandemia ganhou força por conta do movimento dos concorrentes da MGM. ‘Trolls 2’, um filme menor, foi lançado nos EUA no VOD e superou a bilheteria do primeiro longa. A Disney lançou ‘Mulan‘ direto no Disney+, por preço mais caro. Já a Paramount abriu mão da distribuição internacional de ‘Bob Esponja: O Incrível Resgate’, que foi para a Netflix. ‘SCOOBY! O Filme‘, uma das grandes apostas da Warner Bros. em 2020, chegou primeiro ao video on demand no Brasil, estreando nos cinemas apenas agora.

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‘007: Sem Tempo Para Morrer’ tem um orçamento total estimado em US$ 250 milhões. A produção anterior da franquia, ‘007 Contra Spectre’, alcançou uma bilheteria global de US$ 880 milhões. Caso fosse ao video on demand, esse seria o maior lançamento, em termos financeiros, do modelo de distribuição online, chegando de forma exclusiva à Netflix ou ao Apple TV+.

Conversa antiga

Um dos grandes estúdios da Era de Ouro de Hollywood, a MGM não distribui sozinha seus filmes nos cinemas desde o começo dos anos 2000. A franquia ‘007’, por exemplo, por anos chegou à tela grande através de uma parceria com a Sony Pictures. Já a franquia ‘Creed’, continuação do clássico ‘Rocky’, aconteceu em conjunto com a Warner Bros.

Nos últimos anos, após o fim do acordo com a Sony, MGM e EON promoveram um leilão pelos direitos de distribuição de ‘James Bond’. Na época, além da própria Sony, Universal Pictures e Warner Bros., o Hollywood Reporter informou que a Apple e a Amazon também estavam na mesa de negociações. O que pesou foi que a EON, liderada pelos produtores Michael G. Wilson e Barbara Broccoli, não quis abrir mão do modelo tradicional de distribuição, aquele com a primeira janela de exclusividade nos cinemas.

Pôster de 'Sem Tempo Para Morrer', que quase foi para a Apple ou para a Netflix
Daniel Craig no poster de ‘Sem Tempo Para Morrer’, com os logos de Universal, UA e MGM (Foto: divulgação / Universal Pictures)

O agente secreto acabou atracando na Universal para a distribuição internacional do seu 25º filme, enquanto os direitos nos EUA ficaram nas mãos da United Arts Releasing, por meio de uma joint-venture entre a própria MGM e a Annapurna Pictures.

Isso até chegar a atual pandemia, que tirou o longa do cronograma original, que previa um lançamento agora, nos próximos dias. Por isso, ‘007: Sem Tempo Para Morrer’ está previsto para abril de 2021.

Se a reabertura dos cinemas seguir o planejado, é provável que o atual acordo continue. No entanto, com uma segunda onda do novo coronavírus ganhando contornos na Europa e nos EUA, um novo adiamento poderia fazer com que Netflix e Apple retornem às negociações.

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