Noite Passada em SohoNoite Passada em Soho
(2021)
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Noite Passada em Soho

Uma jovem estilista tem sonhos vívidos nos anos 60 e se vê em uma trama sombria

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Se 'Em Ritmo de Fuga' ('Baby Driver') significou o amadurecimento do estilo de Edgar Wright como diretor, 'Noite Passada em Soho' ('Last Night in Soho') vê esse estilo consolidado a serviço de um co-roteiro escrito por ele e por Krysty Wilson-Cairns ('1917') - que, embora não seja perfeito, é o mais interessante em sua filmografia até o momento. O enredo segue Ellie (Thomasin McKenzie), uma jovem que se muda para Londres para realizar seu sonho de ser estilista. Todas as noites, inexplicavelmente, ela tem sonhos vívidos em que é transportada de volta aos anos 1960 - sua época favorita - e vive como Sandie (Anya Taylor-Joy), uma jovem que aspira ser cantora - embora sua história se torne cada vez mais sombria, gradualmente invadindo a realidade de Ellie. Este é um thriller psicológico que combina influências dos estilizados giallos dos anos 1960, como ‘Repulsa ao Sexo’ de Roman Polanski, além de acenos visuais para ‘Suspiria’ de Dario Argento. Por outro lado, também tece uma crítica ao filtro idealizado com que todos nós - o público e o próprio realizador - habitualmente olhamos os “bons e velhos tempos”. Talvez, propõem Wright e Wilson-Cairns, aqueles não fossem tempos tão bons e as imagens oníricas escondem uma história de violência e abuso. A revelação final e o desenlace irão dividir as opiniões e acender o debate neste contexto, mas 'Noite Passada em Soho' é um tipo de filme cada vez mais raro, que consegue manter a marca reconhecível de um diretor, oferece um comentário social que inspira discussões e entretém como um bom blockbuster, tudo ao mesmo tempo.

Lalo Ortega

Lalo Ortega

Editor do Filmelier

O filme começa como um sonho, mostrando uma mulher cheia de vontade de viver e realizar tudo aquilo que a juventude pode oferecer. Para quem está acostumado com a filmografia de Edgar Wright, sabe que pode esperar o inesperado. Em ‘Noite Passada em Soho’ ele entrega isso - e um pouco mais. A produção nos deixa extasiados com seu impacto visual e musical, mostrando que a década de 1960 era incrível - mas o desenrolar da história acaba com essa idealização e lembramos que o mundo segue sendo terrível, especialmente se você for mulher. Um dos problemas da narrativa é que o filme acaba sendo confuso, divergindo entre drama, suspense e terror - onde encontramos inspirações de grandes nomes como Dario Argento, com o clássico 'Suspiria' (1977) e de Roman Polanski em 'Repulsa ao Sexo' (1965). E é aqui que Edgar Wright perde a mão: a referência ao longa de Polanski abre uma problematização ao vilanizar mulheres que se rebelam contra os abusadores. Claro que não há espaço para defender vingança, mas é complicado tirar da cartola uma vilã que estava tentando se defender de uma sociedade machista opressora que a enxerga como um produto. O que começou como um sonho acaba se tornando um pesadelo. Em suma, não tem como não afirmar que ‘Noite Passada em Soho’ é o filme mais ponto fora da curva de Edgar Wright e merece seu mérito por conta disso.

Raíssa Basílio

Raíssa Basílio

Ex-redatora do Filmelier

Sinopse do filme

Thriller psicológico de Edgar Wright sobre uma jovem apaixonada por design de moda que é misteriosamente capaz de entrar na década de 1960, onde encontra seu ídolo, um deslumbrante aspirante a cantor. Mas a Londres dos anos 1960 não é o que parece, e o tempo parece desmoronar com consequências sombrias...

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