David Oyelowo emociona na estreia como diretor em ‘The Water Man’ David Oyelowo emociona na estreia como diretor em ‘The Water Man’

David Oyelowo emociona na estreia como diretor em ‘The Water Man’

Longa-metragem, que teve o roteiro rejeitado pelos grandes estúdios e produtoras de Hollywood, teve sua primeira exibição no Festival de Toronto

Matheus Mans   |  
17 de setembro de 2020 14:49
- Atualizado em 30 de setembro de 2020 17:39

Apesar de ter uma carreira consolidada desde o início dos anos 2000, o ator britânico David Oyelowo ficou conhecido do grande público apenas em 2014, quando interpretou Martin Luther King Jr. no premiado filme ‘Selma: Uma Luta pela Igualdade‘. Desde então, diversificou sua carreira e, agora, emociona em ‘The Water Man’, exibido esta semana no Festival de Toronto.

Dirigido, co-protagonizado e produzido por Oyelowo, o longa-metragem parece uma mistura bem dosada de ‘Ponte para Terabítia’ com ‘Sete Minutos Depois da Meia-Noite’. Afinal, o espectador é convidado a embarcar na história de Gunner (Lonnie Chavis), um rapaz criativo, artístico e inteligente que precisa lidar com a morte eminente de sua mãe.

Oyelowo fez sucesso com seu papel em ‘Selma: Luta pela Igualdade’ (Crédito: Divulgação/Disney)

Assim, como refúgio, ele acaba buscando consolo em seu próprio mundo de fantasias. Com a ajuda de uma misteriosa garota da região (Amiah Miller), entra na perigosa floresta que circunda a cidade em busca do Water Man. O Homem das Águas. Um ser que sobreviveu em um acidente e, diz a lenda propagada por um morador (Alfred Molina), que pode curar todas doenças.

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“Tenho quatro filhos, adoro assistir a filmes com eles. E eu adoro assistir filmes que amava quando criança”, conta Oyelowo em coletiva de imprensa realizada no TIFF. “São filmes com aventura, com escapismo. Mas também são histórias com alguma profundidade, algum significado. Entrei no projeto apenas como alguém que queria viabilizá-lo. Fiquei sensibilizado”.

‘The Water Man’ de volta à vida

Curioso notar que o longa-metragem talvez tenha encontrado com o Water Man em algum momento. Afinal, o roteiro de Emma Needell estava morto. Enterrado. Depois de escrever a história de alguns curtas, se arriscou nessa jornada juvenil. Foi rejeitada por todos grandes estúdios e produtoras. Acabou indo parar na Black List, lista anual de bons roteiros sem destino.

Oyelowo acabou pinçando a história e, como já destacado anteriormente, se sensibilizou e viu ali a possibilidade de emocionar gerações. Além disso, conseguiu colocar a produtora, atriz e apresentadora Oprah Winfrey no páreo, assinando a produção executiva — em outras palavras, aquele que financia o projeto para sair do zero. Era a nova vida de ‘The Water Man’.

Winfrey pôde ser vista nas telonas recentemente com o longa-metragem ‘Uma Dobra no Tempo’ (Crédito: Divulgação/Disney)

“Quando eu escrevi isso, era apenas uma assistente”, conta Emma Needell também na coletiva de imprensa. “Depois, quando soube que David Oyelowo e Oprah Winfrey estavam interessados no meu roteiro, quase bati meu carro. Mas depois que conheci David e Carla Gardini, [outra produtora do longa-metragem], fiquei tranquila pois vi que havia paixão no projeto”.

Recepção positiva em Toronto

Depois de tantas idas e vindas, altos e baixos, o filme fez sua primeira exibição no Festival de Toronto e agradou a crítica especializada. E não é pra menos. O longa-metragem, apesar de ter um ritmo lento, encanta. O tom de história oitentista, puxando referências de ‘E.T.: O Extraterrestre’ e ‘Os Goonies’ encanta os adultos enquanto as crianças mergulham na história.

Além disso, vale dizer, o elenco também é cativante. Além de Oyelowo estar bem como um pai rígido, Rosario Dawson (‘Controle Absoluto’) emociona como a mãe doente. O jovem Lonnie Chavis (‘This is Us’) segura bem as pontas nos momentos dramáticos e também nos fantasiosos. Assim como Amiah Miller (‘Planeta dos Macacos’). E Alfred Molina dá o tom especial.

“Logo na primeira semana de filmagem, David fez um círculo com toda a equipe e contou para a gente o que queria. O que esperava”, conta Alfred Molina, conhecido por seu papel em ‘Homem-Aranha 2’. “Ele nunca levantou a voz, nunca criou um senso de pânico. Foi apenas uma confiança imensa no material do roteiro, nos atores… Todos podemos sentir isso”.

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