Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos

Seguindo os passos da Disney em dar um novo formato em carne e osso para as clássicas histórias infantis, surge essa produção independente, mas com grande elenco, para falar sobre a origem de Alice e Peter Pan. Ao estilo ‘Wendy’, ‘Espelho, Espelho Meu’ e ‘Branca de Neve e o Caçador’, o longa-metragem ‘Alice e Peter’ conta a história de duas crianças (Keira Chansa e Jordan A. Nash) e de seus pais (Angelina Jolie e David Oyelowo). Eles vivem num cenário bucólico, em que as florestas no quintal de casa servem como cenário de aventuras nascidas na imaginação -- luta de espadas, o barco que abriga piratas e por aí vai. As coisas desandam, porém, quando a morte bate à porta. O luto recai sobre essa família. Dessa forma, as duas crianças entram ainda mais no mundo da imaginação para escapar da dor e, logo, começam a tomar forma do jeito que as conhecemos. A belíssima estética do filme é o destaque, além da trilha sonora quase toda feita na flauta, com fortes tons medievais. No entanto, o roteiro de Marissa Kate Goodhill, estreante em longas, derruba qualquer oportunidade do filme crescer em força e importância. Lento, confuso e contemplativo demais, parece que não há espaço para a imaginação do espectador -- que fica ali servindo apenas como o público da imaginação de terceiros, sem nunca ser realmente provocado e instigado pela direção de Brenda Chapman (de ‘Valente’). Ainda assim, um filme interessante para quem é fã de contos de fadas reinterpretados nas telas.

Matheus Mans

Editor do Filmelier