Trailer
Sinopse
O longa-metragem imagina Jesus Cristo como um homem comum, encarnado num Messias contraditório, frágil e perturbado, que se auto-proclama filho de Deus. Suas pregações na Judeia, então colônia romana, chocam e incomodam o governo, que decide se livrar dele. Na cruz, ele imagina como seria sua vida se, ao invés de assumir o peso da salvação dos homens, tivesse levado uma vida comum com esposa e filhos.
Ficha técnica
Por que assistir a este filme?
A morte e a vida de Cristo já ganhou várias interpretações nos cinemas. Sob o olhar de Mel Gibson, vemos seus últimos momentos em ‘A Paixão de Cristo’. Já em ‘Maria Madalena’, vimos o Cristo humanizado. Por fim, no forte e visceral ‘A Última Tentação de Cristo’, Martin Scorsese coloca uma embalagem pé no chão sobre a história do filho de Deus. Aqui, Willem Dafoe (‘Homem-Aranha’) faz a interpretação definitiva dessa importante figura bíblica com uma força que emana das telas. É, sem dúvidas, a adaptação mais indigesta por conta de sua brutalidade, violência e ruptura com histórias mais suaves sobre a crucificação e a traição que Cristo precisou enfrentar. No entanto, também por esses atributos, é o relato mais certeiro e coerente ao pensarmos nos tempos e nos costumes de sua época. Filmaço.

Matheus Mans
Editor do Filmelier
Onde assistir?
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Indisponível nos cinemas
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Do mesmo diretor

George Harrison: Living In the Material World
Pedida certeira para fãs do ex-Beatle, do diretor Martin Scorsese, de música, ou espectadores ávidos por histórias reais, profundas e reflexivas. O longa-metragem usa a vida do músico para lançar questionamentos sobre materialismo e felicidade, assumindo um tom poético e metafórico. Conta com depoimentos da esposa de George, de seu filho, amigos e outros parentes, além de imagens inéditas de arquivo. Vencedor de dois prêmios Emmy, em 2012.

Conversando Sobre O Irlandês
É um fato indiscutível que, devido à sua magnitude, aposta e talento envolvido, ‘O Irlandês’ é um dos grandes eventos cinematográficos de 2019, de sua respectiva década e quiçá do que tivemos, até agora, de século XXI. Com menos de vinte e cinco minutos, ‘Conversando Sobre O Irlandês’ é um curta-metragem documental muito revelador sobre as origens e a criação da obra-prima de Martin Scorsese, em conversa com suas estrelas: Robert De Niro, Joe Pesci e Al Pacino (que trabalhou com o diretor pela primeira vez em sua carreira).

Rolling Thunder Revue: A Bob Dylan Story by Martin Scorsese
Depois de 'No Direction Home', este é o segundo documentário sobre Bob Dylan dirigido por Martin Scorsese, que, além de ser um dos grandes nomes dos filmes de ficção com longas como ‘Taxi Driver’ e ‘Os Infiltrados’, faz documentais fabulosos sobre o mundo da música (como ‘George Harrison: Living in the Material World’). Portanto, ‘Rolling Thunder Revue’ é um daqueles filmes-evento filmado de forma magistral, imperdível se você é fã de Scorsese, Dylan, cinema, música ou de todas as opções anteriores

O Irlandês
Este é, certamente, o mais audacioso filme da Netflix em 2019, talvez em toda a história da plataforma até aqui. Afinal, trata-se de trazer para o serviço de streaming um dos maiores cineastas de Hollywood, que ajudou a revigorar a sétima arte a partir dos anos 1970: Martin Scorsese, o homem por trás de filmes como ‘Taxi Driver’ e ‘Os Infiltrados’. ‘O Irlandês’ é um antigo desejo do diretor, adaptando a história real do livro ‘I Heard You Paint Houses’, no qual o promotor e investigar Charles Brandt relata a vida de Frank “The Irishman” Sheeran, um assassino que trabalhou para os mafiosos da Família Bufalino - e que teria confessado o assassinato do sindicalista Jimmy Hoffa, cujo desaparecimento é um dos maiores mistérios da política dos Estados Unidos. A adaptação cinematográfica conta com famosos colaboradores de Scorsese, incluindo Robert De Niro, Al Pacino, Joe Pesci (retornando da aposentadoria especialmente para este filme) e Harvey Keitel. O resultado final, ainda que longo (são 3h29 de duração), é um perfeito exemplar da filmografia de Scorsese, uma espécie de novo ‘Os Bons Companheiros’ e um ápice para os filmes sobre a máfia norte-americana.

