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Cannes: 5 filmes brasileiros para ficar de olho no festival
Os representantes brasileiros estão usando o festival como palco para trazer os problemas que o país está enfrentando – em relação a pandemia e o audiovisual
Este ano, o Brasil não está com uma presença tão forte no Festival de Cannes, mas os projetos brasileiros seguem com visibilidade. Claro que um dos maiores destaques é a presença de Kleber Mendonça Filho como membro do júri da edição 74ª, o que demonstra prestígio pelo trabalho dele e também pelo cinema nacional.
O brasileiro entrou no seleto grupo de Cannes e é o maior representante da América Latina na premiação. Ele foi indicado para a Palma de Ouro duas vezes, com ‘Aquarius‘ e ‘Bacurau‘, com quem divide a direção com Juliano Dornelles. Com o mais recente filme, se consagrou com o Prêmio do Júri na Riviera Francesa, em 2019, em um empate com o francês ‘Os Miseráveis’.
Na abertura do festival, ele fez um discurso criticando o governo brasileiro e sobre a situação da Cinemateca Brasileira. Leia mais clicando aqui.
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Além disso, teve a exibição marcada por protestos contra o governo de Jair Bolsonaro de ‘O Marinheiro das Montanhas’, de Karim Aïnouz, na mostra Sessões Especiais, fora da competição. Aïnouz, aliás, é bem conhecido em Cannes. Já concorreu com ‘Madame Satã’ (2002), ‘O Abismo Prateado’ (2011) e ficou com o prêmio Un Certain Regard, em 2019, por ‘A Vida Invisível‘.
Karim Aïnouz e seu ‘O Marinheiro das Montanhas’
Em ‘O Marinheiro das Montanhas’, acompanhamos um retrato íntimo do diretor inspirado na história de seus pais. No longa, Aïnouz embarca em uma viagem à Argélia em busca da cidade natal de seu pai. Em um trajeto de barco, ele faz uma travessia marítima até às Montanhas Atlas em Kabylia – uma região montanhosa no norte do país. A história, narrada pelo diretor, se entrelaça entre presente, passado e futuro. Fora os detalhes da jornada de Karim Aïnouz, ‘O Marinheiro das Montanhas’ traz também filmagens caseiras e fotos de família em paralelo a vida do realizador. ‘O Marinheiro das Montanhas’ foi exibido na última sexta-feira, 9, e foi aplaudido por 15 minutos. “Uma emoção gigante ter feito o filme. Ter passado aqui hoje. Ter tido a recepção que teve”, contou o diretor ao G1. A première do filme foi marcada por protestos contra o presidente Jair Bolsonaro e sua gestão durante a pandemia de covid-19. “Além das mais de 500 mil mortes com a Covid, muitas outras vidas foram perdidas por responsabilidade direta desta administração genocida. Como acontece em governos autoritários, os artistas, a ciência e as universidades públicas foram os primeiros a ser atingidos”, disse Karim Aïnouz após a projeção.
‘Medusa’
‘Medusa’, da diretora Anita Rocha da Silveira, de ‘Mate-me Por Favor’, contempla a Quinzena dos Realizadores, uma mostra paralela de Cannes. O filme propõe uma reflexão sobre a pressão que a sociedade coloca sobre as mulheres para serem perfeitas.
‘Sideral’: curta-metragem de Carlos Segundo
Dentro da competição, temos ‘Sideral’, que concorre à Palma de Ouro na categoria de curtas-metragens. O filme de Carlos Segundo narra a vida de uma família, formada por faxineira, um mecânico e seus dois filhos. Eles são impactados pelo primeiro foguete com uma tripulação brasileira.
Jasmin Tenucci mostra seu ‘Céu de Agosto’
Outro curta que concorre também à Palma de Ouro é ‘Céu de Agosto’, da diretora e roteirista Jasmin Tenucci, de séries e desenhos animados como ‘Historietas Assombradas (para Crianças Malcriadas)’. A produção fala sobre uma mulher grávida que é responsável pela avó doente. Como pano de fundo para a história, tem as incessantes queimadas na Amazônia.
‘Cantareira’ de Rodrigo Ribeyro
A sessão de curtas realmente é onde os brasileiros estão dominando. ‘Cantareira’, de Rodrigo Ribeyro, foi selecionado para o Festival de Cannes 2021, na Cinéfondation, mostra dedicada a produções estudantis. O filme foi trabalho de conclusão de curso de Ribeyro e já conseguiu o renome de chegar à Riviera Francesa. ‘Cantareira’ narra a história de Bento, um trabalhador e morador do centro de São Paulo. Ele decide voltar ao lugar à casa do avô Silvio na Serra da Cantareira, onde nasceu, em busca de paz e um emprego.
Protestos políticos
E para fechar, não poderíamos deixar de citar a fala de Kleber Mendonça Filho na abertura do Festival. O diretor falou sobre a situação do Brasil, em relação ao audiovisual – ele citou sobre o estado da Cinemateca Brasileira – e a pandemia de coronavírus. Confira abaixo o vídeo com a fala do realizador:
Kleber Mendonça Filho no Festival de Cannes, um palco de denúncia, sempre bem-vindo! pic.twitter.com/eXY3aypyht