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Disney alinha canais pagos ao streaming e irá extinguir a marca Fox no Brasil
A partir de 2021, os canais pagos da Fox vão se transformar em Star, mesma bandeira que chega ao video on demand
Renan Martins Frade | 18/12/2020 às 12:08 - Atualizado em: 23/12/2020 às 10:34
Fevereiro de 2021 irá representar um grande rompimento, em termos de marca, dentro da TV por assinatura brasileira. A Disney anunciou que os canais Fox passarão a usar a marca Star a partir de então, alinhando a estratégia com a do streaming.
Sob a nova designação, o Fox Channel passará a se chamar Star Channel; Fox Life será Star Life; Fox Premium 1 será Star Hits e e Fox Premium 2 será Star Hits 2. Já o FX continua como está.
Vale lembrar que o Fox Channel, ainda conhecido apenas como Fox, foi um dos pioneiros da televisão por assinatura no Brasil, tendo sido lançado no nosso país em setembro de 1994.
Apenas o Fox Sports continua no ar com a marca original - mas, cada vez mais, a Disney está consolidando a operação com a da ESPN e a marca deixará de existir assim que forem superadas todas as exigências do CADE, que aprovou a fusão entre o grupo do Mickey Mouse e a Fox. Isso está previsto para ocorrer em janeiro de 2022.

A trajetória do Star
A transformação é mais um passo na remodelação das estratégias de The Walt Disney Company na América Latina e no mundo. Em 2017, o grupo comprou a concorrente 21st Century Fox, levando junto a Fox International Channels - responsável pelos canais pagos da marca da raposa no Brasil.
A aquisição foi mais um passou para o lançamento do Disney+, plataforma de streaming que traz diversos conteúdos da antiga Fox, incluindo a marca National Geographic.
Depois, a Disney comprou a Star, empresa indiana dona da plataforma Hotstar, que foi relançada como Disney+ Hotstar. Ao mesmo tempo, aposentou nos cinemas o uso da marca Fox - os estúdios passaram a ser designados apenas 20th Century Studios e Searchlight Pictures.

Por fim, a marca Star está, aos poucos, sendo integrada a outros produtos do conglomerado. Em fevereiro, como anunciado recentemente, o Star será adicionado ao Disney+ na Europa e em países selecionados, passando a incluir conteúdos que "fogem" do padrão família da plataforma. Na América Latina, incluindo no Brasil, será lançada uma plataforma à parte, o Star+, que incluirá também esportes ao vivo.
Com a mudança, a Disney não só alinha estratégias, como simplifica a relação com o público. Isso sem falar que se desassocia de vez com a Fox, marca que continua existindo na Fox News, emissora de notícias norte-americana que segue nas mãos da família Murdoch e tem envolvimento ativo na política dos EUA.
O fim da Fox?
Tirando a existência de iniciativas isoladas, como a canal de notícias e, por enquanto, o esportivo, a marca Fox praticamente deixará de existir no mundo.
A Fox Film foi fundada em 1905 (há quase 106 anos) por William Fox e foi um dos grandes estúdios dos primeiros anos do cinema. Com a Quebra da Bolsa de 1929, Fox foi obrigado a vender o estúdio que levava o seu nome para a Twentieth Century Pictures, surgindo a 20th Century-Fox em 1935.

Mesmo sendo a adquirida no negócio, a marca Fox era mais forte e de grafia mais simples, continuando mais popular em relação ao nome completo da nova empresa.
Nos anos 1980, o estúdio e suas subsidiárias foram adquiridos pela News Corp., de Rupert Murdoch, que entrou nos mercados de canais de TV aberta e paga. Em 2012, a News Corp. foi dividida em dois grupos: um, com o nome original, com as empresas de jornais e mercado editorial; e a 21st Century Fox, com os estúdios, empresas de entretenimento e a marca Fox.
Após a venda da 21st Century para a Disney, a família Murdoch manteve apenas a Fox News, Fox Business Network e a versão nacional dos EUA da Fox Sports, todas operadas dentro de uma nova Fox Coporation - que, em breve, será a única a manter a centenária marca criada por William Fox.
Jornalista especializado em cinema, TV, streaming e entretenimento. Foi anteriormente editor do Judão e escreveu para veículos como UOL, Superinteressante e Mundo dos Super-Heróis. Também trabalhou com a comunicação corporativa da Netflix.
Jornalista especializado em cinema, TV, streaming e entretenimento. Foi anteriormente editor do Judão e escreveu para veículos como UOL, Superinteressante e Mundo dos Super-Heróis. Também trabalhou com a comunicação corporativa da Netflix.
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