Uma idosa especialista em molotovs testemunha incêndios misteriosos em um povoado costeiro cercado por florestas.
Trailer
Por que assistir a este filme?
Nona, uma atípica dona de casa, vive autoexilada em Pichilemu, um povoado costeiro, cercado por uma floresta misteriosa onde incêndios estranhos são atribuídos ao Diabo. Quando o vento e o Pacífico parecem demonizados, ela e seus vizinhos testemunham um grande incêndio que começa a destruir milhões de hectares de floresta no sul chileno.
"Após fazer barulho com o excelente ‘Naomi Campbel’, a cineasta chilena Camila José Donoso ganhou a atenção no cinema da América Latina. Agora, o novo filme ‘Nona: Se Me Molham, Eu os Queimo’ acompanha Josefina Ramirez, avó da cineasta que fez parte da resistência anti-Pinochet e se tornou uma especialista na produção de molotovs. Agora, ela já é idosa e, na narrativa, a fantasia da ficção se mistura de maneira forte e radical com o tom de documentário. Ao contrário de ‘Naomi Campbel’, em que esse limite é trabalhado com delicadeza, as coisas aqui são mais claras. Ficção é ficção. Talvez pelo cuidado que Donoso tenha com a imagem da avó, há mais atenção na forma que tudo é retratado, contado, desenvolvido. Percebe-se com facilidade que a protagonista-entrevistada realmente entende de coquetéis molotov, assim como deixa sua aura política ir além. A força política da protagonista existe. Resiste. Enquanto isso, a cineasta também brinca com o tom ficcional de maneira experimental, interiorizando os diferentes tons sociais da avó. Infelizmente, porém, as cenas documentais do longa são superiores em qualidade estética e narrativa, fazendo com que o filme como um todo se torne irregular. A ideia é boa e há qualidade na direção de Donoso. Mas podia ser melhor e ir além da experimentação."