Kong: A Ilha da Caveira (Kong: Skull Island)

Um dos personagens mais clássicos dos filmes de fantasia, King Kong, retorna maior e mais poderoso do que nunca. A Ilha da Caveira renova o personagem em um filme de monstros gigantes que entrega exatamente o que se propõe: muita ação e ferocidade. Ambientado em um cenário 'pós-vietnâmico', e que inclusive faz um paralelo bem óbvio com a guerra e toda a postura dos Estados Unidos perante a ela, a narrativa de Kong é simples e objetiva: em uma excursão invasiva de interesse próprio, o grupo se vê hostilizado por quem está sendo incomodado em sua casa e que por isso reage com violência. Assim, presos em um ambiente inóspito passam a enfrentar uma bateria de desafios para garantir sua sobrevivência. Essa simplicidade narrativa garante que o filme possa brilhar em outros aspectos, oferecendo ação e aventura claras e sem floreios, que vão direto ao ponto, empolgando e cativando o expectador. O filme se aproveita de clichês quando estes são convenientes -determinados momentos no filme beiram o brega, mas de uma forma que beneficia a narrativa, e conversa com a tonalidade geral do filme-, ou os subvertendo quando se torna interessante fazê-lo . Por fim, o filme não cai em repetições nas suas sequências, com cenas de ação variadas, executadas de maneiras diferentes e sempre muito visíveis -ambientes claros e planos mais longos-garantindo a atenção e localizando bem o expectador, com cenas imersivas de tirar o fôlego. Utilizando recursos de maneira inteligente, como câmeras lentas bem colocadas e visuais deslumbrantes, que sabem ressaltar a beleza da plasticidade. Um filme de monstros e sobrevivência que entende exatamente o que pretende e assim consegue satisfazer e agradar seu público.

Miguel Possebon

Programador de Conteúdo