‘Aline: A Voz do Amor’: 7 verdades e mentiras do filme inspirado em Céline Dion ‘Aline: A Voz do Amor’: 7 verdades e mentiras do filme inspirado em Céline Dion

‘Aline: A Voz do Amor’: 7 verdades e mentiras do filme inspirado em Céline Dion

Dirigido, co-escrito e estrelado pela francesa Valérie Lemercier, ‘Aline: A Voz do Amor’ adapta livremente a vida da cantora quebequense

17 de junho de 2022 13:03
- Atualizado em 20 de agosto de 2022 17:55

Filmes biográficos, as famosas cinebiografias, podem ser tão fascinantes quanto complicadas. Por um lado, podem aproximar o público da vida de seus protagonistas, figuras históricas ou personalidades conhecidas. Por outro lado, optar por qualquer licença criativa é uma aposta arriscada que pode ou não cair bem com um público conhecedor, especialmente quando se trata de uma lenda musical tão querida como Céline Dion.

Para fazer ‘Aline: A Voz do Amor’ – que já está disponível no streaming –, a diretora, co-roteirista e protagonista Valérie Lemercier esclarece que se distanciou do ícone quebequense por um motivo simples: respeito. “Para as filmagens em Quebec, eu queria filmar em qualquer lugar que não fosse Charlemagne, sua cidade natal.”

Por isso, apesar de ser fã declarado de Dion, Lemercier optou por mudar o nome da protagonista para Aline Dieu. “[A co-roteirista] Brigitte Buc, com quem eu já havia escrito ‘Palácio Real’, veio a bordo e me convenceu a mudar os nomes. Isso desbloqueou tudo. Graças a Aline, conseguimos embelezar a realidade.”

'Aline: A Voz do Amor': verdades e mentiras do filme inspirado em Céline Dion
Valérie Lemercier com ares de Céline Dion (Crédito: Divulgação/Synapse)

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Ou seja, é uma adaptação livre da vida de Céline Dion, que como muitas outras cinebiografias, brinca com a realidade e a ficção. Mesmo nos detalhes fictícios, a aparece.

Então, revendo algumas entrevistas e outros fatos curiosos do passado, aqui contamos algumas verdades e mentiras sobre ‘Aline: A Voz do Amor’.

A questão do nome: Céline ou Aline?

Como já dissemos, a decisão criativa de renomear Céline como Aline tem a ver com o desejo da atriz e diretora de se distanciar. Mas, apesar da mudança, Lemercier consegue respeitar a história de como a mãe da cantora, Thérèse, escolheu seu nome.

No filme, vemos que sua mãe, Sylvette Dieu (Danielle Tarjetaud), decide batizá-la após ouvir a música ‘Aline’, de Christophe, na televisão.

Isso está muito próximo do que realmente aconteceu, pois de acordo com a biografia autorizada da cantora, a senhora Dion deu à filha o nome da música ‘Céline’, de Hugues Aufray.

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A família musical (e numerosa)

Os minutos iniciais do filme são dedicados a como Sylvette e Anglomard Dieu (Roc Lafortune) se conheceram, unidos por um amor comum pela música, se casaram e formaram uma família, com um total de 13 filhos antes da chegada tardia do menor, Aline.

Este fato é verdade, pois Céline Dion é a caçula de 14 irmãos.

Outro fato é que toda a família se envolveu com a música de alguma forma. Na realidade, a família Dion parecia cantar em um bar de propriedade de seus pais. O filme não esclarece se o lugar onde a família Dieu canta pertence a eles (ou se era mesmo um bar), mas mostra que todos apareceram juntos.

A estreia: a fita caseira

A história de como Céline Dion apareceu para René Angélil, que se tornaria seu representante (e eventualmente seu parceiro) por toda a vida, é bem conhecida.

Aos 12 anos e com a ajuda de seu irmão Jacques e sua mãe, Céline gravou seu primeiro single em cassete, que foi enviado ao produtor René Angélil. Dizem que a voz de Céline o levou às lágrimas, então ele a convidou para uma audição em Quebec. O resto, como dizem, é história.

