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“Acreditar na magia torna a vida mais brilhante”, define diretora de ‘Onde Fica o Paraíso’
Cineasta Jessica Swale explica sua visão para ‘Onde Fica o Paraíso’ e fala sobre a experiência de estar à frente de um longa-metragem pela primeira vez
Existe uma necessidade, inerente à condição humana, em classificarmos tudo que orbita ao nosso redor. Colocar rótulos, encaixotar. Isso acontece com música, artes, pessoas e, é claro, com o cinema. Sempre queremos definir o que é aquele filme — seja em termos de gênero cinematográfico ou, apenas, o sentido de uma história. Por isso é tão confuso entender o que é ‘Onde Fica o Paraíso’, filme já disponível no Brasil nas plataformas de streaming de aluguel e compra.
Dirigido e roteirizado pela estreante Jessica Swale, o filme parece mais uma história sobre a Segunda Guerra Mundial. Afinal, ambientado nesse período histórico, traz o relato de uma escritora vivendo na Inglaterra enquanto, lá fora, o mundo entra em colapso. Ao mesmo tempo, sua vida vira de pernas para o ar quando ela é escolhida para cuidar de um garotinho. O pai está na guerra, a mãe servindo ao governo no Ministério.
Assim, rapidamente, essa sina de ser um filme sobre o conflito fica para trás. É um drama histórico, então? Swale define bem sua sensação com ‘Onde Fica o Paraíso’: “É uma história sobre esperança em tempos de luto e arrebatamento — e como acreditar em um pouco de magia pode tornar a vida ainda mais brilhante”, diz a cineasta em entrevista exclusiva por e-mail, quando questionada sobre o que é essa história.
Essa ideia de que se trata de mais um filme sobre a Segunda Guerra Mundial é deixada ainda mais de lado conforme mergulhamos na psique e na rotina de Alice, a protagonista vivida por Gemma Arterton (de ‘Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo’). “Ela vive sem se importar com o fato de que a guerra está acontecendo”, contextualiza. “É um exemplo de alguém determinado a não ser moldado pelos eventos mundiais turbulentos que estavam acontecendo ao seu redor. Eu acho que há algo importante e redentor sobre isso. Especialmente nesta era de cobiça, Alice é alguém que tem certeza absoluta de que quer aproveitar ao máximo sua vida e vivê-la do jeito dela, apesar dos tempos difíceis. É algo que toca em mim, em particular neste momento em que nós vivemos”.
Verdade em ‘Onde Fica o Paraíso’
Além da atuação deslumbrante de Arterton, definida pela cineasta como um “camaleão”, o grande destaque de ‘Onde Fica o Paraíso’ está na verdade que o filme passa. A sensação é de que a história é real, baseada em algum livro sobre a Segunda Guerra Mundial ou coisa parecida. Mas nada disso. Tudo saiu da mente criativa e fértil da cineasta Jessica Swale. “Adoro histórias que permitem que você escape da realidade. É por isso que adoro cinema. Também sou fascinada por magia e folclore, então queria escrever sobre eles — principalmente em uma época em que nosso senso de conexão com a terra é tão relevante”, explica ela, sobre suas inspirações. “Eu adoro histórias sobre oprimidos. Estou muito mais interessado nas pessoas sobre as quais não costumam escrever: os heróis anônimos, os protagonistas surpreendentes. E gosto de escrever histórias de esperança, que mostram como a imaginação e a mente aberta podem nos ajudar a navegar até mesmo nas provações mais difíceis da vida”. Como seu primeiro trabalho como diretora em um filme de longa-metragem, Jessica ressalta deixa claro o seu maior desafio nessa estreia: “Tempo!”, exclama. “Um dos maiores desafios foi aprender a se fazer tudo com rapidez no set, para filmar tudo o que queríamos. Estava acostumada ao teatro, onde você tem tempo para brincar e mudar de ideia”. Agora, para a alegria dos que gostam de bom cinema, Jessica já está de olho em novidades em sua carreira. Ela acabou de filmar a versão britânica da série ‘Call My Agent’ e está escrevendo sua própria história para a TV, inspirada no filme ‘Coração de Cavaleiro’, e possui alguns outros projetos para teatro e cinema. “Estou indo em direções diferentes. Sempre fico mais feliz quando estou ocupada”.