O Aviador
Ainda que ‘O Aviador’ não seja, nem de perto, o filme mais celebrado da dupla Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio, este drama épico de 2004 também não merece ser esquecido ou passar batido. Afinal, mesmo com uma duração de quase três horas, o longa acerta ao criar uma trama vigorosa sobre um pioneiro da aviação também envolvido com a indústria do cinema. DiCaprio é o grande destaque -- ainda que não esteja tão bem quanto em ‘O Lobo de Wall Street’, por exemplo -- e tem um apoio forte de elenco, com nomes como Cate Blanchett, Kate Beckinsale, Alan Alda, Alec Baldwin, Jude Law e Willem Dafoe.

A Invenção de Hugo Cabret
Um filme belo e emotivo, sobre um garoto que perde a família e sai em busca de uma aventura – e, no processo, encontra a magia do cinema. Para se assistir em família e passar o amor pelo cinema para as próximas gerações. Conta ainda com fotografia, som e direção de arte incríveis – todas vencedoras de Oscar.

Os Infiltrados
Como seria a versão de Martin Scorsese para um filme sobre criminosos e a polícia de Hong Kong? Um mergulho na máfia americana, é claro – e com um elenco estelar, com nomes como Leonardo DiCaprio, Jack Nicholson, Matt Damon e Mark Wahlberg. Tudo isso reunido em um caldeirão que nos faz refletir sobre o que é a moral. O resultado é um thriller denso, mas que funciona como entretenimento puro.

Os Bons Companheiros
Um dos melhores filmes de máfia de todos os tempos (senão o melhor), impecavelmente dirigido por Martin Scorsese no auge de sua carreira. Baseado em uma história verídica, 'Os Bons Companheiros' retrata a dura realidade da vida na máfia, seu esplêndido e fugaz luxo ao preço de uma vida arriscada e morte quase certa. Indicado para seis Oscars e vencedor de um, pela atuação insana de Joe Pesci.

A Cor do Dinheiro
Depois de 25 anos, Paul Newman volta a um de seus personagens mais icônicos: Eddie Felson, visto pela primeira vez em 'Desafio à Corrupção'. Neste segundo filme, dirigido por ninguém menos que Martin Scorsese, Newman agora tem um protegido para ensinar suas artimanhas do bilhar e da vida: Tom Cruise. Um filme com grandes atuações, que rendeu a Newman o primeiro e único Oscar de uma longa carreira.

Touro Indomável
Um dos grandes filmes da carreira do cineasta Martin Scorsese, que retrata a degradação humana enquanto alcançamos a fama a qualquer custo. Tudo isso baseado em fatos reais – na vida do pugilista Jake LaMotta, que começou a vida como um criminosos e se tornou campeão mundial dos Pesos-Médios. Robert De Niro recebeu o Oscar de Melhor Ator pelo filme.

Silêncio
Uma jornada espiritual e emotiva, com a história sobre dois missionários jesuítas portugueses (interpretados por Andrew Garfield e Adam Driver) no Japão, onde precisam propagar o catolicismo e encontrar o seu mentor (vivido por Liam Neeson). Foram quase 30 anos para que o diretor Martin Scorsese conseguisse adaptar o livro, escrito por Shūsaku Endō, para o cinema – e o resultado é um épico sobre devoção com uma bela fotografia, que foi indicada ao Oscar 2017.

O Lobo de Wall Street
Um filme divertido, mas ao mesmo tempo trágico, que exagera na biografia Jordan Belfort – e que, ainda assim, se mostra um interessante relato sobre o mundo de Wall Street, da ganancia e do vício em drogas entre os mais ricos. Sem falar que este é o filme que deveria ter dado o primeiro Oscar para Leonardo DiCaprio.

Ilha do Medo
Martin Scorsese dirige Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo num intrigante suspense psicológico. Ambientada em 1952, a trama mostra a investigação feita pelos dois personagens. Numa ilha, que abriga um hospital psiquiátrico, eles precisam descobrir o paradeiro de uma paciente que desapareceu.

