As Marvels (2023)
As Marvels
”Carol Danvers, a Capitã Marvel, enfrenta as consequências de um universo desestabilizado após vingar-se dos Kree tiranos.”
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Por que assistir a este filme?
Ainda que Capitã Marvel tenha ido bem de bilheteria, As Marvels estreou sem muita empolgação. Vários motivos explicam isso: machismo, a pouca vontade de fãs com a atriz Brie Larson, o desânimo com a fase da Marvel Studios após Vingadores: Ultimato. O fato, porém, é que As Marvels é um filme consideravelmente melhor do que as apostas imediatamente anteriores do longa-metragem, como os terríveis Thor: Amor e Trovão e Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania. Existem problemas neste longa de Nia DaCosta (do excepcional A Lenda de Candyman), como a falta de foco, a vilã caricata e sem força e a velha necessidade de fazer piadinhas a todo o momento. Ainda assim, As Marvels tem alguns lampejos de ousadia (ainda que menos do que em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura), cenas de ação muito bem filmadas e, principalmente, uma boa química entre as protagonistas Capitã Marvel (Larson), Ms. Marvel (Iman Vellani) e Monica Rambeau (Teyonah Parris). Não é a salvação da Marvel, mas está muito longe de ser um desastre. Há alguma vida aqui, e muita diversão, que é a última coisa que o fã preso ao passado quer.
Matheus Mans
Editor do Filmelier
Sinopse do filme
Carol Danvers a Capitã Marvel, tomou de volta sua identidade dos Kree tiranos e se vingou da Inteligência Suprema, mas consequências não imaginadas fazem Carol ter que carregar o peso de um universo desestabilizado.
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Estreia da diretora Nia DaCosta, vencedora do Prêmio Nora Ephron no Tribeca Film Festival 2018, e que mostra logo de cara toda sua personalidade. Afinal, ‘Passando dos Limites’ é um filme que deixa clara sua posição ao contar a história de duas irmãs morando em Dakota do Norte, uma cidade antes de uma economia efervescente, mas que agora começa a ver uma debandada de empregos, população, dinheiro e possibilidades. Trafegando em uma espécie de noir moderno, com toques de faroeste, o longa-metragem vai mostrando essas duas personagens tentando sobreviver no limite da pobreza -- e tendo que trabalhar fora da lei para melhorarem suas condições de vida. Com uma direção lenta e quase contemplativa, Nia DaCosta constrói um mosaico potente não só sobre os desafios dessa região, como de toda uma economia fadada ao fracasso. Destaque para as atuações certeiras de Tessa Thompson (‘Creed: Nascido para Lutar’) e Lily James (‘A Escavação’).
A Lenda de Candyman
Em ‘O Mistério de Candyman’, de 1992, o diretor Bernard Rose levou para as telonas a história de Candyman, uma assombração assassina com um gancho na mão e abelhas que saem da boca. Dava um certo medo e dava indícios de como aquela onda de slashers dos anos 1980 (‘Sexta-Feira 13’, ‘A Hora do Pesadelo’) estava simplesmente perdendo força. Tudo já estava se tornando genérico, mais do mesmo. Eis que quase 30 anos depois, Nia DaCosta, Jordan Peele e Win Rosenfeld mostram como se faz um reboot. Em ‘A Lenda de Candyman’, DaCosta (do também elogiado ‘Passando dos Limites’) atualiza a trama. De forma semelhante ao que foi feito em ‘O Homem Invisível’, Candyman deixa de ser apenas uma assombração que sai matando por aí para ser, de fato, algo a mais -- sua existência, assim como suas particularidades, passam a ter significado claro para a audiência. Tem não só crítica social, como também muita reflexão a partir de pequenas sacadas do roteiro assinado pelo trio DaCosta, Peele (‘Corra!’) e Rosenfeld. A origem do Candyman, a história dos doces e das abelhas, seu visual, o motivo de sua violência. Tudo é explicado em um roteiro enxuto, com apenas algumas derrapadas no didatismo e no excesso de explicação, e que faz muito sentido. Mas que, acima de tudo, é muito relevante para o mundo no momento que o novo filme chega. Ao longo da história, dá para se arrepiar, se emocionar e, é claro, levar alguns sustos -- ainda que não seja o foco de Nia, que nunca recai no terror barato. Um filmaço, daqueles potentes e necessários, que mostram que reboots e remakes não são sempre ruins. É preciso apenas ter boas ideias e bons realizadores por trás.
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