‘A Barraca do Beijo 3’: Trilogia se encerra com grandes expectativas dos fãs ‘A Barraca do Beijo 3’: Trilogia se encerra com grandes expectativas dos fãs

‘A Barraca do Beijo 3’: Trilogia se encerra com grandes expectativas dos fãs

A franquia teen da Netflix chegou ao fim – e os fãs (assim como os haters) compartilham o que esperam para esse desfecho da saga de Elle e dos irmãos Flynn

11 de agosto de 2021 16:20
- Atualizado em 12 de agosto de 2021 11:58

Hoje, 11, chega à Netflix o terceiro (e, por enquanto, o último) filme da série ‘A Barraca do Beijo‘. A saga de Elle (Joey King) e dos irmãos Flynn, Noah (Jacob Elordi) e Lee (Joel Courtney), chegou ao fim – isso se ninguém inventar um universo expandido nos próximos anos, claro.

O primeiro filme, lançado em 2018, trouxe a adaptação do livro homônimo, da escritora britânica Beth Reekles, e ganhou um certo público que gosta de produções teen. Ainda que não tenha tido o mesmo efeito com parte da geração millennial, que cresceu com a escola John Hughes de comédias românticas, foi o suficiente para garantir duas continuações para seus espectadores apaixonados.

Aliás, trazendo um pouco dessa estética oitentista, a atriz Molly Ringwald, que ficou famosíssima com as produções de Hughes – ‘Clube dos Cinco’, ‘A Garota de Rosa-Shocking’, ‘Gatinhas e Gatões’ -, é parte importante do elenco da trilogia.

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Aproveitando o lançamento de ‘A Barraca do Beijo 3’ no streaming, conversamos com fãs (e os críticos) da produção. A grande questão, claro, foi o que esperam desse desfecho.

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Molly Ringwald e Joey King em A Barraca do Beijo 3 (Crédito: Divulgação/Netflix)
Molly Ringwald e Joey King em ‘A Barraca do Beijo 3’ (Crédito: Divulgação/Netflix)

Para quem não conhece, a série de filmes gira em torno das descobertas do primeiro amor e o peso das amizades. Após um começo problemático, com a naturalização do comportamento masculino tóxico e abusivo, ‘A Barraca do Beijo 3’ encerra uma franquia que conseguiu encontrar o tom nas produções seguintes.

Nessa terceira parte, como nos dois primeiros longas, o principal foco continua sendo a protagonista, Elle, tentando agradar todo mundo e esquecendo de si mesma. Ela precisa decidir seu futuro acadêmico, mas o namorado Noah, o melhor amigo Lee e o um rapaz que ela se envolveu no passado, Marco (Taylor Zakhar Perez), entram no meio da equação para confundir a cabeça da garota.

Expectativas dos fãs para o fim da franquia

A série de filmes é uma das mais bem sucedidas da Netflix, e os fãs estão aí para mostrar o motivo disso. A estudante de moda Kayane Dias, de 20 anos, é apaixonada pelos longas e está aguardando ansiosamente pelo desfecho da história.

“Os personagens conseguem cativar a gente com as suas histórias, uns mais que os outros, mas todos os personagens são adoráveis. Minhas expectativas são altas, o trailer está ótimo, e o Marco volta novamente para o filme, trazendo novamente intriga para o nosso casal preferido”, conta.

Na visão da fã, três filmes está de bom tamanho: se continuarem “pode correr o risco de estragarem tudo o que construíram até aqui”, diz.

Já a jornalista Nayara Zogheib, de 27 anos, reconhece alguns problemas na trama mas acredita que a leveza da história é o importante. “É uma trilogia que me faz lembrar de tudo que é importante, não é só um filme de romance, tem a importância das amizades e da família. Além de serem filmes divertidos, que fazem você mais leve.”

Dito isso, ela aguarda reviravoltas nesse desfecho. “Espero algo surpreendente, mas sinceramente espero que Elle e Noah fiquem juntos. Quero que, assim como o segundo, seja divertido e que tenha elementos que deixem a história mais legal”, revela.

A jornalista concorda com Kayane Dias que três filmes é o suficiente: “Acho que a trilogia vai ser ótima e pode parar por aí, os personagem tendem a se separar muito e a história ficaria um pouco sem sentido se cada um estivesse em um lugar. Se acertarem o terceiro filme, acho que vai ser o final perfeito”.

O retorno de Taylor Zakhar Perez abala as estruturas do casal principal (Crédito: Divulgação/Netflix)
O retorno de Taylor Zakhar Perez abala as estruturas do casal principal (Crédito: Divulgação/Netflix)

Se engana quem acha que ‘A Barraca do Beijo’ conquistou só as gerações X e Y. Monika Sehn, de 56 anos, é fã das indecisões de Elle e, contrariando as fãs mais jovens, gostaria sim que tivessem mais filmes. Segundo ela, “quanto mais, melhor”.

“Adorei o modo simples de romance desse filme, faz a gente ficar feliz. Tenho certeza que cada fã tem um pouquinho dessa história. Eles são jovens, bonitos e se passa numa fase muito legal da idade. Sei que um dia vão crescer e vai acabar , mas enquanto isso que venha mais para me alegrar. Por que não curtir uns filminhos assim de vez em quando?!”, disse ela.