Taxi Driver
Um grande clássico do cinema dos anos 1970, revelando uma Nova York suja, insegura e com uma população sem perspectivas. O personagem de Robert De Niro, Travis Bickle, representa muito dos sentimentos da sociedade daquela época - e que, de alguma forma, parecem ressurgir no mundo de hoje.
Drama

Deception
Adaptação do romance ‘Deception’ do escritor Phillip Roth, esta é versão francesa do diretor Arnaud Desplechin e fez parte da seleção do Festival de Cannes 2021. O filme segue Phillip (Denis Podalydès), um escritor americano que vive em Londres (que só fala francês) e seus relacionamentos com diversas mulheres. Contracenando com ele temos Léa Seydoux, que dá vida a uma inglesa casada, descontente com o relacionamento, e que tem um caso com o escritor. À medida que conhecemos cada uma das mulheres, fica claro que elas são apenas corpos que usamos para atrair o ego do personagem central, dono de uma total falta de consciência de seus maus tratos, o que é desconcertante. A trama ainda discute sexismo e misoginia de uma forma deveras problemática. É palatável dizer que essa é uma adaptação pretensiosa que reduz totalmente as personagens femininas ao sofrimento, mulheres irracionais que procuram um homem para serem salvas. A atuação de Seydoux é um motivo para assistir ao filme, mas mesmo isso não pode salvar um roteiro que usa a misoginia como fio condutor.

Pureza
Baseado na história real de Pureza Lopes Loyola, uma mãe que fez o possível e o impossível para encontrar seu filho e se tornou um símbolo do combate ao trabalho escravo. No filme, Dira Paes dá vida a essa mulher real e faz um trabalho delicado, potente e bonito. Com direção de Renato Barbieri (‘Cora Coralina: Todas as Vidas’), consegue construir bem está cinebiografia, com a dose necessária de emoção e desenvolvimento dos personagens. ‘Pureza’ tem uma fotografia belíssima, que destaca o poder da floresta amazônica. Sem dúvida, temos aqui uma história que merece ser conhecida.

Mentes Extraordinárias
Alexandre Jollien é um filósofo e escritor suíço que, quando nasceu, passou por um problema: o cordão umbilical enroscou em seu pescoço e, por conta desse estrangulamento, teve paralisia cerebral. Dos três aos vinte anos, viveu em uma instituição especializada para deficientes até que entrou na universidade para obter uma licenciatura em letras e, depois, um mestrado em filosofia. Em 2022, ele é o protagonista absoluto do bonito ‘Mentes Extraordinárias’. O longa-metragem conta a história de Louis (Bernard Campan), um agente funerário que atropela Igor (Jollien), um rapaz esforçado e com deficiência mental. Esse acidente une os dois em uma viagem à França adentro. É um típico road movie, que se vale da movimentação em uma estrada (ou qualquer outra coisa equivalente), para desenvolver os personagens e, acima de tudo, a relação entre pessoas -- neste caso, os diferentes Igor e Louis. ‘Mentes Extraordinárias’ já começa com o pé direito, colocando um deficiente mental no papel de um deficiente mental. Não é como ‘A Teoria de Tudo’, por exemplo, que coloca um ator que não entende a força e os desafios de uma deficiência. A direção do filme, que é assinada pelos dois protagonistas Bernard e Jollien, abraça a diversidade e coloca o longa-metragem em outra prateleira. Há diversidade, há respeito e inclusão, em um filme que também acerta na emoção, na beleza e na poesia.

A Felicidade das Coisas
Paula é uma mulher chegando na casa dos 40 anos e que tem um sonho: construir uma piscina para os filhos na sua modesta casa de praia, na cidade de Caraguatatuba, no interior de São Paulo. Esse sonho, em conjunto com esse cenário inesperado da cidade litorânea e uma relação conturbada com a família no momento, se tornam o motor de ‘A Felicidade das Coisas’. Facilmente relacionável com ‘Benzinho’, não só pela piscina, mas também pelos sonhos de uma classe média brasileira típica, o longa-metragem de estreia de Thais Fujinaga traz memórias, nostalgias e sonhos, realizados ou não, que falam muito sobre a própria realizadora, mas que podem ser facilmente identificáveis pelo público – que não necessariamente queria uma piscina na casa de praia, mas que sonhava em encontrar a felicidade nas coisas. Bom filme de estreia de Thais, que traz mais um olhar apurado sobre a vida dos brasileiros indo para além das grandes cidades e centros urbanos do país.
