Com ‘Olá, Adeus e Tudo Mais’, Netflix reforça falta de criatividade Com ‘Olá, Adeus e Tudo Mais’, Netflix reforça falta de criatividade

Com ‘Olá, Adeus e Tudo Mais’, Netflix reforça falta de criatividade

Novo filme da Netflix não consegue reinventar ou ser criativo em absolutamente nada, mostrando que a plataforma está “patinando na mesmice”

Matheus Mans   |  
6 de julho de 2022 19:58

Ok, vamos admitir que ‘Olá, Adeus e Tudo Mais’ é um filme bonitinho da Netflix, que estreou nesta quarta-feira, 6. O longa conta a história de Claire e Aidan, um casal que se conheceu um pouco antes de ir para a faculdade. E como nos Estados Unidos isso significa mudar de cidade, às vezes de estado, e deixar tudo para trás, os dois sabem que não há como manter o relacionamento por mais tempo. É ponto final. Com isso, decidem fazer uma “cerimônia de término”.

É, assim, o contrário da fossa. Eles não querem ficar chorando por aí, se lamentando de como não puderam ficar para sempre juntos. A ideia é que eles possam aproveitar os últimos momentos juntos, celebrando o que viveram nos últimos meses e deixando, para sempre, uma marca na memória de cada um. Aidan (Jordan Fisher) é o que mais se esforça aqui, guiando a namorada. Claire (Talia Ryder), enquanto isso, se deixa levar, quase em estado de catarse.

Filme é adaptação de um livro adolescente de sucesso mundo afora (Crédito: Divulgação/Netflix)

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Nesse contexto, o diretor estreante Michael Lewen adapta à risca o livro de Jennifer E. Smith, em que essa ideia tão bem bolada (e madura) de início vai dando errado aos poucos, conforme o casal vai percebendo que as coisas não são tão fáceis assim. O adeus nunca chega de um jeito simples ou manso. Mesmo quando programado, dói. Não dá para fingir que as coisas estão caminhando com naturalidade, já que não é natural se manter afastado da pessoa que ama.

Apesar dessa ideia geral boa, que passa um sentimento pouco abordado no cinema adolescente romântico, ‘Olá, Adeus e Tudo Mais’ não deixa de ser exatamente isso: cinema adolescente romântico, com todos os seus tiques e manias. Com vinte minutos de filme, já era possível saber o final da história e até mesmo começar a adivinhar alguns detalhes do desenvolvimento. Tudo bem que funciona para quem quer algo simples de assistir. Mas não é chato?

‘Olá, Adeus e Tudo Mais’ e a Netflix

O que mais impressiona, porém, é como a Netflix continua insistindo nessa mesmice de sempre. O streaming, que chegou ao mercado de longas apostando em filmes ousados e criativos, parece sempre estar rodeando fórmulas prontas para tentar agradar recorrentemente um mesmo público. Oras, ‘A Barraca do Beijo‘ e ‘Para Todos os Garotos que Já Amei‘ foram sucesso? Para a Netflix, é só trazer uma explosão de filmes iguais, que mudam poucas coisas.

Fica a sensação inequívoca que, com problemas de crescimento e manter a atenção dos investidores, há medo de arriscar — hoje, será que a Netflix faria um ‘O Irlandês‘? Adolescentes não precisam consumir sempre as mesmas coisas. É claro que faz bem, de vez em quando, assistir uma comédia romântica para se emocionar e coisas e tal. Mas não é só isso: adolescentes gostam de romances criativos, ideias fora da caixinha e que apresentam novas sensações.

Impossível, ao final de ‘Olá, Adeus e Tudo Mais’, não pensar como será a memória dessa geração que recebe tanto conteúdo mediano. Filmes como esse vão ficar na memória? Ou serão varridos, como um vendaval, para debaixo do tapete? Um pouco de ousadia não faz mal pra ninguém. O cinema precisa necessita de reinvenção. E seria uma pena se, em um momento em que o formato ganhou novas janelas, as histórias continuassem tão cansativas como essa.

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