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Disney+ cresce menos que o esperado e ações desabam
No aniversário de dois anos da plataforma, investidores estão preocupados com o futuro da Disney – que também acumula crescimento menor em outras áreas
Na véspera do Disney+ Day, a Casa do Mickey vai tendo uma Quinta-Feira Negra – em referência ao dia do crash da Bolsa de Nova York em 1929. No momento em que esta nota está sendo fechada, as ações de The Walt Disney Company caem 6,40% na NYSE. Tudo por conta do balde de água fria revelado ontem, 10, no balanço financeiro do grupo do último trimestre – incluindo um crescimento menor do que o esperado no Disney+.
As ações da Disney saíram de cerca de US$ 175 para o mínimo de US$ 159 no pregão de hoje.
Já se esperava um ritmo menor de crescimento na base de assinantes da plataforma de streaming, mas o número foi ainda menor: a ampliação foi de apenas 2,1 milhões, chegando a um total de 118,1 milhões de assinantes pagantes.
Para acalmar os investidores, o CEO da Disney, Bob Chapek, fez questão de falar que está tudo dentro do esperado. Ele, inclusive, já havia adiantado anteriormente que o trimestre finalizado em 30 de setembro era especificamente desafiador, já que refletiria as pausas nas gravações por conta da onda de covid-19 no começo do ano, além do fim da estratégia de lançamento simultâneo nos cinemas. Não foi só isso, diga-se. A Disney fechou o período do balanço com uma receita de US$ 18,5 bilhões, um crescimento de 26% em comparação com um ano atrás. Porém, o número foi visto como baixo – vamos lembrar que, em 2020, havia pesadas restrições nos cinemas e parques temáticos, duas áreas importantes para a o grupo. Com isso, os acionistas recebem menos dividendos do que esperavam.
Nesse sentido, o streaming também não ajudou. Ainda que a estratégia direta para o consumidor – que envolve o Disney+ – tenha aumentado a sua receita em 38% (para US$ 4,6 bilhões no trimestre), as perdas operacionais subiram de US$ 400 milhões para US$ 600 milhões. É que fazer uma plataforma de streaming exige muitos recursos técnicos e de investimento em produções e licenciamento de conteúdo de terceiros. Coincidência ou não, foi no trimestre passado que a Disney lançou o Star+ na América Latina. Para piorar esse cenário, as exigência sanitárias (inclusive nos parques), como testes e o controle do distanciamento social, aumentaram os custos operacionais em outras áreas.
Os analistas de Wall Street, no entanto, estão ficando céticos. Na visão deles, a estratégia do Disney+, calcada em conteúdos para família e em marcas como Marvel, Star Wars e National Geographic, está revelando as suas limitações de crescimento – tanto em termos de novos conteúdos quanto na atração de novas assinaturas. De qualquer forma, uma resposta também pode vir amanhã: uma das estreias previstas no Disney+ Day é um especial da Marvel Studios onde são esperadas revelações sobre novos filmes e séries. Dependendo do que vier por aí, os investidores podem retomar a confiança – ou perderem de vez as esperanças.