Todo grande sucesso tem seus haters

Em contraponto a opinião dos fãs, tem uma parte do público que acredita que três longas de ‘A Barraca do Beijo’ foi até demais. Criados com outro tipo de comédias românticas ou não, tem adolescentes que conseguem enxergar problemas nessa nova onda de produções que continuam focando em mulheres apenas em busca de um namorado.

A estudante Gabriela Della Nina, de 16 anos, acredita que a trilogia reforça padrões e misoginia na sociedade. “Em primeiro lugar, os atores são bem mais velhos, e não se parecem com a maioria dos adolescentes da vida real, impondo um certo padrão de beleza inexistente. E em segundo, passa a ideia de que as meninas sempre devem se esforçar para fazer oq o seu parceiro quer, colocando em segundo plano seus interesses.”

Della Nina pontua que há muitos clichês no enredo, e que a personagem principal coloca todos em primeiro plano. “Elle sempre tenta agradar seu melhor amigo e seu namorado, nunca pensando nos seus interesses próprios”, diz. Porém, acredita que isso pode melhorar no último filme e está com expectativas. “Pelo o que vi no trailer, a personagem principal finalmente vai começar a pensar no que ela quer”, completa.

A jornalista Isabela Borrelli, de 27 anos, segue a mesma linha de Gabriela Della Nina sobre a trama ser clichê e acredita que ‘A Barraca do Beijo’ não precisava de mais nenhum filme. Para ela, o roteiro confuso e há falta de foco, o que acaba deixando o espectador perdido.

“Me desagradou a falta de foco. Achei que tinham muitos conflitos para resolver – era não respeitar a lista dos melhores amigos, o namoro escondido, a barraca do beijo em si, daí no segundo filme tinha o problema do namorado morando longe, a escolha de faculdade dela, um novo cara que surgiu, o amigo que estava namorando… fiquei confusa”, conta.

A Barraca do Beijo 3 já está disponível na Netflix (Crédito: Divulgação/Netflix)
‘A Barraca do Beijo 3’ já está disponível na Netflix (Crédito: Divulgação/Netflix)

Já a psicóloga Bárbara Zago Baptista, 26 anos, traçou mais uma uma comparação entre a franquia e o famoso produtor das comédias românticas das décadas de 1980 e 1990.

“Acredito que o cinema de John Hughes trouxe aquele olhar mais lúdico para os filmes adolescentes e para a rotina da escola: são os cinco jovens na detenção se divertindo, o adolescente que escapa da escola e por aí vai. São histórias divertidas, que queremos viver e, de alguma forma, estão próximas da gente. ‘A Barraca do Beijo’ até usa a estética de John Hughes como inspiração, mas escapa nessa questão do lúdico. Brinca muito mais com a imaginação amorosa de um público adolescente que está crescendo cada vez mais”, afirma.

Outro ponto que Baptista traz é a superficialidade da história: “A trilogia é totalmente inverossímil. A história é rasa e os personagens acabam sendo forçados para caberem dentro dessa estrutura, sem nenhum tipo de esforço por parte do diretor e de roteiristas para que aquilo soe realmente natural. Tudo fica muito artificial, muito desencaixado, com personagens vivendo em realidades quase paralelas. É mais um filme de objetivos inalcançáveis do que um retrato de uma geração”.

Seja entre os fãs ou haters, há uma grande expectativa pelo fim da trilogia. Mesmo com problemas, o que é bem comum em histórias adolescentes, ‘A Barraca do Beijo’ traz pontos negativos e positivos sobre a juventude.

O que esperar de ‘A Barraca do Beijo 3’?

Como já mencionado, no primeiro longa uma das críticas foi em relação aos personagens machistas, que reforçavam ideais misóginos e machistas e conservadores.

A protagonista Elle se vê tão absorta nas descobertas de ter seu primeiro namorado que não consegue perceber os comportamentos abusivos dele. Noah Flynn é apresentado, a principio, como um rapaz rebelde, que conquista o coração das meninas com sua marra.

Idealização de que homem precisa exalar masculinade para ser atraente e isso meio que releva qualquer coisa errada que ele faça. Afinal, ele só quer proteger a namorada. Na trama existe uma romanização nisso, como se o sonho de toda adolescente fosse se relacionar com um cara manipulador, contando que ele seja bonito e malhado.

Essa construção de homem tóxico muda no segundo filme e também no terceiro, nos quais Noah se torna um rapaz bem sensível e suas crises de raiva quase não existem mais. No fim, ele acaba sendo retratado como um jovem incompreendido que acaba melhorando com o amor.

Não é só isso. A forma como Elle passa a enxergar suas próprias escolhas e visões de mundo também evolui. O que é muito importante, principalmente para o público mais jovem que consome esse tipo de filme. A história acabou ganhando novas camadas, indo de uma inocente busca por amor para algo mais relevante, que é amar a si mesma.

‘A Barraca do Beijo 3’ já está disponível na Netflix e você pode tirar suas próprias conclusões do desfecho. Para saber mais informações, clique aqui.

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