Para fins cômicos, o incidente se desenrola um pouco diferente no filme. A família envia uma fita cassete para o produtor Guy-Claude Kamar (Sylvain Marcel), mas eles esperam dias por um retorno. Então o irmão, aqui chamado Jean-Bobin (Antoine Vézina) liga para o produtor e diz que se ele realmente tivesse ouvido a fita, ele já teria ligado.

“Jean-Bobin, irmão mais velho de Aline, teve um papel muito pequeno no início, mas quando vi o quão bom Antoine Vézina era, continuei acrescentando material para ele”, explica Lemercier. “Ele pode trazer intensidade a qualquer coisa – um telefonema, por exemplo – em um segundo.”

Aline audiciona para o produtor Guy-Claude Kamar (Crédito: Divulgação/Synapse)

A outra coisa é o incidente dos patins. Quando a mãe e o irmão recebem o convite para a audição, eles decidem sair imediatamente, pegando Aline que estava patinando no gelo no caminho. Na pressa, a menina esquece de tirar os patins e deixa os sapatos na neve para, ao chegar, a mãe ter que emprestar os dela.

É uma anedota absurda, mas engraçada. Não há nenhuma fonte que confirme que isso aconteceu, então podemos tomá-lo como um daqueles “embelezamentos” à realidade de Lemercier, que acentuam o caráter da personagem como uma garota desajeitada, uma improvável estrela mundial.

A moeda da sorte

Ao longo do filme, Aline carrega uma moeda dada a ela por seu pai como um amuleto da sorte. Na trama, ele mesmo a carregava consigo quando criança.

Na verdade, Céline Dion carrega uma moeda no sapato como amuleto, mas seu pai não a deu. É uma moeda de cinco centavos, mas a razão pela qual é transportada difere de acordo com as fontes.

Segundo alguns, ela a encontrou antes de seu primeiro show e a moeda é datada de 1968, seu ano de nascimento. Segundo outros, ela a usa porque considera cinco como seu número da sorte.

É a voz de Céline Dion que se ouve em ‘Aline: A Voz do Amor?’

Resposta curta: não. Esta é uma biografia não autorizada por ela, então a cantora não emprestou sua voz para o filme.

Mas não culparíamos ninguém por pensar que é a cantora quebequense, já que na verdade são suas músicas que aparecem na produção, desde seu cover de ‘All By Myself’ até o icônico ‘My Heart Will Go On’, de ‘Titanic‘.

Então, quem canta? Não é a própria Valérie Lemercier, mas a cantora francesa Victoria Sio. Na verdade, há um álbum inteiro dela com covers da Céline Dion, que você pode ouvir aqui.

O filme ainda recria alguns dos momentos mais icônicos de Dion no palco, incluindo sua performance no Oscar de 1998.

A história de amor Céline e René

O romance entre Aline e Guy-Claude está no centro do filme, então, além de alguns detalhes embelezados, a história permanece bastante fiel aos fatos.

Como acontece no filme, René já teve dois divórcios e iniciou um relacionamento secreto com Céline quando ela tinha 20 anos, na noite em que venceu o Eurovision 1988, em Dublin.

Também é verdade que o casal permaneceu junto até a morte de Angélil, em 2016, e que tiveram três filhos (dois deles gêmeos).

No entanto, alguns detalhes divergem, como a proposta de casamento. Apesar do casamento de Céline e René ter sido bastante midiático (até foi transmitido pela televisão), ele a pediu em casamento em particular, e não escondendo o anel em um sorvete.

'Aline: A Voz do Amor': verdades e mentiras do filme inspirado em Céline Dion
Romance de Aline e Guy-Claude é o fio condutor da narrativa (Crédito: Divulgação/Synapse)

O retorno a Las Vegas

Céline Dion teve o que é, até hoje, o show de residência de maior bilheteria em Las Vegas, ao qual ela retornou após a morte de seu marido. No entanto, para fins dramáticos, o filme acrescenta um pouco de depressão aparente, em que Aline simplesmente não aparece em um de seus shows.

“Nós inventamos a fuga dela pelas ruas de Vegas (o que eu provavelmente teria feito se fosse ela)”, admite Lemercier. “Nós nos perguntamos o tempo todo: como você inventa algo de forma confiável, preservando a sutileza da Céline e sua história de vida?”.

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Publicado primeiro na edição mexicana do Filmelier News.

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